Neutra e Burle Marx: A relação da arquitetura norte-americana e do paisagismo brasileiro na casa Schulthess em Havana (original) (raw)

Do Croqui ao Jardim: O Desenho nos projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx

2016

Roberto Burle Marx’s work, going beyond a milestone in modern Brazilian landscape design, represents an important chapter in world’s landscape architecture history in the twentieth century. His legacy covered various dimensions of the arts. In the exercise of his skills and multiple talents, he explored various expressive techniques such as engraving, painting, tapestry, ceramics, scenography, sculpture and design. The article focuses the expression and representation of the design elements and graphics in documents of Burle Marx’s landscape projects. These design elements appear only superficially on existing research and publications on the artist and his work, just as a backdrop for the formal characterization and concept of his work. Considering that drawing was a fundamental dimension of his artistic education and of his work as a landscape designer, we seek to: examine the use of drawing / sketching in Burle Marx’s design creative process; analyze the graphics and the techniqu...

Burle Marx e os jardins do Recife

Revista Espaco Academico, 2014

Passados cinquenta anos de seu desempenho no governo de Pernambuco, Burle Marx declara que alcançou a "consciência concreta" no momento em que criou os jardins públicos do Recife. Seu olhar erudito, de músico e pintor, observando as paisagens ribeirinhas, de matas e do Sertão, ávido em conhecer os hábitos e a arte populares, decidiu que a planta seria seu objeto de composição no desenho, na pintura e no jardim. Portanto, é o diálogo entre jardim e paisagem que se estabelece no exercício do paisagismo como arte nas praças do Recife. O propósito em conservar esses jardins históricos como monumento vivo prioriza a educação patrimonial que começa com a capacitação de jardineiros já praticada por Burle Marx nos anos 30 ao realizar os desenhos de cada jardim em perspectiva para orientar os que iriam executá-los.

Roberto Burle Marx dans le chaudron moderniste brésilien: La part du paysage

Artelogie, 2011

Além de ser um dos maiores exportadores e produtores de café da época, Paulo Prado é autor de dois livros sobre a história de São Paulo e a formação do povo brasileiro. Publicou textos em importantes periódicos, (re)editou documentos inéditos sobre o período colonial, participou da fundação e do controle de revistas modernistas, e se fez presente como um dos principais organizadores e financiadores da Semana de 1922. Foi também um elo fundamental entre os modernistas e um grupo de intelectuais que compõem uma geração anterior a sua, que ele conhece na Europa, por intermédio de seu tio, Eduardo Prado. Possui ainda um forte vínculo com Capistrano de Abreu, um marco da moderna historiografia brasileira. Paulo Prado mostra-se assim um importante mediador entre diferentes universos, sendo este o foco do presente artigo. Ainda que freqüentemente mencionado em estudos sobre os anos 1920 e sobre o modernismo, figurando também em correspondências e notícias da época, pouco foi escrito sobre Paulo da Silva Prado (1869-1943). Além de alguns artigos, resenhas e capítulos em livros e verbetes, o que existe em termos de trabalho sistemático sobre Paulo Prado é o livro de Carlos Eduardo Ornelas Berriel, Tietê, Tejo, Sena : A obra de Paulo Prado (2000). Este trabalho quer pensar o problema da "dimensão de continuidade" que o modernismo comporta, mas que freqüentemente tem sido negligenciado em favor do "ato de ruptura" que os autores e as críticas praticaram [1]. Se as idéias de Prado nem sempre são originais-no limite nenhuma é-ele aproveita os repertórios disponíveis a partir de uma ótica e de um lugar particulares, e é justamente aí que reside o seu interesse. Talvez seja possível-e mais interessante-deixar de lado a perspectiva analítica que tende a procurar "continuidades" e/ou "rupturas" nos autores e idéias, buscando enfrentar a atuação e produção de Paulo Prado de outro modo : em função da análise e descrição de grupos e situações no interior dos quais ele se formou, atuou e produziu. Com isso, Paulo Prado, o que ele fez e o que escreveu aparecem como elementos de mediação entre universos distintos, o que nos ajuda também a pensar as ambivalências de um período marcado por mudanças aceleradas. Paulo Prado mostra-se um importante mediador entre universos aparentemente díspares e é exatamente nessa sua posição no "meio", entre grupos, tradições e gerações, que reside o interesse do presente trabalho. Prado aproxima-se de personagens e círculos à primeira vista antagônicos e opostos, como aqueles que integravam o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo-fundado em 1894-e os jovens intelectuais e artistas ligados à Semana de Arte Moderna de 1922-como Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954). Uma análise da personagem, de sua produção e atuação parece fornecer um acesso privilegiado para compreendermos, de modo mais localizado, uma cena de transição e para pensarmos, de modo mais amplo, as relações entre arte e ciência, entre literatura e história. Apesar de não existir uma biografia dessa personagem, os esboços biográficos, as correspondências trocadas, os depoimentos, as lembranças e as pequenas histórias contadas sobre Paulo Prado permitem uma melhor visualização do espaço que ele ocupa na grande teia de relações da época. As diversas facetas de sua identidade sofrem sucessivas alterações e incorporações em função dos espaços por ele ocupados. Bisneto do Barão de Iguape, Paulo Prado foi criado no seio de uma tradicional família paulista ligada à produção do café. Em fins do século XIX, a família Prado não somente é a maior produtora de café da época, como também exerce importante papel na direção do país, nas campanhas da abolição e de imigração, assim como na lavoura,

Modernidade e Autonomia nos Jardins de Burle Marx

A obra de Roberto Burle Marx define de uma estética moderna de paisagem, incorporando o espírito da pesquisa plástica às soluções dos jardins. Suas produções são descobertas de uma nova forma de arte intelectual, uma linguagem moderna, harmonizando valores geométricos e de ordem com os valores instáveis da natureza. Esse processo de trabalho pressupõe uma forma articulada de visão, que considera o jogo entre constantes e variantes: a definição formal do espaço (que busca um foco extremamente visual na composição, como numa tela em que os elementos possuem uma lógica intrínseca), o conhecimento das espécies com a compreensão do movimento e a dimensão do tempo no jardim. Estas composições paisagísticas passam a constituir uma unidade, uma experiência própria e autônoma possuidora de lógica interna, ainda que ligadas a uma extensão e a um movimento infinitamente mais vasto da natureza como um todo.

O jardim moderno como obra de arte: o pensamento de Roberto Burle Marx para a Praça de Casa Forte

19&20, 2020

O Projeto do Parque da Casa Forte (1935) [Figura 1], atualmente Praça de Casa Forte, foi a primeira experiência de Roberto Burle Marx (1909-1994) em desenho de jardim público, e integrou o chamado "Plano de Aformoseamento do Recife' juntamente com mais 12 jardins, também públicos, do paisagista, todos projetados entre dezembro de 1934 a dezembro de 1937. Por seu legado, Burle Marx é considerado, até hoje, o grande expoente do jardim moderno brasileiro. Sigfried Giedion em Le Brésil et l'architecture contemporaine,[3] ao tratar do modernismo nos jardins de Burle Marx, destaca que o importante é que mesmo estando estritamente vinculado ao seu tempo, Burle Marx não negligenciou o passado, a história do lugar. Associada a esta questão está a valorização da vegetação autóctone atrelada a uma reflexão sobre a brasilidade, tão discutida na Semana de Arte Moderna de 1922. Assim, seus jardins foram pensados tomando por base três princípios: higiene, educação e arte.