A Parábola do destino na carcinogénese colo-rectal esporádica (original) (raw)

Carcinoma indiferenciado da tiróide – Um caso incomum

Revista Portuguesa De Cirurgia, 2012

Introdução: O carcinoma indiferenciado corresponde a cerca de 1,6-14% das neoplasias malignas da tiróide. É um tumor extremamente agressivo e de mau prognóstico, apresentando metastização no momento do diagnóstico em 20 a 75% dos doentes e uma sobrevida média de quatro a 12 meses. Caso Clínico: Mulher de 83 anos, observada em consulta por massa adenopática cervical esquerda. Foi realizada a biopsia por punção, que revelou carcinoma papilar da tiróide. No local da biopsia surgiu lesão vegetante, pelo que foi submetida a tiroidectomia total com linfadenectomia cervical radical à esquerda e modifi cada à direita, excisão da lesão vegetante e retalho delto-peitoral pediculado para reconstrução da lesão residual. O estudo histológico demonstrou carcinoma indiferenciado da tiróide. Treze meses após surge com nódulo ulcerado axilar direito. Realizou-se a excisão com linfadenectomia axilar radical, que demonstrou metástase de carcinoma indiferenciado da tiróide. Passados cinco meses surge nódulo cutâneo submamário direito, que foi excisado, revelando nova metástase. Com recuo de 47 meses a doente encontrava-se sem doença detectável. Discussão: Apresentamos este caso pela singular evolução biológica do tumor e pela longa sobrevida apresentada pela doente, pouco comum nestes casos.

Manifestação incomum do câncer colorretal: relato de caso

Revista Brasileira de Coloproctologia, 2008

O câncer colorretal é uma neoplasia bastante freqüente, sendo responsável por alta morbimortalidade. O principal tipo histológico encontrado é o adenocarcinoma. Geralmente, acomete o segmento distal do reto, e o sigmóide e os sintomas mais comuns resultam de alteração do hábito intestinal. Fístulas êntero-vesicais resultantes de complicações neoplásicas são raras e manifestam-se pouco comumente com fecalúria. Este caso trata-se de um homem pardo, de 44 anos, que teve uma fístula reto-vesical como complicação que levou ao diagnóstico de um adenocarcinoma colorretal. O objetivo deste trabalho é relatar uma manifestação incomum deste tipo de neoplasia, que se apresentou com complicação pouco freqüente no momento do diagnóstico, além de fazer uma revisão na literatura médica sobre o assunto.

Tumor estromal gástrico: A propósito de uma complicação rara e grave

Revista Portuguesa De Cirurgia, 2008

Os tumores estromais gastrintestinais são os tumores mesenquimatosos mais frequentes do estômago. A sua prevalência ainda está sujeita a avaliação, pois muitos deles, se não a maioria, foram no passado, classificados como tumores do musculo liso gástrico (leiomiomas ou leiomiossarcomas). No entanto, nos últimos anos, após 1980, tornou-se claro que se tratam de entidades distintas a vários níveis tendo a designação de GIST sido introduzida em 1983 por Mazur 1. Kindblom, num estudo recente, estabeleceu a sua incidência numa base de 20 casos por milhão. As suas localizações incluem a parede do tracto gastrintestinal, o mesentério, os epíploons e o retroperitoneu. Apesar desta localizações, a sua origem tem sido atribuída à célula intersticial de Cajal ou a uma célula pluripotencial partilhada com aquela 2,3,4. O ponto fundamental na evolução do diagnóstico de GIST, deu-se com a constatação de que o receptor 43 RESUMO Apresentação e descrição do caso clínico de doente com 82 anos, do sexo feminino, que recorreu ao SU por apresentar dor epigástrica e febre e em que foi diagnosticada uma neoplasia gástrica por endoscopia alta. No decurso do internamento apresentou perfuração de víscera oca e quadro de choque séptico, pelo que foi operada. Per-operatoriamente identificou-se uma perfuração gástrica em formação polipóide exofítica e procedeu-se a gastrectomia atípica. O exame histológico revelou tratar-se de tumor estromal do estômago de alto risco biológico, com perfuração e imunorreactividade para CD117 (difusa, membranar e em "dot"), CD34 (focal) e ausência de imunorreactividade para actina, proteína S-100 e desmina. SUMMARY Presentation and description of the clinic case of an 82 year old female patient admitted to the emergency room due to symptoms of epigastric pain and fever in whom was diagnosed a gastric tumor through gastric endoscopy. During the hospital stay, the patient presented a gastric perforation and septic shock, leading to the need for surgery. Peroperatively, an exofitic polipoid tumor was identified, and so, an wedge gastric resection was performed. The pathologic examination revealed a high risk gastric stromal tumor, with perforation, CD117 (diffuse, membrane and dot) and CD34 (focal) imunorreactivity, as well as imunorreactivity absence for actin, S-100 protein and desmin.

Genética do câncer colorretal

Revista de Medicina, 2000

RESUMO: O câncer colorretal (CCR) é uma das neoplasias de maior importância atualmente, tanto por sua prevalência como por sua incidência, correspondendo a 10% de todas as neoplasias nos EUA. Contudo, nos últimos 50 anos, sua mortalidade permaneceu praticamente inalterada. Desde que Morson, em 1978, descreveu pela primeira vez a seqüência adenoma-carcinoma, a elucidação da genética molecular envolvida na patogênese do CCR passou a ser estudada intensamente e muitos avanços foram obtidos. Vários genes como APC, DCC e p53, entre outros, foram identificados como participantes da seqüência adenoma-carcinoma, estando envolvidos na gênese tumoral baseada na teoria de múltiplos passos, onde o acúmulo de mutações genéticas em células instáveis é o fator principal que acaba por originar o câncer. Há dois tipos básicos de CCR: o esporádico, que corresponde a 85% do total de casos de CCR; e o familiar, com cerca de 15% dos casos e destaque para a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) e o Câncer Colorretal Hereditário não-poliposo (HNPCC). As pesquisas atuais vêm decifrando o mecanismo de ação de tais genes, buscando determinar a importância e valor prognóstico dos mesmos. Espera-se que a elucidação completa de tais mecanismos permita uma diminuição não só da mortalidade do CCR, mas também do impacto social imposto por t a l doença. Ademais, a elaboração de tratamentos alternativos à cirurgia parece possível, através da terapia genética. Portanto, familiarizar-se com a Genética do Câncer Colorretal e os avanços nessa área torna-se imperativo para clínicos e cirurgiões da área digestiva. DESCRITORES; Neoplasias colorretais/genética; Neoplasias colorretais/epidemiologia; Seqüências de bases/genética; Polipose adenomatosa do colon/genética; Adenocarcinoma/epidemiologia; Adenocarcinoma/genética; Mutação/genética. WHpiWKWWjWWfMWH ^-^mmmmmmt^mmmmmK^imimfmf • • ^^wmm^mmmmKimW Prêmio Monografias (área cirurgia)-COMU, 1999. * Acadêmico do 4 o ano da FMUSP, membro da Liga de Iniciação em Coloproctologia. * * Acadêmicos do 3 o ano da FMUSP, membros da Liga de Iniciação em Coloproctologia. *** Prof 3 Titular da Disciplina de Coloproctologia da FMUSP e Chefe do Depto. de Gastroenterologia (orientadora). **** Médicos Residentes do Departamento de Cirurgia da FMUSP (orientadores).

Enfoque estratégico-situacional para o rastreamento do câncer do colo do útero: um relato de experiência

Revista de APS, 2021

Objetivo: Descrever a experiência de uso do enfoque estratégico-situacional para o rastreamento do câncer do colo do útero em um estudo de coorte. Síntese dos dados: A descrição desta experiência é relativa à segunda fase de um estudo de coorte, realizada no período de 2015-2016. A primeira fase da coleta de dados ocorreu em 2010-2012, contemplando 778 mulheres, entre 20 e 59 anos, residentes na área de abrangência de duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Visando reavaliar as participantes, adotou-se o enfoque estratégico-situacional, concebido por quatro momentos de ação: explicativo (conduziu-se um diagnóstico do serviço das UBSs); normativo (definiram-se os objetivos a serem alcançados e formularam-se intervenções); estratégico (traçaram-se os mecanismos de viabilidade); tático-operacional (executaram-se, monitoraram-se e avaliaram-se as estratégias pré-estabelecidas). Ao final da segunda fase da coorte, após a realização de práticas educativas de promoção da saúde – com orienta...

Susceptibilidade frequente para carcinoma do cólon e recto em famílias com apenas uma geração afectada com CCR

Introdução: 25% dos cancros do cólon e recto (CCR) ocorrem em doentes com agregação familiar. Para além das síndromas autossómicas dominantes, PAF-C e HNPCC, esta agregação tem sido vista como o resultado de formas de herança dominante com penetrância variável. Contudo, a herança recessiva recentemente postulada, por via de mutações germinais no gene MYH, poderá explicar, com este ou outros genes, parte desta agregação familiar. Objectivos: Avaliar as características clínicas e a prevalência de lesões em indivíduos com história familiar de CCR estratificados por tipo de genograma familiar (apenas uma geração vs. mais que uma geração consecutiva afectada). Doentes e Métodos: Incluíram-se famílias com dois ou mais indivíduos afectados. Consideraram-se dois tipos de genograma: GI-uma geração afectada e GII-mais que uma geração afectada. Analisaram-se 217 indivíduos (72 afectados e 145 familiares em risco) com agregação familiar de CCR, sem critérios para PAF-C ou HNPCC quanto a: tipo de genograma, número de lesões (CCR e adenomas), localização e características histológicas. Resultados: 101 (48,7%) indivíduos pertenciam ao GI e 116 (51,3%) ao GII. Em relação aos doentes afectados 64% apresentavam uma única lesão e 36% mais do que uma lesão. Os afectados do GI são mais velhos (67,9 vs. 53,2 anos) (p=0,02) e o caso mais jovem de CCR na família ocorreu em idade mais avançada no GI (58,0 vs. 47,8 anos -p=0,002). A multiplicidade de lesões foi mais frequente no GI (p=0,012) e nas famílias com mais de 2 parentes afectados (p=0,001). Nos parentes em risco a probabilidade de detecção de lesões é maior se estes pertencem ao GI e se são da mesma geração dos afectados (p=0,05). A agregação numa única geração revelou-se independente na associação com a detecção de adenomas (odds ratio=2,6). Conclusão: Genogramas com atingimento de uma única geração ocorrem em metade dos casos com agregação familiar de CCR e associam-se com multiplicidade de lesões e idade mais avançada de aparecimento de CCR. Sendo difícil, sem marcadores de linkage, separar a herança recessiva da dominante, o risco aumentado de encontrar lesões nos irmãos dos afectados levanta a hipótese de formas recessivas explicarem parte do risco familiar de CCR. Recebido para publicação: 17/03/2004 Aceite para publicação: 29/09/2004

Modelo de Crencas em Saude e o rastreio do cancer do colo uterino REUERJ

RESUMO Objetivo: avaliar os fatores de risco para a inadequação do rastreio do câncer do colo do útero a partir do Modelo de Crenças em Saúde. Método: trata-se de um estudo do tipo caso-controle desenvolvido por meio de entrevistas realizadas entre 2012 e 2013 com 640 usuárias da Saúde da Família. A coleta de dados ocorreu com instrumento estruturado e multidimensional com subsequente análise multivariada. O estudo foi aprovado em comitê de ética sob o protocolo número 01724512.6.0000.5259. Resultados: a percepção das barreiras foi um importante fator de risco para o rastreamento da doença (OR 16.7; IC95%: 9.2/30.1), sofrendo modificação de efeito pelas dimensões de susceptibilidade e gravidade (OR: 22.5; IC95%: 11.4/44.5). Conclusão: chama-se atenção para a necessidade de incorporar aspectos subjetivos na avaliação das demandas da clientela, relacionados à percepção das usuárias e seus sentimentos frente ao rastreio do câncer, especialmente por compreender os fatores que elevam o absenteísmo a esta prática. Palavras-chave: Neoplasias do colo do útero; esfregaço vaginal; acesso aos serviços de saúde; atenção primária à saúde. ABSTRACT Objective: to evaluate the risk factors for inadequate cervical cancer screening using the Health Belief Model. Method: This case-control study involved interviews of 640 Family Health Strategy users, between 2012 and 2013. Data were collected using a multidimensional, structured instrument and subsequently subjected to multivariate analysis. The study was approved by the ethics committee (protocol number 01724512.6.0000.5259). Results: one important risk factor for screening was the perception of barriers (OR 16.7; 95% CI: 9.2/30.1), the effect of which was modified by two dimensions: susceptibility and severity (OR: 22.5; 95% CI: 11.4/44.5). Conclusion: the results underscore the need for evaluation of client demands to incorporate subjective aspects relating to users' perceptions of, and feelings towards, cancer screening, especially in order to understand the factors that increase absenteeism from this practice.