A Pátria e a Arraia miúda portuguesa: A identidade como tópica letrada de Fernão, 2015 (original) (raw)

Resumo: Deseja-se neste trabalho discutir a noção de pátria portuguesa a partir dos seguintes letrados: Fernão Lopes com a sua Crónica de D. João I escrita em 1443; Luís de Camões em seu poema Os Lusíadas composto em 1572 e os discursos políticos de João Pinto Ribeiro no período da Restauração Portuguesa em 1640. Elegeu-se esses três letrados pois, apesar da disparidade cronológica entre os mesmos, em seus discursos expõem elementos comuns no que diz respeito à identidade portuguesa. É notável nos discursos dos letrados uma ideia de comunidade lusitana, reforçada, principalmente nos momentos de crise do reino de Portugal. Palavras-chave: letrados, Portugal, identidade, pátria, discursos. Abstract: I wishtodiscuss in thispaperthenotionofpátria portuguesa startingfromthefollowing scholars: Fernão Lopes withhisCrónica de D. João Iwritten in 1443; Luís de Camões in hispoem Os Lusíadascomposed in 1572 andthepolitical speeches of João Pinto Ribeiro in theperiodofthe Restauração Portuguesa in 1640. Thesethree scholars wereelectedbecause, despitethechronological gap betweenthem, in his speeches exposes common elementswithregardtothePortugueseidentityIt isnoticeable in the speeches of scholars anideaofLusitaniancommunity, strengthened, especially in times ofcrisisthekingdomof Portugal. Tem-se o objetivo de trazer para o diálogo acadêmico algumas questões que vêm sendo negligenciadas no campo historiográfico. O primeiro ponto é retomar os estudos de letrados que foram usados como propaganda romântica e nacionalista e desvincular as suas produções do paradigma nacionalista. Isso porque tanto em Fernão Lopes, como em Luís de Camões e João Pinto Ribeiro não existia uma nacionalidade lusitana, elemento que obteve suas origens em finais do século XVIII e inicios do XIX na Europa, perpetuado por importantes e 1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS-UFRJ). Sem