PROMETEU ENTRE DOIS MITOS: TRAGÉDIA E PSICANÁLISE (original) (raw)
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Trivium: Estudos Interdisciplinares, 2016
Fragmentos de tragédia e de psicanálise", eis o subtítulo escolhido por Antonio Quinet para o seu novo livro Édipo ao pé da letra, recém lançado pela editora Zahar. Um e outro, o título e o subtítulo, são fieis ao que o leitor encontrará, na medida em que for virando suas páginas. Porém, mais do que isso, suas páginas testemunhariam, se necessário fosse, que não vivemos para além do Édipo, como não vivemos para além do inconsciente, nem mesmo da psicanálise. Mas, para caminhar com seus próprios pés, é preciso tomar o Édipo ao pé da letra. Esta seria talvez a melhor síntese de todo o livro. Arriscaria dizer que a ideia da escrita por meio de fragmentos dá ao livro um toque singular que nos permite tratá-lo como uma sessão de análise, como se estivéssemos escutando algo assim: "Sim, comece de onde você quiser. Quer voltar atrás? Então volte, quantas vezes você quiser. Já não dizia Fernando Pessoa que é preciso navegar?!" Tome a direção que tomar, você irá surpreender-se. Se o autor nos adverte de que encontraremos algumas frases repetidas, verificamos, no entanto, que a repetição nunca é repetição do mesmo, pois este livro, simultaneamente leve e erudito, é acima de tudo um cuidadoso trabalho de decifração de enigmas. Com ele, tomamos conhecimento dos diferentes modos de se ler a tragédia de Édipo, aprendemos como traduzir os mais variados termos da língua grega, e descobrimos o sentido, por vezes trágico, do gozo de lalíngua. São ao todo cinco partes: Édipo em Freud, Édipo em Lacan, Retorno a Sófocles, O enigma da Esfinge e A tragédia grega. Cada uma é composta por um número variável de capítulos, e este chegará a 23 na última parte. Composto por uma série de fragmentos, nem por isso se trata de um livro fragmentado. Qual Sherlock Homes, ele nos deixa a impressão de que Quinet se deixou guiar de ponta a ponta por uma pergunta misteriosa: Por que Sófocles não se debruçou sobre o crime de Laio? E seus desdobramentos: Por que Freud e Lacan tampouco o fizeram? Por que, principalmente, omitiram este crime que se estende como uma maldição pelas gerações subsequentes e põe fim aos filhos de Édipo e de Jocasta sem deixar herdeiros? A bem da verdade, desde a orelha do livro, somos informados de que Antonio Quinet, com seu Édipo ao pé da letra, vai em busca da "preteridade velada", desta que só advirá em ato, mediante o inevitável retorno do recalcado. Ao revirar o Édipo pelo avessoseguindo uma orientação bem lacaniana, por sinal-ele descobre a origem do vaticínio do oráculo de Delfos: "Matarás teu pai e dormirás com tua mãe!" Ela está no crime de Laio, o homem do pé torto. Para quem não sabe, o avô do Édipo se chamava Labdaco, isto é, pé manco, seu pai,
TRANSEXUALIDADE: SAÚDE PUBLICA E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
TRANSEXUALIDADE: SAÚDE PUBLICA E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO, 2017
O presente trabalho teve por objetivo discutir o atendimento a pessoas transexuais no Sistema Único de Saúde e qual é o papel do psicólogo neste contexto. A transexualidade é entendida pela ciência como um transtorno de identidade de gênero e o seu tratamento é a readequação sexual ao corpo de identificação. Deste modo, o presente trabalho analisou através de pesquisa bibliográfica a forma como a transexualidade é definida na área da saúde, como funciona o atendimento a população transexual na saúde brasileira e como o psicólogo atua com essa demanda. Discutindo as possíveis contribuição e melhorias que a Psicologia pode trazer a este cenário. Verificou-se com a pesquisa a importância das discussões a respeito da despatologização da transexualidade, também se faz importante que identidade de gênero seja discutido na formação do psicólogo, garantindo assim, que essa população tenha um atendimento adequado.
DA PEDAGOGIA V A PSICANÁLISE 1
fnnl entarei, através do assunto que me foi proposto^, mostrar em que a contribuição de Lacan é fundamental, não somente no campo da psicanálise, mas também em outros campos, como por exemplo, o da pedagogia, e isto a fim de precisar as competências e os limites de cada um.
ANA AZEVEDO - MITO E PSICANÁLISE
ANA AZEVEDO - MITO E PSICANÁLISE , 2004
Um importante jornal de Brasília publicou, há algum tempo, matéria tratando de responder a uma série de dúvidas que comumente temos sobre saúde, alimentação e esporte (por exemplo, se o ovo aumenta o colesterol; se a margarina é melhor que a manteiga, ou se pintas e sinais podem virar câncer). As respostas, todas bastante assertivas e conclusivas, vinham divididas sob duas categorias, ou melhor, dois veredictos: mito ou verdade. Assim, as perguntas sobre o ovo e a margarina foram classificadas de “mito”, e a questão sobre pintas e sinais, de “verdade”
DROGADIÇÃO E TRANSICIONALIDADE: INTERVENÇÃO PSICANALÍTICA
Revista Funec Científica - Multidisciplinar , 2017
Para um desenvolvimento satisfatório, a criança necessita de uma sustentação ambiental que viabilize conquistas de tarefas típicas do desenvolvimento rumo a um ser integrado e de uma confiança firmada no vínculo com a mãe, para que possa ser suportada sua falta nos processos de dependência rumo à independência relativa, bem como na fase de transicionalidade. Perturbações ocasionadas por um ambiente intrusivo poderão acarretar uma incessante busca a objetos que possam suprir o ego do sujeito. Estabelecer um bom contato com o mundo interno e externo, isto é, com os próprios sentimentos e com os que os cercam, é uma difícil tarefa encontrada por uma significativa parcela de dependentes químicos, em decorrência disto objetivou-se relacionar a drogadição humana a possíveis falhas nos processos de dependência absoluta e transicionalidade defendidos por Winnicott. Neste sentido, o desenvolvimento da pesquisa realizou-se por meio de uma revisão integrativa, utilizando-se de periódicos científicos indexados na base eletrônica do LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) sendo restringido o uso de publicações do período entre 2006 a 2016. De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que tal teoria contribui na visualização de falhas na maturação, que possibilitará ao analista atender as necessidades do paciente.
Psicanálise e Pedagodia Ou Transmissão e Formação
Revista USP, 1996
Este texto foi objeto de uma conferência no mestrado em Educação na Universidade Federal de Recife a convite do prof. Xavier Uytdenbroeck. Os procedimentos pedagógicos são de um registro absolutamente estranho à experiência analítica (1). Lacan pronunciava essa frase em janeiro de 1955 no seminário intitulado "O Eu na Teoria de Freud e na Técnica da Psicanálise". Há, portanto, mais de 40 anos. As relações entre a pedagogia e a psicanálise mudaram certamente desde então. Mas gostaria de averiguar se não foi mais um aforismo de Lacan lançado à la cantonade, para que, não necessariamente, entendamos sua significação, mas para que, ao ouvir a frase, soframos seu impacto e repensemos a prática pedagógica. Proponho rastrear lentamente o pensamento lacaniano na sua leitura freudiana para depois tirar algumas conclusões. Lacan falava duramente contra os pedagogos que trabalhavam há 40 anos na França e não podia conhecer o trabalho desenvolvido hoje, mas, de qualquer maneira, esta releitura poderia nos ajudar a situar o homem numa perspectiva, ainda nova para muitos, que é a perspectiva psicanalítica. PHILIPPE WILLEMART é professor do Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP e autor, entre outros, de Universo da Criação Literária (Edusp) e Além da Psicanálise: a Literatura e as Artes (Nova Alexandria).
MARCIO ANTONIO COUTINHO - FREUD, CRIADOR DA PSICANÁLISE
MARCIO ANTONIO COUTINHO - FREUD, CRIADOR DA PSICANÁLISE, 2002
A vida de Sigmund Freud foi um evento que marcou a história da humanidade. Ele descobriu que o homem é regido por forças que escapam à consciência, algo de que o ser humano tanto se gaba para diferenciar seu gênero de todas as espécies animais e que, no entanto, é apenas a ponta de um imenso iceberg chamado inconsciente. Assim como Copérnico demonstrou que a Terra não é o centro do universo e Darwin retirou o homem do centro da criação, Freud descentrou a razão: o inconsciente é a Outra Cena que revela que o ser humano não possui domínio de si mesmo. A existência de um pensamento inconsciente, operando continuamente, redimensiona de modo radical o cogito cartesiano: como sustentar que “penso, logo sou”, se há algo que pensa em mim e, mais do que isso, trama à minha revelia? Logo, eu não penso, e sim “sou pensado”... O inconsciente apresenta uma realidade sexual, e a sexualidade, que desde Aristóteles pertencia ao campo da bestialidade, se tornou a partir de Freud não só a pedra angular da constituição da subjetividade, mas também da cultura. Todas as criações humanas, sem exceção — os esportes, as artes, as ciências etc. —, estão ancoradas num desejo sexual indestrutível que constitui o núcleo do inconsciente.
TRATADO PRÁTICO OU O MONGE - EVAGRIO PÔNTICO.pdf
Hieromonge Gabriel Bunge (1940-) é um renomado teólogo suíço e estudioso de Patrística que foi anteriormente um Hieromonge Católico Romano da Ordem de São Bento (OSB) que foi recebido na fé Cristã Ortodoxa em 27 de agosto de 2010.