O Processo De Trabalho Nas Fábricas De Autogestão (original) (raw)
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Estriagem e alisamento: usinando uma autogestão na fábrica
Fractal : Revista de Psicologia, 2008
Este artigo versa sobre uma pesquisa realizada em uma antiga fábrica da área da metalurgia a qual se tornou cooperativa após sua falência. Hoje, esta possui 200 cooperativados, a maioria funcionários da antiga fábrica. Traçou-se aqui uma problematização da autogestão no cotidiano do empreendimento, dialogandose sobre as implicações destas práticas na contemporaneidade. Através de um trabalho de campo, em que se compuseram registros com entrevistas e observações, traçamos uma cartografi a dos fl uxos do local. Percebemos o quanto os instrumentos ordenadores dos corpos e gestos haviam-se fl exibilizado, sem que com isso se obtivesse um deslocamento do modus operandi fabril em sua cisão vertical entre gestão e execução. Pudemos compreender a autogestão enquanto "Fenômeno Fronteiriço" entre a lógica do Capital e a do Bem-Estar-Social e questionar seus diferentes pontos de captura e deslocamento entre estes sistemas. Por fi m, contextualizamos as práticas e o conceito de autogestão no contemporâneo com suas relações fl exíveis.
Organização Do Processo De Trabalho Em Uma Cooperativa Popular Autogestionária
Gestão e Sociedade, 2015
O conceito de politecnia resgata o debate teórico sobre a fusão entre os trabalhos intelectual e manual, elementos separados no processo de trabalho capitalista. A proposta politécnica vislumbra a formação de trabalhadores “omnilaterais”, detentores dos conhecimentos técnicos e científicos para a execução das atividades e tendo o domínio das ferramentas de gestão da produção e do processo de trabalho. O debate teórico sobre politecnia esteve presente nas experiências socialistas do século XX, sendo recolocado em discussão sobre as perspectivas da organização democrática do trabalho, a partir do final do último século, enquanto importante elemento na construção da autogestão plena. Esta pesquisa aborda uma cooperativa popular autogestionária, analisando elementos em sua organização do trabalho que permitam debater o conceito de politecnia e sua aplicação em um ambiente de trabalho associado.
Autogestão em uma incubadora de Empreendimento Solidários
em Sociologia pela UFPR Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a organização autogestionário da Incubadora de Empreendimentos Solidário da Universidade Estadual de Ponta Grossa-IESol/UEPG. Desde sua fundação, em 2005, a IESol experimenta esta forma de gestão, buscando uma coerência entre os princípios que difunde e sua vivência prática. Por suposto, os desafios impostos pela prática autogestionária tem suas especificidades quando se trata de uma incubadora universitária, o que implica em novas configurações nas relações entre seus participantesprofessores, técnicos, alunos, voluntários-e de seus membros com a estrutura da universidade. O trabalho promove uma análise preliminar dos resultados de pesquisa qualitativa envolvendo a equipe da IESOL, na qual se utilizou a aplicação de questionário estruturado com perguntas abertas. A análise dos resultados permitiu identificar que as dificuldades relacionadas ao processo de autogestão são diferenciadas porque relacionadas à inserção institucional da IESOL e a dinâmica interna que se surge com a prática autogestionária.
Uma análise crítica da autogestão na produção
O objetivo deste trabalho é analisar, à luz da perspectiva marxista, os limites socialmente determinados às experiências de autogestão produtiva. Para tal uso a categoria de sociometabolismo do capital e de crise estrutural do capital de István Mészáros. O trabalho aponta que por ser uma alternativa que depende do mercado, os empreendimentos autogestionários oscilam entre aceitar as condições de trabalho "herdada" pelos antigos proprietários capitalistas e a possibilidade de que seus trabalhadores se tornem uma nova personificação do capital.
O TRABALHO AUTOGESTIONÁRIO: notas sobre metodologia de incubação
I Congreso Extensión y Sociedad, 2013
Este trabalho apresenta a realização da dinâmica do Corpo Humano, que consiste em cada participante de um grupo desenhar uma parte sorteada de um corpo humano sem saber que objeto os demais estão desenhando. Em seguida, todas as partes desenhadas são reunidas para formar um corpo humano único, geralmente desarmônico por ter sido desenhado sem comunicação entre as partes. A dinâmica foi aplicada em um dos grupos incubados pela IESol com objetivo de abordar, de forma lúdica, os temas do trabalho em grupo, comunicação interna, o conjunto como sendo mais do que a mera soma das partes, as diferenças internas do grupo, a divisão do trabalho, entre outros. A partir da realização dessa dinâmica, foi possível discutir também sobre autogestão, metodologia de organização dos Empreendimentos de Economia Solidária. Considerando-se o grupo no qual o trabalho foi aplicado, observaram-se como resultados, além da discussão dos temas previstos, também uma discussão sobre gestão coletiva e sobre trabalho associativo – que, como formas negativas, pode ser individualista, hierarquizado ou com uma noção desvirtuada de horizontalidade, onde “todos são patrão” sem compromisso coletivo. Comparando-se as possibilidades, percebeu-se que o trabalho coletivo autogestionário é benéfico em comparação às demais formas de organização. Os objetivos iniciais foram alcançados, tratando o tema do trabalho autogestionário de maneira lúdica, em vez de apenas teórica, facilitando sua apropriação pelos participantes. PALAVRAS CHAVE – Dinâmica. Economia Solidária. Autogestão.
SIMULAÇÃO DE PROCESSOS PRODUTIVOS: UMA PESQUISA-AÇÃO EM UMA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Um adequado planejamento e controle da produção é de grande importância para viabilizar a integração entre as áreas de suprimentos e de demanda, atendendo as expectativas dos consumidores e utilizando a capacidade da produção de forma otimiizada. Assim, para ampliar a capacidade da tomada de decisão, é necessário o desenvolvimento de métodos probabilísticos, capazes de simular a variabilidade das incertezas que o mercado apresenta. Com base nisso, a simulação computacional tem sido, cada vez mais, utilizada em empresas de diversas áreas. Diante disso, o objetivo dessa pesquisa é desenvolver um modelo para simulação computacional capaz de ampliar a capacidade de tomada de decisões de uma empresa do ramo automobilístico. O trabalho foi realizado no setor de usinagem e visou apresentar um conjunto de informações para ampliar a eficiência dos gestores na tomada de decisões no que diz respeito à gestão da produção e planejamento de melhorias. Para conduzir o estudo de simulação e foi utilizado o software de simulação ARENA® na versão estudantil, este software permitiu visualizar o sistema a modelado como um conjunto de estações de trabalho que compõe a estrutura do processo de fabricação modelado. O modelo em estudo faz parte de um projeto que está em evolução, novas versões serão desenvolvidas com o objetivo de tornar a simulação mais real e com as limitações minimizadas. Palavras-chave: SImulação, planejamento e controle da produção, tomada de decisão XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
Automação Na Linha De Produção Industrial
Engenharia de produção: Desafios científicos e problemas aplicados 3, 2022
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Análise da Autogestão Aplicada em uma Empresa do Ramo Alimentício
2019
Este trabalho teve como objetivo realizar uma análise da organização do trabalho em uma empresa do ramo alimentício. O estudo foi direcionado para a análise da autogestão que a empresa afirmou utilizar. Para o levantamento das informações, foram realizadas visitas técnicas, aplicados questionários e entrevistas estruturadas com um grupo composto por supervisores e outro por colaboradores. Foram analisados os programas de desenvolvimento de equipes, rotinas de trabalho, envolvimento dos líderes e supervisores, autonomia na resolução de problemas e cultura da avaliação entre pares. Para análise das informações coletadas, foi utilizada uma metodologia quali-quantitativa. Na análise qualitativa foi realizada uma comparação entre as respostas da entrevista por parte dos dois grupos e, na quantitativa, foram utilizados recursos da estatística descritiva. Foi diagnosticado um ponto crítico no aspecto de aprendizagem e crescimento das equipes: a ausência de treinamentos periódicos que abordem os aspectos fundamentais para aplicação da autogestão. Em função dessa necessidade, foi proposta a implementação de um sistema de capacitação contínua direcionada ao pessoal da produção. A proposta foi aceita e implementada pela empresa.
The present work was motivated by the general interest to understand deeply the work inside Flaskô, a self-management company which was recovered by its workers during the failure process, due to the interest in these self-management and democracy at workplace experiences. The fundamental question behind all the work is to understand if those experiences are able to produce substantial changes in work leading to new social and production relations. But that is a question that will remain for a long time. In this research, more specifically, we tried to focus on in understanding how the cooperation between the workers in the production activities is configured. For this purpose, we use the theoretical reference of the Activity Ergonomics, following the methodology of Ergonomic Analysis of Work in Flaskô, which allowed us to approach the work activity and the real organization of the work. In the process of designing changes in the organization with the workers we were able to observe the interstices, contradictions and logics of work. The workers brought up a lot of experiences from their lives at the factory. That allowed us, along with the reports, interviews and observations that we made, build an interpretation of the cooperation, using as theoretical framework the concepts of Work Psychodynamics. We tried to understand cooperation from the process of "deontology of work" in the factor: the processes that allow the intersubjective recognition of workers through discussion, deliberation, creation of agreements, norms and rules that involve the capacity to build trust, communicate, coordinate the singular intelligences through arbitration and the legitimation of a certain type of authority based on knowledge and in utility, not domination.
Workers recovered from bankruptcy a metallurgic industry and constituted a self-managed industrial cooperative. Their peculiar way of coordinating the productive and commercial activities resulted in increased productivity, participation and employee satisfaction. Had they developed their own form of self-management in labor and production? This article presents a study that combines periods of interaction with co-workers during their work activities with the realization of semistructured interviews. The investigation revealed a daily work routine marked by freedom and concern. We found that, supported by freedom, workers circulate in the factory, talk during work and modify the production process. Freedom, therefore, leads to fl exibility, mobility, learning, communication and improvement of production processes. On the other hand, while dealing with the production, cooperative’s members also get concerned about the viability of the cooperative. Concern generates responsibility, mutual monitoring and conflicts among members. Together, freedom and concernenabled the combined increase of productivity, worker participation and their satisfaction. The conclusion of this study is that this way of working, free and concerned, characterizes their own mode of self-management of production and work.