Solidão em narrativa: análise de uma (auto)biografia de mulher nas ciências a partir de Marcela Lagarde (original) (raw)

Solidão em narrativa: análise de uma (auto)biografia de mulher nas ciências a partir de Marcela Lagarde

Resumo: Este artigo investiga o espaço da narrativa sobre solidão por uma mulher nas ciências. Para isso, foi utilizado como corpus a (auto)biografia de Marie Curie intitulada Notas autobiográficas, texto produzido pela física polonesa que, durante muito tempo-e ainda hoje-, é considerada ideal de mulher nas ciências e fora dela. O gênero, elemento central dos procedimentos normativos constituintes das histórias de vida de mulheres, foi pensado nesse texto a partir da conceituação sobre solidão proposta por Marcela Lagarde. Palavras-chave: (Auto)biografia. Gênero. Solidão. Marie Curie. Abstract: This paper investigates the narrative about solitude by a woman in sciences. To this end, we used as our corpus an (auto)biography by Marie Curie entitled Autobiographical Notes, which was composed by the Polish physicist that, for a long time-and even today-, is considered the ideal of women in science. A key element of the normative constituting proceedings of the women life stories, the gender issue was thought based on the idea of solitude proposed by Marcela Legarde. Introdução Marie Curie foi uma mulher revolucionária e uma figura causadora de um fascínio que transcende o âmbito das ciências. Por muitas pessoas, a narrativa de sua vida é considerada exemplar, e sua figura mítica muitas vezes é evocada quando se procura dar visibilidade às mulheres na história das ciências. As mulheres fizeram ciência e houve uma mulher que fez ciência