Das (Im)possibilidades teórico-metodológicas no ensino de língua portuguesa para surdos em contextos inclusivos (original) (raw)
Como citar este artigo: NASCIMENTO, G. S. X; MURAD, C. R. R. O. Das (Im)possibilidades teórico-metodológicas no ensino de língua portuguesa para surdos em contextos inclusivos. Revista Iniciação & Formação Docente, Uberaba, MG, v. 7, n. 3, p. 679-701, 2020. Resumo: No imperativo da inclusão, um dos entraves no processo de ensino e aprendizagem dos surdos se configura nas barreiras comunicativas que emergem nas relações entre usuários da língua oral e da língua de sinais. Ainda que os ambientes em escolas inclusivas contem com a presença de um tradutor e intérprete, as questões de aquisição de linguagem oriundas de um processo de alfabetização deficitário implicam diretamente na produção escrita dos surdos e também na sua relação com a libras, pelo acesso tardio a ela. Neste sentido, o que aqui se desdobra enquanto pesquisa, objetiva apontar quais fatores teórico-metodológicos têm contribuído para a não aprendizagem da língua portuguesa escrita ao longo da educação básica ofertada aos surdos. Para isso, assume uma perspectiva qualitativa, na forma de um relato de experiência, envolvendo um aluno surdo matriculado em uma turma regular de um curso Técnico Integrado em Mecatrônica oferecido em um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. A análise parte de exercícios diagnósticos, entrevistas abertas e situações experimentadas em aulas de língua portuguesa, ofertada como segunda língua. Os dados produzidos possibilitam uma visão ampla geral em relação à condição e domínio da língua escrita, por alunos surdos que ingressam na instituição. As discussões podem contribuir para pensar políticas públicas que assegurem hospitalidade linguística e favoreçam uma formação bilíngue para surdos. Palavras-chave: Aquisição De Língua; Surdos; Português Como Segunda Língua; Metodologias. Abstract: In the imperative of inclusion, one of the obstacles in the teaching and learning process for the deaf is the communication barriers that emerge in the relations between users of the oral language and sign language. Although the environments in inclusive schools hold the presence of a translator and interpreter, the issues of language acquisition arising from a poor literacy process imply directly in the written production of the deaf and also in their relation with libras, due to their late access to it. Thus, what unfolds here as research aims to point out what theoretical and methodological factors have contributed to the non-learning of written Portuguese throughout the basic education offered to the deaf. For this, it assumes a qualitative perspective through an experience report, pertaining a deaf student enrolled in a regular class of an integrated technical course in mechatronics offered on a campus of the Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo. The analysis involves diagnostic exercises, open interviews and situations experienced along Portuguese lectures, offered as a second language. The data produced allow a broad overview of the condition and mastery of the written language by deaf students that enroll in the institution. These discussions may contribute to thinking about public policies that ensure linguistic hospitality and promote bilingual education for the deaf.