Experiência, história e subjetividade (original) (raw)
Related papers
Letrônica, 2021
Os relatos sobre a Amazônia sofreram, em processos sócio-econômicos e históricos, uma associação subordinadora com relação aos discursos nacionais e internacionais. A literatura de Milton Hatoum surge como voz resistente neste contexto, reconstruindo discussão da imagem exótica da Amazônia brasileira. Os seus personagens, a partir de posições privilegiadas, valem-se da memória para orquestrar perspectivas que se fragmentam no tempo e no espaço. Os narradores das primeiras obras, a narradora inominada de Relato de um certo Oriente, Nael de Dois irmãos, Lavo de Cinzas do Norte, e Arminto de Órfãos do Eldorado, ao viverem à margem da casa principal (e da sociedade), reivindicam, via escrita, oralidade e estilização – modalidades facultadas pela prosa. Nessas obras, o relato, marca da escrita hatouniana, estabelece reconstrução de vozes para a consolidação de subjetividades. Analisaremos, pontualmente, as personagens subalternas Anastácia Socorro, de Relato de um certo Oriente, e Doming...
Memórias, subjetividades e diversidades culturais
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
O dossiê tem como proposta entrelaçar a produção de conhecimento na educação, que envolve as dimensões analíticas com base nas memórias, nas subjetividades e nas identidades dissonantes. O COVID 19 demandou outras concepções sobre as identidades individuais e coletivas mediadas por mecanismos sociais, políticos e culturais. Os textos aqui apresentados aglutinam diálogos educativos, trajetórias subjetivas objetivadas, espaços de poder, feminismos, memórias e histórias que compõem o amplo processo de práticas discursivas acerca da inclusão, do empoderamento e do enfrentamento de situações de exclusão no contexto das diversidades culturais. Argumentamos, de forma geral, que as subjetividades, como um modo de autoanulação e/ou autoconhecimento, podem ser problematizadas, tensionadas e preteridas em diferentes âmbitos da Educação. Nesse sentido, aglutinamos nesse dossiê pesquisas (ensaios como forma) que projetam diálogos sobre como as identidades e alteridades são forjadas nas práticas ...
Signótica, 2012
Partindo da ideia de que se escreve hoje majoritariamente com o pressuposto de que não existe uma geração literária homogênea e da ideia de que, embora existam posições de conjunto, elas se dirigem não tanto ao passado, mas sobretudo ao presente, acompanho dois casos exemplares da recente escrita literária portuguesa em sua relação com a tradição: João Tordo, na área da ficção, e José Maria Vieira Mendes, na área da escrita para teatro.
Narrativa e experiência: relações familiares e amorosas no filme Cão sem dono
Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 2022
Trataremos de aspectos do longa-metragem Cão sem dono, dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca, procurando analisar sua estruturação narrativa e relação com a série social, com especial atenção à representação das relações familiares. Buscaremos abordar a obra com base na narratologia, a partir, sobretudo, das categorias personagem, narrador e focalização. Pretendemos ainda dialogar, de maneira pontual, com aspectos da fortuna crítica jornalística da obra.
Filosofia e Educação
Este ensaio se propõe a abordar o tema da escuta em sala de aula, durante as aulas de filosofia, junto aos estudantes de ensino fundamental II e ensino médio. A partir da escuta é que se trama um emaranhado de experiências que se articulam com os afetos ocorridos na relação entre a comunidade escolar. Além disso, é partindo destes afetos que pode-se pensar na sala de aula como um espaço de comunidade, onde todos os participantes contribuem para a aprendizagem significativa elaborando estratégias de lutas antirracistas e de um olhar para as singularidades. Logo, é no corpo e na produção de sentidos que a experiência e a filosofia se entrecruzam em sala de aula construindo desejos e entusiasmo.
Resumo: Propiciar um diálogo entre Benjamin e Nietzsche no que diz respeito a memória e sua relação com o corpo no processo de criação é a proposta deste ensaio. A memória, em Benjamin, implica um sentido para história que se apresente de modo descontinuo, remetendo à visão singular de quem contempla os acontecimentos históricos. Se o corpo é o espaço de criação, então, como pensar, do ponto de vista da educação, a interface entre corpo e arte no processo de aprendizagem? Seria a escola, espaço de formação, capaz de mediar uma educação que privilegie o corpo a partir do ensino da arte como condição de possibilidade de uma experiência histórica?
2008
O artigo parte do pressuposto de que tecnica e uma compilacao de procedimentos e elementos organizados de maneira particular. E que a experimentacao e desenvolvimento desses elementos so pode ser assimilada individualmente, para assim tornar-se propria. E que nunca uma pessoa fara igual a outra, porque os sujeitos sao diferentes entre si e sua relacao com os procedimentos e particular. Considera que a organizacao pessoal de procedimentos experienciados pode ser denominada de uma tecnica pessoal, individual, mesmo que ela possua pontos de contato com outros.
Contexto, leitura e subjetividade
Transinformação, 2001
Os estudos da efetivação do ato da literatura tecem suas raízes principalmente em três dimensões: o contexto, a motivação e o sentido. Os conceitos, advindos em primeira instância da história, da psicologia e da semiologia, respectivamente, demonstram o imbricado de assuntos e áreas do conhecimento que necessitam ser analisados para obter-se a compreensão da verdadeira efetivação da leitura. Apesar da fusão desses três conceitos atuarem quase indistintamente na prática da leitura, o artigo detém-se, de forma didática, na dimensão contexto. É considerado como o elemento catalisador da leitura, pois se o contexto descrito pelo autor não for ao encontro com o do leitor, não bater com a sua vivência, a ação leitura não se efetivará. São apresentados argumentos de pensadores da área de leitura, destacando conceitos, teses e postulados por eles elaborados.