A Fotografia (original) (raw)
A partir dos limites impostos pelos integrantes dos terreiros, pretende-se refletir sobre a relação entre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de participação na pesquisa e a autorização de uso de imagem. Assim, segue-se no sentido de tencionar uma busca por uma ética de pesquisa que resguarde os direitos dos participantes e do fotógrafo, desde o início da pesquisa até aqueles momentos que fazem parte do inesperado, o imprevisível, chamado por Malinowski (1978) “os imponderáveis da vida real”, que em geral ocorre em pesquisas extensas, como foi o caso dessa experiência vivenciada no Projeto Orixás de Pernambuco, que servirá como base empírica para esse texto.
Muito se tem falado a respeito da fotografia, desde a sua invenção em 1839 identificadas com o daguerréotipo até a fotografia digital dos dias de hoje.
Significação: Revista de Cultura Audiovisual
Desde fins do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX, mulheres e fotografias são figuras-chave em uma cultura em que as fronteiras entre público e privado, visível e invisível, revelado e oculto estão sendo borradas ou rapidamente modificadas. Este ensaio procura desenvolver essa premissa, discutindo trajetórias de fotógrafas e explorando imagens, provenientes dos mais diferentes campos, que colocam em cena essa correlação.
Revista Crítica Cultural
O presente estudo propõe analisar a fotografia a partir de artistas que se apropriam de imagens produzidas por outras pessoas. A ressignificação construída a partir dessas pós-fotografias, segundo o termo de Joan Fontcuberta, provoca um questionamento sobre nossa relação com as imagens. Procura-se refletir sobre a produção de fotografias, o uso das imagens e o deslocamento de seu significado primeiro a partir de artistas contemporâneos como Rosangela Rennó, Martha Rosler, Joachim Schmid, Penelope Umbrico, Michael Wolf, Mishka Henner.
A fotografia de imprensa é uma mensagem. A totalidade dessa mensagem c constituída por uma fonte emissora, um canal de transmissão e um meio receptor. A fonte emissora é a redação do jornal, o grupo de técnicos, dentre os quais uns batem a foto, outros a escolhem, a compõem, a tratam, e outros enfim a intitulam, preparam uma legenda para ela e a comentam. O meio receptor é o público que lê o jornal. E o canal de transmissão é o próprio jornal, ou, mais exatamente, um complexo de mensagens concorrentes, de que a foto é o centro, mas de que os contornos são constituídos pelo texto, título, legenda, paginação, e, de maneira mais abstrata mas não menos "informante", pelo próprio nome do jornal (pois este nome constitui um saber que pode fazer infletir fortemente a leitura da mensagem propriamente dita: uma foto pode mudar de sentido ao passar de l'Aurore para l'Hmanité). Essas constatações não são gratuitas, pois a partir delas se verifica que as três partes tradicionais da mensagem não reclamam o mesmo método de exploração. A emissão e a recepção daquela concernem ambas a uma sociologia: trata-se de estudar grupos humanos, de lhes definir motivações, atitudes, e de tentar ligar o comportamento deles à sociedade lotal de que fazem parte. Mas no que diz respeito à mensagem mesma, o método só pode ser diferente: quaisquer que sejam a origem e o destino da mensagem, a foto não é apenas um produto ou um caminho, é também um objeto, dotado de uma autonomia estrutural: sem de nenhum modo pretender separar esse obbjeto de seu uso, torna-se necessário prever aqui um método particular, anterior à própria análise sociológica, e que não pode ser senão a análise imanente dessa estrutura original, que uma fotografia é. Naturalmente, mesmo à vista de urna análise apenas imanente, a estrutura da fotografia não é uma estrutura isolada; ela comunica pelo menos com uma outra estrutura, que é o texto (título, legenda ou artigo) de que vai acompanhada toda foto de imprensa. A totalidade da informação é pois suportada por duas estruturas diferentes (das quais uma é lingüística); essas duas estruturas são convergentes, mas como suas unidades são heterogêneas, não podem se misturar; aqui (no texto) a substância da mensagem é constituída por palavras; ali (na fotografia), por linhas, superfícies, tonalidades. Além disso, as duas estruturas da mensagem ocupam espaços reservados, contíguos, mas não "homogeneizados", como, por exemplo, num enigma figurado que funde numa só linha a leitura de palavras e figuras. E também, muito embora não haja foto de imprensa sem comentário escrito, a análise deve incidir primeiro sobre