Educação popular na América Latina: experiências e contradições de uma década em movimento (original) (raw)

Educação popular na América Latina no novo milênio: impactos do novo paradigma

ETD - Educação Temática Digital, 2008

O trabalho objetiva realizar um balanço da trajetória das ações, práticas e políticas pedagógicas da educação popular na América Latina, nas últimas décadas. Destacam-se as novas tendências, seus fundamentos, as novas áreas temáticas, suas práticas e inovações. Destacam-se também suas inovações no campo da educação não-formal e as articulações com a educação formal. Analisa-se a contribuição e o papel do método de Paulo Freire nesta trajetória. As questões básicas abordadas são: o que mudou no novo paradigma? Como tem interferido, na área da educação popular, as mudanças na economia globalizada e a conjuntura sociopolítica do país e suas políticas sociais de corte neoliberal? Como tem atuado, na educação popular, o setor organizado da sociedade civil, portador de novas formas de associativismo, expressas em Ongs do Terceiro Setor e em novíssimos movimentos sociais? Qual foi o papel do processo de conscientização, previsto na método freireano, no desenvolvimento atual da educação pop...

Educação popular na América Latina e questão social: da desigualdade à resistência

Educação (UFSM), 2017

Este estudo tem como temática central a educação popular no contexto latino-americano. O objetivo do trabalho é contextualizar a educação popular na América Latina evidenciando suas possíveis interfaces com a questão social em suas dimensões constitutivas: a desigualdade e também a resistência. Para alcançar tal objetivo, optou-se pela revisão bibliográfica, cabendo ressaltar que o trabalho se pauta pela perspectiva teórica histórico-crítica. Identifica-se na educação popular, emergente no contexto em foco, contribuições para a tomada de consciência e emancipação humana. Espera-se que as considerações aqui trazidas, ao não encerrarem o debate em torno da temática, possam contribuir para o estabelecimento de novas reflexões capazes de problematizar com maior propriedade nossa história e, por isso melhor compreender nosso presente e pensar nos limites e possibilidades para nosso futuro.

Percursos e utopias - fragmentos da história da Educação Popular na América Latina

Percursos e utopias - fragmentos da história da Educação Popular na América Latina, 2024

A Educação Popular tem sua história vinculada à história da América Latina. Tais cenários nos provocam a pensar possíveis intersecções entre os percursos e as utopias latino-americanas, com olhares ontológicos e históricos, imbricados ao movimento de Educação Popular no Brasil. Nesse contexto, o trabalho se orienta pela abordagem teórico-bibliográfica, através de uma perspectiva memorialística, objetiva identificar, diferentes sentidos, significados, características que ao longo de sua história foram atribuídas ao termo Popular-Cultura Popular e/ou Educação Popular, por meio de Pesquisadores(as) e Educadores(as) Populares latino-americanos precursores da Educação Popular, tanto no Brasil, quanto em outros países da América Latina, por meio de profundo mapeamento de seus percursos históricos, políticos, pedagógicos e sociais. As conclusões se abrem para o papel fundante que os movimentos sociais da América Latina, constituíram-se por meio de seus expoentes identificados no mapeamento, dos quais carregam em seu bojo a história viva da Educação Popular enquanto práxis, marcada no corpo, na memória e no céu na história da Educação Popular da América Latina.

Educação popular na América Latina por entre as memórias de Oscar Jara e os percursos de Paulo Freire

Educação popular na América Latina por entre as memórias de Oscar Jara e os percursos de Paulo Freire, 2021

O Círculo de Cultura que originou esta entrevista, no início de junho de 2021, por videoconferência, aconteceu em meio à pandemia e às comemorações do Centenário de nascimento de Paulo Freire. Nele, o educador popular Oscar Jara, Presidente do CEAAL- Consejo de Educación Popular de América Latina y el Caribe e Director del Centro de Estudios Alforja - CEP Alforja, fala da gênese da Educação Popular pela América Latina e da convivência com Paulo Freire. Inscrevem-se na memória as lutas, as utopias e o tempo que reflete a luz dos desafios contemporâneos. O diálogo tematiza o encontro com a Educação Popular e com Paulo Freire, alguns marcos históricos na América Latina, os conceitos de Cultura Popular, e atravessa influências de Carlos Rodrigues Brandão, dentre outros que foram surgindo. A entrevista se configura como registro histórico, revisita a esperança, a resistência, a criatividade e adensa as ações e investigações no campo da Educação Popular, apontando a necessidade da sistematização das experiências educacionais e populares, políticas e culturais no mapa do Continente latino-americano. Dialogar com Oscar Jara foi, ao mesmo tempo, dialogar com as concepções de Paulo Freire e conhecer memórias e práticas vinculadas à teoria e à militância, que marcaram o espalhamento dos processos epistemológicos e do pensamento Freireano, dos movimentos populares e sociais.

Educação popular em pauta: uma história de resistência

Revista Internacional de Extensão da UNICAMP, 2021

Historicamente, diversos movimentos sociais buscaram combater as formas de opressão vivenciadas pelas camadas populares da sociedade. No presente trabalho, refletimos sobre a história de um cursinho popular localizado na cidade de Campinas, intitulado Liberte-se!, apresentando-o como uma organização de militância e como uma extensão universitária articulada à luta por uma educação dialógica e crítica, classificando-o, inclusive, como um desses movimentos. Desse modo, fundamentados em pressupostos educacionais que se voltam para uma perspectiva crítico-transformadora, refletimos sobre a educação popular, pensando em desafios e possibilidades a partir de nossa própria história. Por conseguinte, as reflexões nos levam a apontar que o Liberte-se! configura-se como um exemplo de possibilidade de transformação de sujeitos e de realidades sociais que emergem em meio aos recentes movimentos estudantis. Outrossim, essa mistura de sujeitos e de histórias nos indica a necessidade de que sejam consolidadas práticas que possibilitem uma educação democrática e libertadora.

Movimentos sociais, alternativas ao desenvolvimento e construção educativa popular na América Latina

Ensino, Saude e Ambiente, 2021

O presente trabalho tem como objetivo entender as lutas sociais na América Latina e Caribe que resistem ao modelo de desenvolvimento hegemônico, em uma percepção de suas trajetórias como agentes fundamentais na construção pedagógica popular. São os movimentos sociais e comunidades de atingidos que formulam as alternativas a esse modelo, que dita de forma desigual e dependente a formação política e social desses países. O artigo nasce com a proposta de relacionar os processos e práticas insurgentes para resistir, (re)existir e (re)viver pedagogias, ligados ao que Paulo Freire (2003) chamou de "motivos de esperança no desespero". A partir do trabalho construído coletivamente na Cartilha Pacha: defendendo a terra, publicada em 2018 pelo Grupo de Relações Internacionais e Sul Global da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (GRISUL-UNIRIO)[1], o artigo articula particularmente os aprendizados tecidos na resistência de mulheres atingidas pelo Extrativismo com a educaç...

Vivências em Educação Popular da/na América Latina e Caribe: um diálogo entre Brasil e Argentina

Tese de Doutorado, 2021

A presente investigação objetiva Analisar as vivências educativas dos (as) educadores (as) populares dos coletivos NEP (Brasil) e CEIP-H (Argentina) e as contribuições desses coletivos para a construção de pedagogias decoloniais. Os objetivos específicos da pesquisa são: a) Identificar os referenciais teóricos e metodológicos das práticas educativas da CEIP-H e do NEP; b) Analisar as práticas educativas da CEIP-H e do NEP; c) Debater as aproximações e diferenças dos processos pedagógicos; d) Caracterizar as contribuições pedagógicas dos coletivos investigados. A Pesquisa adota o método analético que dialoga com as seguintes matrizes epistêmicas: as contribuições da Investigação-Ação-Participativa (IAP), os arranjos teóricos e metodológicos da Educação Popular Libertadora e com as construções epistêmicas do movimento/paradigma Decolonial. É uma pesquisa do tipo qualitativa com pesquisa de campo e com características de estudo de casos múltiplos. Foram entrevistados (as) 06 educadores (as) da Argentina e 06 educadores (as) do Brasil. Conclui-se que os coletivos de educação popular investigados produzem pedagogias que são forjadas em seus territórios educativos populares e nas relações desses (as) educadores (as) com o mundo e com os seus (suas) educandos (as), são pedagogias que criticam os processos de colonização cognitiva, afetiva, ontológica e política. São pedagogias que buscam decolonizar a partir das raízes dos povos latino-americanos e caribenhos e buscam estabelecer alianças éticas, políticas e epistemológicas na construção pedagógica em diferentes latitudes e longitudes da periferia do sistema-mundo moderno/colonial/capitalista. This research aims to analyze the educational experiences of educators (the) popular groups of NEP (Brazil) and CEIP-H (Argentina) and their contributions collectives for the construction of decolonial pedagogies. The specific objectives of the research are: a) Identifying the theoretical and methodological frameworks of practices educational activities of CEIP-H and NEP; b) Analyze the educational practices of CEIP-H and NEP; c) Discuss the approaches and differences of the pedagogical processes; d) Characterize the pedagogical contributions of the investigated groups. Research adopts the method analytical that dialogues with the following epistemic matrices: the contributions of Participatory-Action-Research (IAP), the theoretical and methodological arrangements of Education Popular Libertadora and with the epistemic constructions of the movement/paradigm Decolonial. It is a qualitative research with field research and with characteristics of multiple case study. 06 educators were interviewed from Argentina and 06 educators (as) from Brazil. It is concluded that education collectives investigated produce pedagogies that are forged in their territories educational activities and in the relationships of these educators with the world and with the its (their) students are pedagogies that criticize the colonization processes cognitive, affective, ontological and political. These are pedagogies that seek to decolonize from from the roots of the Latin American and Caribbean peoples and seek to establish ethical alliances, political and epistemological in the pedagogical construction in different latitudes and longitudes from the periphery of the modern/colonial/capitalist world-system.

Educação popular na América Latina : percursos de educadoras e educadores populares da geração de 1960 no Brasil

Educação popular na América Latina : percursos de educadoras e educadores populares da geração de 1960 no Brasil, 2022

A década de 1960 foi marcada pela criação e desenvolvimento de experiências sociais que nos primórdios dos "anos sessenta" receberam nomes como: Movimento de Cultura Popular (MCP), Centro de Cultura Popular (CPC), Movimento de Educação de Base (MEB), Juventude Universitária Católica (JUC), dentre outros. Os processos políticos, pedagógicos e sociais da Educação Popular foram gestados no seio desses movimentos, e posteriormente se espraiaram por todo Brasil e pela América Latina. Esta pesquisa buscou recobrar percursos, experiências e memórias dos principais atores individuais e coletivos reunidos ao redor do que veio a ser a Educação Popular a partir de 1960, reconstruindo suas gêneses históricas, ontológicas e seus antecedentes pelo Brasil e pela América Latina por meio de uma digressão temporal até 1964. Para as análises, elegeu-se o recorte cronológico compreendido entre 1953 a 1964, tendo como marcos históricos a Revolução Cubana e a instauração da Ditadura Militar no Brasil. Para tal empreitada nos ancoramos em grande medida na produção bibliográfica dos professores Educadores(as) Populares que viveram e fizeram parte desta época, tais como, Carlos Rodrigues Brandão (1977; 1986; 2009), Paulo Freire (1967; 1989; 1994), Osmar Fávero (1983; 2001; 2002), Oscar Jara (1984; 2009; 2020), e posterior à essa época Maria Clarisse Vieira (2006) que cedeu um precioso relicário de memórias para trazermos de volta os percursos políticos-pedagógicos do casal Vera Barreto e Zeca Barreto (1992). Adotamos uma metodologia de cunho teórico-bibliográfico, e com os aportes da abordagem qualitativa realizamos as entrevistas com acesso público e gratuito. Do conjunto de documentos analisados, destacam-se as cartilhas de alfabetização e pós-alfabetização do conjunto "Viver é Lutar", dos quais identificamos o MEB como a principal frente de alfabetização nacional de adultos na década de 1960, e como experiência pioneira de "educação a distância no Brasil", por meio de suas escolas radiofônicas. Mapeamos e resgatamos os sentidos e significados ao longo da gênese, história e ontologia do termo "popular - cultura popular - educação popular", além disso encontramos uma grande quantidade de "mulheres protagonistas" ao longo da história da Educação Popular na América Latina, nas linhas de frente dos processos de alfabetização popular em seus países. Outrossim, constatamos que as experiências individuais desses "Educadores(as) da Geração de 1960" se vinculam sempre a experiências coletivas de alfabetização de cunho popular e social. Esta pesquisa encontrou como dado central que esses professores "Educadores(as) Populares" não só são protagonistas da Educação Popular, mas sim, eles são fundantes dos processos da Educação Popular no Brasil e na América Latina, eles não só fazem parte da geração de Educadores(as) Populares da década de 1960, mas também são os próprios fundadores das premissas político-pedagógicas e sociais da Educação Popular, que continua viva por meio deles e através de uma nova geração de Educadores(as) Populares inspirados nessa geração nos dias de hoje