O que é necessário para ser uma drag queen de sucesso? Negociações performáticas e estéticas entre corpos desviantes e o público mainstream (original) (raw)
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Super Queen: A Popularização da Cultura Drag no Mercado Mainstream
2020
This dissertation has as its objective discuss on the insertion of the drag queen figure in the mass culture market, and how the TV show RuPaul's Drag Race is integrated in this scenario. In order to do that, we'll approach aspects referent to the critical theory of culture industry developed by Adorno, and commented by Taylor and Harris, in addition to permeating the field of cultural competences of Martín-Barbero, the media culture of Douglas Kellner, the television culture of John Fiske and Henry Jenkins' media convergence, so that it is possible to justify the insertion of such artistic expression in the mainstream cultural scene and its relationship with the fan community, which ends up developing its own characteristics and being an important part in this process. To make this possible, an analysis of audiovisual content will be carried out, with five episodes of the show being analyzed to find which characteristics of the drag culture are shown in the program, while also pointing out which narrative elements are used by the production of the show and how Drag Race became a cultural phenomenon.
Anais do 1º Simpósio Popfilia: Que pop é esse que nos habita?, 2021
Este resumo busca pensar os vínculos estéticos, sensíveis e dramáticos entre performances de drag queens e aquilo que Suzana Mateus (2020) chama de sensibilidade diva. A percepção dessa sensibilidade nos chega através de duas apresentações de dublagem específicas das canções So Emotional, de Whitney Houston, e A Natural Woman, de Aretha Franklin, pelas drags Sasha Velour e Latrice Royale, respectivamente, no programa RuPaul's Drag Race, que servem como ponto de partida para pensar o espraiamento da sensibilidade acionada no palco para as pistas imaginadas de dança. Pensamos que esse movimento de espraiamento palco→pista acontece através de sensações e percepções supostamente despertadas e transmitidas por performances que evocam este tipo de sensibilidade, criando aparições temporárias. Assim, interessa-nos pensar as vinculações performáticas entre divas e drags não apenas através de referências contextuais e arquivais, mas, e sobretudo, através da instância do repertório (TAYLOR, 2013), dos saberes que se evidenciam por meio da corporeidade, do sensível.
We're all born naked and the rest is drag": técnicas e tecnologias da performance drag queen
Cadernos de gênero e tecnologia, 2022
We're all born naked and the rest is drag": técnicas e tecnologias da performance drag queen. Cad. Gên. Tecnol., Curitiba, v. 15, n. 46, p. 19-45, jul./dez. 2022. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt. Acesso em: XXX. Direito autoral: Este artigo está licenciado sob os termos da Licença Creative Commons-Atribuição 4.0 Internacional.
Performatividade Corpo e Genero Drag Queen.pdf
Psicologias em Reflexão, 2017
A performatividade apreende o real da performance e atua na desconexão no espaço do “entre”, causa/efeito, significado/mundo, criando tensão entre o real e o ficcional: aquilo que se vê desperta uma apreciação simbólica do espectador. No Espaço do entre, há algo na obra que infere uma ruptura de continuidade das coisas que sugere um resultado estético de obra aberta à recepção daquele que participa ativamente do evento, deixando-o flutuar na ambiguidade das significações que vão ganhando vida à medida que algo vai acontecendo. A performatividade é uma ação (o performer cumpre a ação) antes de projetar valores simbólicos; observa-se o fenômeno do interior. A performance é um resultado do espetáculo (o olhar do espectador cumpre a ação); observa-se o fenômeno do exterior. No fazer-dizer do corpo, performatividade, alguma coisa pode ser outra ou alguma coisa que está sendo realizada.
A drag queen e a cidade: entre a metrópole e o rizoma
Pedro Henrique Almeida Bezerra, 2022
Pensar a metrópole como um lugar padronizador e binário, livre de ambiguidades, enquadrado pela racionalidade e frieza do dinheiro enquanto valor de troca, sufoca assim a pessoalidade e multiplicidade do urbano. Essa é uma caracterização que explica, pelo menos em partes, a aversão e marginalização que certos grupos sociais acabam sofrendo no interior das grandes cidades. O presente estudo busca desvelar a existência da drag queen como um ser que habita e ocupa a cidade, mesmo que durante a noite e em um território pouco valorizado. Conclui-se que as drags mobilizam um embaralhamento da lógica fria, calculista e delimitada da cidade em favor de uma existência híbrida, confusa e diversa, tornando-se uma ameaça potencial a racionalidade de funcionamento da cidade enquanto metrópole conforme qualifica Simmel (1979).
O empalhamento da performance: a drag queen como cobaia mainstream do parque farmacoponográfico
Revista Brasileira dos Estudos da Homocultura (REBEH), 2019
O presente trabalho tem como objetivo discutir a dimensão aurática da performance drag queen nas dinâmicas do tecnocapitalismo. Ao levar em consideração as contribuições de Preciado (2018) sobre a biopolítica e o regime farmacopornográfico diante dos processos de tecnificação gestionados pelo corpo, pretende-se perceber como o capitalismo artista (LIPOVETSKY; SERROY, 2015) através do poder performativo de produzir artefatos empalha a performance do fenômeno drag queen como forma de controle da subjetividade na era transestética. Nesse sentido, vale considerar a dimensão semiótica-técnica da produção performativa de gênero, no sentido de perceber que a performance drag no circuito de consumo da indústria cultural se aproxima da produção de subjetividades tóxicas-pornográficas. Portanto, tendo em vista o trabalho dentro do circuito fechado da excitação-capital-frustração-excitação-capital, a drag queen parece cada vez mais distante da dimensão artivista da emergência política e cada vez mais próxima do tecnogozo que o verniz plástico do consumo desenha como mais valia do proletariado farmacopornográfico.
A Performance Drag Queen e Suas Reverberações
Linha Mestra
Apesar de existirem algumas conceituações que buscam abarcar o conceito de drag queen ou o que seria a performance drag, podemos entender essa forma de arte e expressão como fazer de caráter expansivo, sempre inovador. A montação, ato de construir e arquitetar o próprio corpo com acessórios, roupas, cosméticos e edições de imagem, consiste em um dos principais artifícios que permitem as drag queens construírem e alterarem a realidade de acordo com suas ambições e desejos. Além da montação, os movimentos, gestos, performances e gírias que envolvem a performance drag atravessam e são atravessadas pelas linhas de segmentaridade rígidas, linhas maleáveis e linhas de fuga e se presentificam em movimentos de desterritorialização e reterritorialização.
2021
Neste artigo, discutimos as vicissitudes das diferentes montações e performances drag e de pessoas gênero-dissidentes. Fazendo uso do termo “performance trans”, na perspectiva de Juliana Frota da Justa Coelho, pretendemos refletir sobre diferentes formatos e efeitos suscitados por performances de gênero. O objetivo é, sem intenção de constituir uma trajetória histórica supostamente única, compreender as potencialidades e os desafios destas performances e promover uma reflexão sobre os efeitos dessas manifestações em nossa sociedade e o contexto social dos lugares onde ocorreram e ocorrem. A partir da teoria queer, que se apresenta como crítica à cisheteronormatividade, voltamos a nossa atenção para a análise de performatividades não hegemônicas que tensionam tais normas. Assim, o artigo foi dividido metodologicamente em três partes: 1) discussão teórica sobre a normatividade envolvendo os usos do corpo generificado; 2) contextualização das performances drag queen; e 3) análise acerc...
As aparências e os gêneros: Uma analise da indumentária das drag queens
2010
Resumo: Este artigo tem por objetivo analisar a indumentária das drag queens para entender as articulações entre as produções de aparências e as construções de gênero. Por meio dos depoimentos obtidos com suporte nos instrumentos teórico-metodológicos da história oral, analisamos a percepção dos sujeitos acerca do papel desempenhado pela indumentária na transformação do corpo masculino em feminino, portanto, na criação de uma aparência "feminina". Através das narrativas orais e visuais foi possível dimensionar e entender as versões e visões que estes sujeitos constroem para o feminino, rompendo balizas e premissas que associam o sexo às roupas, a moda e aos gêneros.