O Que é Religião (Rubens Alves (original) (raw)
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Resenha do Livro Sobre a Religiao
Por um lado, já não era sem tempo. Por outro lado, poderia ter sido muito melhor. Esta é a impressão geral com que fica o leitor após esquadrinhar a tradução ao português dessa obra crucial e de estudo obrigatório para a ciência da religião, tanto em seu significado histórico-ideativo como em sua fe cundidade metodológica e filosófica. De qualquer modo, cabe sem dúvida reconhecer a impor tância da iniciativa desta pequena editora. É difícil especular se a ausência, até agora, de uma tradução daquele que passou a ser conhecido como o manifesto do primeiro romantismo alemão (Frühromantismus) sobre a religião teria sido sinal de indiferença ou mesmo de ignorância entre os círculos domi nantes da intelectualidade brasileira, sob cuja égide-e às vezes cabresto!-normalmente se move o grande mercado editorial. A verdade, porém, é que a obra de Schleiermacher, que provavelmente encontra hoje na Itália o seu maior reflorescimento nos países de língua neolatina, aos poucos vai se fazendo visível até mesmo entre nós.
Religiões e Religiosidades no RS - Vol. 1
Esta coletânea apresenta artigos de autores integrantes do Grupo de Trabalho de História das Religiões e das Religiosidades, núcleo Rio Grande do Sul (GTHRR/RS), que tem como objetivo congregar e qualificar a contribuição na área de história das religiões e religiosidades. As propostas de análise oferecem reflexões atentas ao contexto teórico dos fenômenos analisados e primam pela sua reflexão pautada por instrumentais teórico-metodológicos essenciais para esse campo de estudos. Sobretudo, as pesquisas aqui apresentadas detêm-se sobre a construção humana dos fenômenos em pauta, evidenciando as tênues linhas de poder simbólico e material que estão incutidas nas várias manifestações religiosas vivenciadas pelo estado. Nesse sentido, a análise é inovadora - mas não somente pelos objetos e pelas abordagens propostas. Também a documentação apresentada é rica e original, pois trata de registro de instituições, de atas de grupos religiosos, de práticas, órgãos de divulgação, discursos, entre outros materiais. Assim, o que ora apresentamos delineia-se a partir de observações e reflexões sobre instituições, devoções e práticas religiosas em nosso estado. Versão impressa em https://www.clubedeautores.com.br/backstage/my\_books/135585
Religião é linguagem: Rubem Alves e a hermenêutica filosófica da religião
Rubem Alves afirma nas primeiras palavras de "O suspiro dos oprimidos" que religião é uma linguagem. Esta noção parece ser central para o desenvolvimento do pensamento deste autor - que não mais discutirá os limites desta afirmação, mas a terá sempre como pressuposto. A presente comunicação visa apresentar a tomada radical em Rubem Alves desta noção da relação entre religião e linguagem, delineando suas implicações no debate que ele inicia com as hermenêuticas críticas da religião, especialmente Feuerbach, Marx e Freud. Por fim, algumas contribuições que esta tese levantada por Alves traz aos estudos de religião, especificamente no campo da hermenêutica, serão expostas. Para este autor, o processo de tomar a religião como linguagem começa no alinhamento à virada linguística de Wittgenstein e parece ter seu limite na indicação de que a religião não é somente uma maneira de expressão humana, mas uma maneira de organização da realidade. Deste modo, mais do que servir/veicular uma alienação do humano, a religião exprime os desejos mais íntimos da criatura oprimida bem como organiza seu mundo de modo a viver na esperança de um futuro de libertação. Este se dá no horizonte histórico, e não numa transcendência utópica. Assim, esta comunicação, mais do que ler Alves, preocupa-se em perceber alguns limites e possíveis contribuições desta virada para a hermenêutica filosófica da religião.
REVER: Revista de Estudos da Religião
Texto publicado originalmente em 28 de março de 2022 na The Stanford Encyclopedia of Philosophy . A tradução segue a versão nos arquivos do SEP, disponível em: . Esta versão traduzida, portanto, pode diferir da versão final, que pode ter sido atualizada desde o momento desta tradução. A versão atual está disponível em: e . Gostaríamos de agradecer ao autor e editores da Stanford Encyclopedia of Philosophy por conceder permissão para traduzir e publicar este verbete na REVER. O tradutor optou por manter a formatação original do verbete, estando fora das normas típicas de submissão da REVER.
Crer Não Crendo: Religião e Religiosidade Em José Régio
de Vila do Conde a.ventura@net.novis.pt RESUMO: Descobrir na complexidade da obra de José Régio a sua faceta religiosa é um desafio permanentemente colocado e sempre inacabado. Fazê-lo à luz da fenomenologia religiosa permitiu-nos descobrir um pouco mais do homem, do criador, das suas inquietações, do seu percurso de vida. Percorrer analiticamente a Confissão dum Homem Religioso, Mas Deus é Grande, As Encruzilhadas de Deus, Cântico Suspenso, Poemas de Deus e do Diabo, A Chaga do Lado e tantas outras das suas, obras foi essencial para percepcionarmos o "menino adolescente que aceitava verdades familiares e tradicionais", o "crer não crendo", o "labirinto", o"homem esmagado entre Deus e o Diabo", mas também o homem que afirma "…E nos silêncios do meu verso, Fala tu! Voz Suprema do Universo".