[LOGOS] Entre travessias e escuridão: notas sobre os espectros (i)migrantes em Border (original) (raw)

Entre travessias e escuridão: notas sobre os espectros (i)migrantes em Border

Logos, 2020

O artigo se propoe pensar, atraves das imagens de Border (2004), filme dirigido por Laura Waddington, a questao dos refugiados na periferia da regiao francesa de Sangatte, local que recebe diariamente fluxos incontaveis de imigrantes de todos os cantos. Nestas imagens, buscamos aproximar os refugiados com a questao dos espectros – estes seres de outra parte e de outro tempo que o mundo ocidental busca refutar, excluir de todas as maneiras –, como tambem com a questao da hospitalidade historicamente negada a estas vidas ja tao dilaceradas pelas fugas da morte, da guerra, e que nao desejam outra coisa senao uma nova possibilidade – uma nova terra – para poder recomecar suas vidas. Theodor Adorno (e o “ideal do negro”), Hannah Arendt (e o seu ensaio pouco conhecido sobre os refugiados), Jacques Derrida (e o seu livro sobre os espectros e sobre a hospitalidade), Marielle Mace (via conceitos siderar e considerar ) e Georges Didi-Huberman (suas exposicoes sobre os refugiados e sobre a sob...

Trajetórias migrantes: ambivalência na interação "nós" e os "outros

Dimensoes Revista De Historia Da Ufes, 2011

Resumo: Este artigo analisa o processo de formação histórica e sociocultural do Espírito Santo e a inserção de imigrantes estrangeiros e nacionais a partir do século XIX. Com base no paradigma indiciário, busca refletir sobre os indícios que sinalizam um sentimento de estranhamento entre grupos assentados no território capixaba, no tocante à relação entre estabelecidos (nós) e estrangeiros (os outros). Fundamentado num referencial teóricometodológico multidisciplinar, discute o sentido do que é ser um estabelecido e o desafio de ser um estrangeiro, no contexto passado e presente do Estado; para tal, utiliza depoimentos de migrantes e descendentes residentes no interior do Estado, colhidos por meio do método da História Oral. Palavras-chave: Imigração; Estrangeiros; Espírito Santo.

Quando O Estranho Bate À Porta: Reflexões Sobre Migrações e Fronteiras

2017

A atual fase da globalizacao e marcada pela intensificacao dos fluxos de mercadorias, informacoes, capitais e pessoas ao redor do mundo. Entretanto, a crescente fragmentacao do processo produtivo, acompanhado da intensa circulacao do capital, convive com restricoes a circulacao de pessoas e a seletividade na disseminacao de informacoes. Para alguns, ela trouxe possibilidades de mobilidade cada vez mais veloz, para outros, configura-se enquanto prisao na medida em que bloqueia acessos. Diante disso, o presente ensaio tem como objetivo central discutir o paradoxo das fronteiras no contexto da globalizacao, lancando luz sobre os atuais processos migratorios e as politicas restritivas a mobilidade. A fronteira, como aqui abordada, e constituida de mobilidades, aceitacoes negociadas, atravessamentos, mas tambem restricoes, bloqueios e estranhamentos.

NARRATIVAS EM MIGRAÇÃO: FLUXOS INTERMIDIÁTICOS ENTRE O FICCIONAL E O NÃO-FICCIONAL EM “ÓRFÃOS DA TERRA”

Ficção Seriada: estudos e pesquisa - volume 5, 2022

O trabalho investiga os fluxos intermidiáticos entre a ficção e a não-ficção na telenovela “Órfãos da terra” (TV Globo, 2019), cujo argumento parte da situação real da guerra civil na Síria como pano de fundo para história fictícia de amor entre Laila e Jamil. O drama dos refugiados, assim como experiências de xenofobia, são os temas desse produto televisivo, que, por sua vez, tornou-se protagonista no consumo via streaming por meio da plataforma Globoplay. Incorporamos a perspectiva dos estudos de intermidialidade (RAJEWSKY) para compreender a telenovela como narrativa em fluxo intermidiático, observando seus eixos narrativos e também seus espaços comunicacionais.

Dicionário de Hieróglifos: as cores representando a memória da fronteira

Poéticas da intersecção: ensaios de literatura comparada, 2021

Sergio Medeiros é natural de Bela Vista Mato Grosso do Sul, mas atualmente reside em Santa Catarina, onde atua como docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Medeiros é tradutor, ensaísta e poeta e seus poemas que tratam muito da linguagem e mitologia ameríndia são carregados de descrições que levam o leitor a imaginar cenários, imagens e sons, o poeta cria também poemas que intitula de caligramas, nos quais utiliza menos escrita e mais imagens, cores e sons compondo uma poesia visual com menos linguagem verbal. Além de preocupar-se com a forma da poesia visual, Medeiros também escreveu sobre a região em que veio, Bela Vista, no Mato Grosso do Sul. Em seu livro Dicionário de Hieróglifos, o autor traz poemas compostos pela palavra Apa grafada de diversas formas. Apa é o rio que passa na cidade natal de Sérgio Medeiros e banha a fronteira entre Brasil e Paraguai. Usando a memória de seu local de origem, o autor cria uma obra em que o dissílabo que nomeia o rio que atravessa Bela Vista aparece e desaparece de distintas formas e com diversas cores, mostrando, assim, o percurso do Apa nas 72 páginas da obra em questão.

Título: Travessias -Contos Migratórios

Travessias- Contos migratórios, 2014

Estes "contos migratórios" iniciam-se com narrativas, personagens e vivências localizadas no Uruguai, como é o caso de Mariana, "a caçadora de sonhos", que persegue o sonho de ser cantora e, por ele, acaba por arriscar a vida; o "Sagitário", ansioso por um dia de glória; Dolores que, no âmago do seu "reino de memórias", tentará repensar um novo amanhã ou ainda a travessia rumo ao Eldorado almejado pelo jovem murguista... Na segunda parte, são outras as "travessias" - sendo também diversos os locais percorridos, da serra algarvia até Macau, passando por Barcelona e tantos outros - que podem incidir na resolução dos mistérios que ensombram o passado de uma família ("A chave das memórias"); na luta contra uma doença ("Recomeçar"), contra a toxicodependência ("Delírio"), a velhice ou, simplesmente, contra algumas injustiças que grassam na sociedade ("Átropos").

Borders Rails (B): Indagando Do Para Lá Da Fronteira Semiótica

EntreLetras, 2021

Estabelecida há 724 anos, a raia fronteiriça da Península Ibérica é a mais extensa da Europa. Borders & Rails (B&R) – Narrando & Partilhando a Paisagem Raiana, assenta em dois eixos performativos da linguagem – a retórica e a poética - promovendo uma representação da raia, nas narrativas multimédia e gamming, fazendo uso do formato storytelling e numa abordagem transdisciplinar – antropológica (na relação cultural do homem com a paisagem), ontológica e a fenomenológica (no pressuposto heideggeriano de da-sein e derridiano da consciência da própria nudez), da experienciação prática à narratologia da paisagem, gerando ainda um repositório de experiências imersivas da paisagem.