A IMPOTENCIA DA RAÇA NEGRA NAO TIRA PROVEITO DA FRAQUEZA DOS BRANCOS (original) (raw)
Related papers
BLACK LIVES MATTER NOS CURRÍCULOS? IMPRENSA NEGRA E ANTIRRACISMO EM PERSPECTIVA TRANSNACIONAL
2019
Resumo: O presente artigo discute alguns aspectos históricos das lutas antirracistas voltadas para a área da educação da população negra, em especial para o ensino de História, nos contextos dos Estados Unidos (EUA) e do Brasil, a partir principalmente da análise de artigos e reportagens publicadas em jornais da imprensa negra estadunidense e brasileira. Por meio dos exemplos aqui apresentados e analisados, é possível perceber como as populações negras têm produzido diferentes estratégias e têm obtido diferentes resultados na luta antirracista por educação e pela afirmação de sua humanidade ao longo da história do Brasil e dos EUA. RACISMO • IMPRENSA NEGRA • EDUCAÇÃO • CURRÍCULO Abstract: This article discusses some historical aspects of the anti-racist struggles focusing the Education of the black population, especially the History teaching, in the United States' and Brazil's contexts, mainly from the analysis of articles and reports published in newspapers of the American and Brazilian black press. Through the examples presented and analyzed here, it is possible to see how Black populations have produced different strategies and have obtained different results in the anti-racist struggle for education and the affirmation of their humanity throughout the history of Brazil and of the United States.
ORFEU DA CONCEIÇÃO: UMA TRAGÉDIA NÃO NEGRA
Este artigo centra-se em alguns aspectos da peça Orfeu da Conceição de Vinicius de Moraes. A tragédia carioca foi encenada pela primeira vez em 1956 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Embora a obra de Vinicius de Moraes seja, sob vários aspectos, desbravadora, pois o poeta, se antecipando a muitos autores teatrais, a escreveu para que fosse encenada por um elenco de atores negros – fato até então inédito – revela, mesmo assim, em sua narrativa, representações estereotipadas com relação ao negro. Além desse dilema de fundo, o artigo aborda o êxito de forma com que Vinicius de Moreas, nesse esforço de recriação do mito de Orfeu, transcultura, em termos de sincronia, um item do legado clássico para o interior do tempo que lhe cumpria viver, reinventando-o no cenário de um morro carioca.
2018
Dissertação apresentada como requisito para cumprimento dos créditos e obtenção do título de
O “BRANCO NA BRANQUITUDE” E O “BRANCO ANTIRRACISTA”
Revista da ABPN, 2021
Este ensaio baseia-se numa revisão conceitual da branquitude enquanto categoria analítica dos estudos que envolvem as relações raciais e a construção da identidade racial branca. O termo branquitude é cunhado diante das relações raciais, em especial frente a uma ideologia do branqueamento e formas de eugenia, que confere ao branco um modelo ideal de “ser humano”. Nessa conjuntura de poder dos brancos em relação aos negros a humanidade passa a ser dividida entre raças hierarquicamente postas para manutenção de um privilégio branco. O conceito agrega uma virada paradigmática nos estudos raciais que colocam em evidência a construção racial da branquitude historicamente silenciada diante do papel do branco na construção de uma sociedade hierarquizada. No entanto, essa constituição da identidade branca pode ter outras construções como uma branquitude crítica implicada num branco antirracista que o desloca para uma zona fronteiriça de conflitos.
INTELECTUALIDADES NEGRAS E A ESCRITA DA HISTÓRIA
Revista de Teoria da História, 2019
No momento em que vem a público o dossiê Intelectualidades negras e a escrita da história, o Brasil assiste o negacionismo passar de fenômeno social difícil de explicar – e de entender – à política de governo. Fato que não é exclusivo do Brasil. Com saliência política maior ou menor, o negacionismo tem se apresentado como um traço distintivo peculiar da ascensão da extrema direita em vários países do mundo. De fato, tornou-se plausível e legítimo negar o aquecimento global, negar que o próprio globo terrestre seja esférico ou negar a eficácia de vacinas. E se negar estes fatos ganha um certo caráter anedótico, isso se dá precisamente porque a possibilidade de questionar a positividade forte da verdade que atestam produz um deslizamento discursivo que se projeta sobre outros campos de saber onde o exercício de negar parece ainda mais legítimo. Aqui, a escrita da história vira alvo incontornável.
A DIÁSPORA NEGRA E A PRESENÇA DE AFRICANOS ESCRAVIZADOS EM
Resumo Este trabalho pretende relacionar a Diáspora Negra a presença de africanos escravizados em Itapemirim-ES, entendendo que estes estudos contribuem para os novos trabalhos da historiografia brasileira e para o movimento que estuda a Diáspora Africana, uma vez que procura revelar a existência de africanos escravizados em Itapemirim. De fato, muitas questões continuaram obscuras, mas é certo que havia africanos nas escravarias capixabas e itapemerinenses que, como será demonstrado, era uma das principais regiões econômicas capixabas no século XIX, cobiçada, inclusive por muitos navios carregando africanos escravizados clandestinos após a promulgação da Lei Euzébio de Queirós, conforme descrito pelos presidentes provinciais nos Relatórios da Província do Espírito Santo. Os dados sobre estes africanos podem ser observados através da análise de registros de óbitos e batismos de escravos de Itapemirim, que apresentam um número significativo de africanos, revelando que esta região era ponto de chegada de muitos dos que vieram da África. Assim, através de análise quantitativa e qualitativa dos registros eclesiásticos de Itapemirim, uma parte da história dos africanos espalhados pelo mundo com a escravidão poderá ser remontada, contribuindo para os novos trabalhos historiográficos brasileiros.
“HUMOR BRANCO” E O RACISMO CONTRA A CAPOEIRA
Revista Íbamò, 2018
A violação dos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana no Brasil afetam sobremaneira os Terreiros de Candomblé e Umbanda que vem sendo queimados e destruídos com ações de racismo e intolerância religiosa por todo o país. Não obstante, isso vem ocorrendo com um pouco mais de frequência também com a nossa Capoeira. Depois de longo embate com o sistema CONFEF/CREF’s e de outras diversas formas de apropriação cultural que a nossa arte afro-brasileira da capoeiragem vem sofrendo, agora a Capoeira tem se tornado, nas mãos de pseudo-humoristas, motivo de chacotas e piadas racistas.
A MATERNIDADE NEGRA EM CONCEIÇÃO EVARISTO
CEM – Cultura, Espaço & Memória , 2023
Resumo: O artigo explora de que formas a maternidade é abordada em alguns dos contos que compõem a coletânea Insubmissas Lágrimas de Mulheres, da escritora brasileira Conceição Evaristo. O objetivo é traçar paralelos entre experiências comuns às mulheres negras e como isso se reflete nas suas vivências maternas. Tripla opressão, dororidade e afrobrasilidade são os principais eixos acionados. Conclui-se que os contos situam a maternidade dentro de estruturas e relacionamentos, muitas vezes, opressores. Porém, a partir de soluções elaboradas com base em referenciais próprios, a relação com os filhos configura o elemento capaz de impulsionar as personagens mães a buscarem melhores alternativas para si e para eles. Desse modo, a literatura negra produzida e defendida por Conceição Evaristo apresenta uma maternidade conduzida por mães negras que maternam filhos negros, cuja potência se mostra emancipadora.