Fronteiras borradas na pós-modernidade: os trappers, retratos do contemporâneo (original) (raw)

Diante de janelas: fronteiras entre público e privado na (pós)modernidade

Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 2007

A imagem da janela e suas variações são utilizadas no presente artigo como caminho de discussão sobre as transformações entre as conceituações de público e privado, ocorridas desde o século XIX. A investigação sobre Edgar Allan Poe e João do Rio é determinante para entender a tensão que o sujeito surgido na modernidade sofre ao tentar preservar sua intimidade, ao mesmo tempo em que é chamado a participar das novas estruturas sociais. Literatura e leitura caminham no sentido de propor uma ordenação de um mundo cada vez mais caótico, prova disso é o nascimento do gênero policial em pleno século XIX. No entanto, as novas janelas que a contemporaneidade vê surgir, telas virtualizadas que ocupam papel central na comunicação pessoal e de massa, tornam necessário que investiguemos as novas configurações sobre a intimidade do sujeito e sua busca por segurança no espaço público. Nesse sentido, Rubem Fonseca e Luiz Ruffato surgem como nomes importantes no cenário da literatura brasileira e que denunciam em sua prosa o afastamento do homem e da cidade, vista, muitas vezes, como um texto indecifrável.

Entre Paisagens: Às Frestas Da Cidade Contemporânea

Projectare: Revista de Arquitetura e Urbanismo

O artigo faz parte de uma pesquisa de mestrado que versa sobre o estudo da paisagem urbana contemporânea. O conceito da Terceira Paisagem desenvolvido por Gilles Clément oportuniza e potencializa a discussão sobre territórios abandonados na cidade contemporânea, especificamente, ao pensar, a partir da ação biológica, suportes para ações e pensamentos no presente. Por meio de revisão de literatura, o artigo busca levantar argumentos teóricos que auxiliem na construção de uma outra cultura da paisagem urbana, destacando os sentidos e potencialidades da implementação do Estudo de Gestão Estratégica de Terrenos Abandonados de Montpellier - França. Ao fim, pistas para a apreensão e leitura da paisagem urbana buscam contribuir para o enfrentamento dos desafios urbanos contemporâneos.

"Fronteiras imaginadas" e a paisagem como questão na fotografia contemporânea.

Modos de ser Sul: territorialidades, afetos e poderes., 2020

O texto trata da construção de “Fronteiras imaginadas”, um arquivo visual e poético que apresenta, através de fotografias, videos e prints de telas, algumas das questões que marcam o extremo sul da Itália, como imigração, gentrificação e a coexistência de múltiplos territórios simbólicos e identitários. No contexto do que vem sendo chamado de Landscape studies, pretende-se aproximar a experiência da criação do arquivo da noção de paisagem como conceito e categoria analitica que considera o espaço como prática social e narrativa. A partir desta aproximação, pretende-se discutir os modos como a fotografia contemporânea de paisagem vem inventariando e representando não apenas espaços naturais e construídos, mas redes de relações históricas e sociais que constituem a experiências dos lugares. The text discusses "Imagined Borders", a kind of visual and poetic archive which presents, through photographs, videos and screen prints, some of the issues that characterizes some parts of south of Italy, such as immigration, gentrification and the coexistence of multiple symbolic and identity territories. The archive is part of an ongoing research developed by the author in 2016 at the University of Bari, Puglia, on contemporary landscape photography, which investigates the role that photography in art seems to have today in redefining the parameters of apprehension and mediation of social experience through image. In the context of what has been called Landscape studies (Delue and Elkins, 2008), the aim here is to cross the experience of the archive with the notion of landscape as a concept and analytical category that considers space as a social and narrative practice (Santos, 2006). From this approach, I intend to discuss the ways in which contemporary landscape photography has been inventing and representing not only natural and constructed spaces, but networks of historical, social and discursive relations and their tensions, thus constituting certain experiences of place. As part of this genre of reflection and at the same time as result of such reflection, "Imagined Borders" is also an investigation on the forms of representation in contemporary photography, where the image is assumed in its lacunar aspect (Didi-Huberman, 2011) and abolishes the mimetic and causal subordination between form and content without renouncing its documentary aspect.

A pintura em pânico, a fotomontagem e a pós-modernidade

2020

Observing Erwin Panofsky's (1955) indications about the way to interpret a work of art, this article proposes an approximation between A pintura em pânico (1943) photomontages book, composed by poet Jorge de Lima (1893-1953), and the postmodernity’s concept developed by Gianni Vattimo in The transparent society (1989). To this end, the avant-garde photomontage is understood as a subversion of the photographic principle itself considered as analogue to reality, and also as a rupture to painting as a pictorial composition’s canonic method. We also resort to the Gianni Vattimo’s established approximation between the concepts of shock in Walter Benjamin (1955) and Martin Heidegger’s stoss (1977), in order to suggest photomontage transcended its period and works as analogue to post modern’s condition, which is, above all, multiform.

O labirinto da Contemporaneidade

O presente trabalho discute a modernidade e a produção da subjetividade contemporânea. Toma-se como modelo o labirinto de . Existem três tipos de labirintos: o labirinto clássico, o maneirístico, e a rede. O clássico é unicursal. Assim que se entra, a única coisa que se pode fazer é chegar ao centro e, do centro, só o que se pode fazer é encontrar uma saída. O maneirístico propõe escolhas alternativas. Todos os percursos levam a um ponto morto, com exceção de um que leva à saída. Na rede, cada ponto pode ter conexão com qualquer outro ponto. Se os labirintos anteriores têm um interior e um exterior, a rede, extensível ao infinito, não tem nem um dentro nem um fora. A partir deste modelo discute-se a produção de individualidades e subjetividades, do corpo como meio de comunicação e a produção de imagens

Monstros da cidade pós-moderna

Jeffrey Jerome Cohen abre o livro Monster Theory: Reading Culture (1996) com um ensaio que propõe que é possível ler a cultura de determinada sociedade através dos monstros engendrados por ela. Monstro, nesse sentido, descola-se do conceito estrito de criaturas do horror sobrenatural, mas tampouco perde sua especificidade: são monstros as figuras que corporificam as ansiedades, inseguranças e medos – mas também as fantasias, o delírio e o desejo – de uma comunidade. São feitos, dirá Cohen, de pura cultura, e dessa forma, sintetizam certo zeitgeist. Um dos mais populares monstros da pós-modernidade é o serial killer. Abundantemente presente na ficção – mas não apenas restrito a ela – essa figura simboliza com perfeição a, em termos baumanianos, ubiquidade do medo nessa modernidade líquida que, apesar de ter atingido o ápice da tecnologia de segurança, vigilância e controle, nunca se sentiu mais frágil. Há, no entanto, no Brasil, um descompasso entre os monstros que se popularizam na ficção – importados de fora – e os medos próprios de nossa cultura. Aqui, não são nossos quase desconhecidos assassinos seriais, como Febrônio, Chico Picadinho ou o Vampiro de Niterói, que inspiram a ficção ou povoam as manchetes de jornal e, por consequência nosso imaginário de medo. São outros os monstros que engendramos. Para o cidadão metropolitano, sobretudo, a figura do serial killer dá lugar a outro tipo de criminoso, o traficante. Com base em obras como Cidade de Deus (1997), Inferno (2000) e Abusado (2003), nos propomos, nesse trabalho, a investigar a construção da personagem traficante – não a figura real – como monstro, analisando sua presença na literatura e lendo, a partir de seus signos, uma cultura que tem muito a dizer sobre segregação social, racismo e espetacularização da violência. PALAVRAS-CHAVE:

Nas margens da modernidade: duas abordagens da história

Na génese das racionalidades modernas II: em torno de Alberti e do Humanismo, 2015

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Grafiteiros e pichadores: multivíduos contemporâneos nas metrópoles

Gavagai - Revista Interdisciplinar de Humanidades

Este artigo é decorrente da pesquisa de mestrado: A gente chega e se apropria do espaço! Graffiti e pichações demarcando espaços urbanos em Porto Alegre, que possuiu como objetivo problematizar e analisar as práticas culturais de grafiteiros e pichadores em Porto Alegre-RS, Brasil. Utilizando como metodologia abordagens de cunho etnográfico e construindo um corpus de pesquisa com fotografias, filmagens, diários de campo e entrevistas conclui-se que através de suas práticas os grafiteiros e pichadores atuam em redes sociais móveis, plurais e abertas. Considerados culturas juvenis contemporâneas, tais grupos ocupam diferentes espaços da metrópole, demarcando-a com uma visualidade característica. A metrópole, como uma pós-cidade contemporânea, descentraliza-se e se pluraliza, modifica sua organização arquitetônica e geográfica. Também os habitantes metropolitanos, indivíduos “modernos”, transformam-se em multivíduos que territorializam e desterritorializam todos os espaços urbanos. O m...