A (Des) Razão no Transcurso da Modernidade: Apontamentos Relativos à Teoria Crítica (original) (raw)
Este artigo faz parte de uma investigação maior desenvolvida no âmbito do Doutoramento em Ciências da Comunicação. No mesmo procura-se mostrar como dois dos mais destacados representantes da teoria crítica, nomeadamente Theodor Adorno e Max Horkheimer, analisaram o «progresso regressivo» da modernidade. Para estes autores, o mesmo, indiciando as contradições mediadoras da experiência moderna que é nossa, consubstanciava uma prova cabal do contributo moderno para a germinação das sementes propulsoras da barbárie. Podendo ser considerados um marco do pensamento radical, as suas exegeses, evidenciando uma desilusão face ao rumo tomado pela modernidade, conduzem à emergência de uma perspectiva catastrofista e/ou apocalíptica no quadro de referências que se aproximam da «tradição epocológica dos discursos da modernidade». Deste modo, dando conta do aumento do poder e da coerção na modernidade, nos autores alemães encontramos o realce da dominação da natureza que, trasladada para a sociedade, evidencia o totalitarismo nela presente, bem como o predomínio da razão instrumental que, negando a liberdade, impede a emancipação do sujeito. Palavras-chave: Modernidade, Contingência, Mito, Razão, Indústria Cultural. Não pretendendo insinuar que a obra é um mero reflexo do seu tempo, pensamos ser importante não descurar o momento em que as reflexões 1 presentes na Dialektik der Aufklärung 1 emergiram na esfera pública, porque, o mesmo por um lado, facilita a compreensão do entzauberung (desencantamento) presente em Theodor Adorno e Max Horkheimer e, por