Arte e literatura na sociedade do espetáculo (original) (raw)

A sociedade do espetáculo como linguagem

Este estudo parte da leitura de Giogio Agamben sobre a noção de sociedade do espetáculo, conceito de Guy Debord. Desenvolve-se, sobretudo, o espetáculo como linguagem destacando sua relação com o fetiche da mercadoria. A importância desse conceito pode ser também observada no debate de Bauman sobre a sociedade de consumidores. Em outro momento, são estabelecidas as relações do espetáculo com o conceito de Império, de Hardt e Negri. Além desses conceitos, que operam sobre uma mesma realidade, a noção de Outro, em Lacan, funciona como instância onipresente na constituição subjetiva. O que se busca neste artigo é estabelecer uma análise da contemporaneidade tendo como ponto central Debord, autor importante para o campo das Teorias da Comunicação.

Observações sobre a sociedade do espetáculo

2010

Em A Sociedade do Espetaculo, cumpre ressaltar, o que esta em jogo nao e a descricao puramente fenomenologica da crosta visivel da ilusao midiatica que cintila diante da percepcao do espectador inerte, mas a explicacao desde principios do desenraizamento do humano e suas consequencias para a vida do homem moderno. Nao uma analise particularista das manifestacoes imediatamente apreensiveis do espetaculo, coisa obvia a que os leitores de manuais, de fontes indiretas e equivocadas acostumaram-se, mas uma deducao consequente e necessaria de suas origens e articulacoes como fenomeno ligado a logica da producao e reproducao global do sistema capitalista.

Arte e literatura como sinais de vida

Grumo, 2007

Em 1979, formou-se em Santiago de Chile o grupo CADA (Colectivo Acciones de Arte). Integravam o grupo os artistas plásticos Juan Castillo e Lotty Rosenfeld, o poeta Raúl Zurita, o sociólogo Fernando Balcells e a escritora Diamela Eltit. Um pouco antes, Eltit começara a escrever seu primeiro romance, Lumpérica, publicado em 1983. Em que medida e de que modos esses dois trabalhos, o da escrita, com seus desdobramentos performáticos, e o coletivo -enquanto intervenções artísticas assim como políticas que partiram de ocupações diferentes da cidade -, se entrecruzam é o que gostaria de examinar nas próximas páginas. Para Eltit, assim como para os demais integrantes do CADA, a discussão sobre a função da arte sob ditadura não podia ser desvinculada de uma discussão sobre os meios de intervenção artística. Sua posição se definiu, como observou Nelly Richard 1 , por uma radicalização da experimentação como estratégia de interferência no poder ditatorial, no lugar das formas mais transparentes de contestação. Intuía-se que interferência não deveria visar um choque direto com o regime, como foi o caso de algumas agrupações artísticas que tiveram que passar para a clandestinidade, mas, estrategicamente, fazer uso da região cinzenta entre o proibido e o autorizado, procurando, por um lado, não cair na armadilha da autocensura que essa indefinição tendia a promover e, por outro, não ser apropriado por uma oficialidade que buscava criar uma zona de consenso que incluísse o máximo

Branding na sociedade do espetáculo

Esta dissertação parte da discussão sobre a relação entre as pessoas e as imagens, cujo marco de relacionamento é o capitalismo baseado no emocional e simbólico. Nessa medida surge uma visão crítica aos produtos multimídia no espaço público que alteram a relação do sujeito com o mundo que o rodeia. Este espaço também é alterado pelos discursos da publicidade e sua projeção dos imaginários comerciais no tecido social. As transformações das tendências artísticas e imagéticas no século XX nos oferecem elementos para usar o conceito de espetáculo, como espaço regulador da prática artística e publicitária na sociedade, levando em consideração que aspectos da interação nesses espaços têm raízes político-econômicas que suscitam posturas ideológicas nas artes em razão à relação usuário-interator e obra-produto, no contexto da hegemonia do capitalismo atual. O branding ao converter-se em eixo da criação estética contemporânea, junto à economia de consumo e a cidade como espaço para sua expansão, modificou através da semiose corporativa as linguagens artísticas e seus métodos, homogeneizando sua produção e recepção na superprodução de informação; o que, em resposta, propiciou nas artes a possibilidade de somar essas técnicas como matéria de trabalho plástico e conceitual. Para um aprofundamento nestas questões, analisam-se as obras Mecânica das emoções de Maurice Benayoun (2004-2011), 1000 platitudes (2003) de Rafael Lozano-Hemmer, Pure murder (2004) de Minerva Cuevas, Toywar - Etoy.share (2000-2001) de Etoy. Estes trabalhos artísticos integram usos particulares do branding, como parte da sua estratégia estética, poética e de conceito, que, ao fazer uso das estruturas de comunicação, contrasta os usos político-econômicos convencionais da imagem com táticas e estéticas que gerem posturas e atividades nos interatores, como possíveis formas de intervenção na sociedade do espetáculo.

Entre a literatura e o espetáculo: o papel e as contribuições do tradutor dramaturgista

Revista Conexão Letras, 2015

A concepção de que o tradutor pode ser um elemento de ligação entre o texto estrangeiro e a equipe de montagem é ainda muito recente no Brasil. Sob tal perspectiva, o tradutor atuará muito próximo do que se convencionou chamar Dramaturg (BOBES, 1987). A partir da análise da tradução de La Casa de Bernarda Alba[1], de Federico García Lorca (1898-1936), o presente artigo visa a demonstrar a importância da figura do tradutor no espaço intervalar entre o autor da obra estrangeira, o diretor, os atores e o público.Para tanto, serão explicitadas as várias etapas do processo que levaram ao resultadofinal da tradução, conforme o salientado por GARCÍA YEBRA (1983). [1] Minha tradução, publicada em tese de doutoramento produzida na UNICAMP, em 2008.

A literatura infantil entre o palco e o público

Dialogia, 2014

O espaço da literatura infantil ganhou, nos últimos anos, importância sinequa non na medida em que os índices de letramento literário aumentaram. Os veios de compreensão teórico-prática dessa questão apresentam-se das mais variadas formas. Nesse contexto buscamos compreender como o corpo poético no tópico ficção e realidade são ministrados.