A AUTONOMIA DA NATUREZA EM LUDWIG FEUERBACH (original) (raw)

Resumo: Partindo de uma interpretação imanente dos escritos principais de Ludwig Andres Feuerbach (1804-1872), o presente artigo remete a um aspecto central de sua filosofia que fora, infelizmente, até hoje insuficientemente investigado, a saber, a sua acepção de natureza. Defende-se, em primeiro plano, a seguinte hipótese: a reflexão de Feuerbach, que se refere à autonomia da natureza, ou seja, à natureza autônoma, que existe independentemente da consciência humana e que procura proporcionar-lhe valor, é para se entender como corretivo à religião e à filosofia especulativa, para poder fazer assim, simultaneamente, fronteiras a tais direções. Desse modo, o presente artigo apresenta a ideia feuerbachiana de que a natureza existe de maneira autônoma e independente e que possui precedência com relação ao espírito. Para Feuerbach, a natureza material independe do pensamento. Ela é, diante ao espírito, o original, o fundamento não deduzível, imediato, não criado de toda existência real, que existe e consiste por si mesmo. A natureza é dada ao homem por meio de seus sentidos como fundamento e essência de sua vida, sem a qual o homem não pode nem ser pensado nem existir. Sob esta condição, ela não deve ser vista como aquilo que ela não é, ou seja, nem como divina, nem como humana. A natureza sempre existiu, quer dizer, ela existe por si e tem seu sentido apenas em si mesma; ela é ela mesma, ou seja, nenhuma essência mística, pois, por trás dela, não se esconde nenhum absoluto, nada humano, nada divino, nada transcendental ou ideal. Palavras-chave: Natureza. Crítica ao Teísmo. Crítica ao Idealismo. Feuerbach.