Utilização do Cinema na Sala de Aula: Aplicação da Química dos Perfumes no Ensino de Funções Orgânicas Oxigenadas e Bioquímica (original) (raw)

Utilização do Cinema na Sala de Aula: Aplicação da Química dos Perfumes no Ensino de Funções Orgânicas Oxigenadas e Bioquímica

A seção "Relatos de sala de aula" socializa experiências e construções vivenciadas nas aulas de Química ou a elas relacionadas. O presente artigo descreve uma intervenção didática desenvolvida com estudantes de duas turmas do 3º ano do ensino médio, nas quais se utilizou um filme comercial para abordagem dos conteúdos de funções orgânicas e bioquímica. As atividades incluíram resgate de conceitos prévios dos alunos após a exibição do filme, discussão e socialização de conhecimentos e produção de textos baseados na temática química dos perfumes. cinema, perfumes, química orgânica Utilização do Cinema na Sala de Aula: Aplicação da Química dos Perfumes no Ensino de Funções Orgânicas Oxigenadas e Bioquímica Existe uma resistência dos professores em adotar o cinema como ferramenta para o ensino de Química. Muitos justificam a não utilização desse recurso por gosto pessoal, outros afirmam que não receberam formação para tal, e a afirmação mais recorrente é a de não conseguir fazer relações entre os filmes disponíveis e o conteúdo científico requerido pelo currículo. N ão há quem resista ao cinema. Seu uso em sala de aula insere-se no campo das chamadas mídias-educação, ligadas às tecnologias de informação. Dife-rentemente das outras mídias (áudio, vídeo, internet), o cinema permite um envolvimento do espectador com o filme a que assiste, relacionando situações e experiências vividas. Serve também como exercício para o docente, pois permite a criação de um olhar crítico, que é derivado da observação dos aspectos históricos, sociológicos, perfis psicológicos e visão de ciência apresentados nos filmes. Essa criticidade pode ser utilizada para ilustrar e auxiliar na conceituação das aulas de Ciências e de Química (Napolitano, 2006). Para Marcelino-Jr. e cols. (2004), o uso do vídeo em sala de aula pode ter um impacto inicial maior que um livro ou uma aula expositiva por permitir a associação da atividade escolar a um conceito de entretenimento, e que, quando utilizado de forma correta, exerce função motivadora, in-formativa, con-ceitual, investi-gadora, lúdica, metalinguística e atitudinal. Para com-bater as muitas d i f i c u l d a d e s no ensino de ciências, es-p e c i a l m e n t e d e Q u í m i c a , os professores são estimula-dos a irem de encontro ao formalismo matemático na disciplina, a adequar sempre que possível o conteúdo abordado ao cotidiano do aluno e a dialogar com disciplinas que apresentem conceitos em comum. Também é fundamental a busca de materiais alternativos que possam ser utilizados em sala de aula para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. A adequação ao conte-údo curricular é o grande problema a ser enfrentado quando se trata de utilizar filmes como material alter-nativo em sala de aula. É fato que há uma grande quantidade de filmes co-merciais que podem ser utilizados em disciplinas como História, Sociologia e Filosofia, mas ainda existe uma dificuldade em se escolher filmes e relacioná-los a temáticas específicas de Química, Física e Biolo-gia. Filmes como dramas, comédias e suspenses podem ser utilizados para analisar a imagem de ciência e cientista, tendo seu conteúdo debati-do em sala de aula. A não utilização desses materiais ocorre, em parte, por uma dificuldade na formação e por preferências pessoais do professor. Cabe o exercício do olhar. Mesmo com todas as vantagens, ainda existe uma resistência dos pro-fessores em adotar o cinema como ferramenta para o ensino de Química. Muitos justificam a não utilização desse recurso por gosto pessoal,