Jules Payot - A Educacao da Vontade (original) (raw)

VELLOSO, Jacques et al Estado e educação

Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 2019

O livro Estado e Educação é composto por 22 artigos estruturados em sete capítulos: "O público e o privado: trajetória e contradições da relação Estado e Educação"; "Financiamento da educação no Brasil"; "O Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional"; "Escola pública: gestão e autonomia"; "As políticas governamentais para a educação básica"; "A gestão do ensino público: qualidade e descentralização"; e "Perspectivas do Conselho Federal e dos Conselhos Estaduais de Educação". Esses capítulos correspondem aos quatro simpósios e cinco mesasredondas relativas às relações entre o Estado e a Educação, e foram apresentados na 6-Conferência Brasileira de Educação, promovida pela ANDE, pela ANPEd e pelo CEDES, em 6 de setembro de 1991, em São Paulo, e que tinha por tema

Brasílias Impublicaveis de Marcel Gautherot - LJN

Em primeiro lugar, agradeço ao meu orientador Professor Doutor Eduardo Pierrotti Rossetti, pela paciência e compreensão durante todo o percurso, por administrar todas as indecisões, dúvidas e desvios no caminho, por corrigir, motivar e conter sempre que necessário e pela constante demonstração de fé e confiança no meu trabalho.

Receção do neoplatonismo em Pierre Hadot

Philosophica: International Journal for the History of Philosophy 29 (58):9-31 (2021), 2021

The Neoplatonic reference nuclearly condenses a historically consolidated proposal for the intelligibility of Philosophy. Characterizing the philosophical meaning inherent in the original formation of Neoplatonism, Pierre Hadot develops a perspective according to which Philosophy is equivalent to the existential configuration of texts produced in classical antiquity. In the present study, there are three moments of reflection: 1. the relationship of mutual determination between philosophy and philosophical discourse. 2. Neoplatonism as an articulation and proclamation of the “age of the text”, (exegesis), being formed according to a “textual” teaching method. 3. The fundamental concepts of Neoplatonism, which emphasizes and notes the Porphyry perspective between being as «infinitive» and being as «participle», becoming a historical moment that clearly operates the distinction between being and entity, it is, being as “subject first” and being “without subject”. Keywords: Exegesis; philosophical discourse; philosophy; Hadot; Neoplatonism

O ENSINO DO DIREITO, OS SONHOS E AS UTOPIAS

Sumário: Nota introdutória. Um diagnóstico crítico: como se apresenta o ensino do Direito hoje; o que poderia mudar. Perspectivas para o ensino jurídico brasileiro: indo além do senso comum. Questões centrais do ensino do Direito no Brasil-uma tentativa de sistematização: a questão histórica; a questão curricular; a questão didático-pedagógica; a questão epistemológica; a questão política; uma última questão: por onde começar? Considerações finais. Referências bibliográficas. Nota introdutória O ensino do Direito é, hoje, um dos temas que ocupa o pensamento de todos aqueles que, vinculados ao mundo jurídico, pensam uma democracia efetiva-política, social e econômica-para o Brasil. A criação dos primeiros cursos, vinculada à necessidade de formação do Estado Nacional, após a independência, marcou, desde o início, o ensino jurídico brasileiro como um ensino voltado à formação de uma ideologia de sustentação política e à formação de técnicos para ocuparem a burocracia estatal. Hoje, essas características ainda continuam presentes, sob novas formas e matizes. Retrógradas e estagnadas, as faculdades e cursos de Direito continuam contribuindo para a reprodução de muitos dos problemas existentes no país. As preocupações com o ensino jurídico no país, regra geral, têm-se voltado para os problemas da metodologia didático-pedagógica mais adequada ao ensino do Direito e do currículo mais apropriado para os cursos; no mais das vezes, discussões essas centradas em torno da bipolaridade teoria versus prática. Esquece-se, nessas discussões e nas propostas delas oriundas, de que o ensino jurídico não é apenas fonte material do Direito, tendo em vista que forma o senso comum sobre o qual se estrutura a prática dos egressos dos cursos de Direito, mas é também fonte da política, pois os saberes por ele transmitidos reproduzem a sociedade autoritária e o estado burocrático existentes no país, servindo, dessa forma, como força conservadora e estagnadora © Artigo escrito tendo por base: RODRIGUES, Horácio Wanderlei. O ensino de graduação no Brasil Contemporâneo:

Pérolas de sabedoria_T. Leabhart

RESUMO -Pérolas de Sabedoria nas Noites de Sexta-Feira 1 -Este texto testemunha a pedagogia de Etienne Decroux e, em especial, as aulas dadas no início da década de 1970 no porão azul de sua casa na periferia de Paris. Apresentam-se as peculiaridades dos ensinamentos de mímica com ênfase nas lições de improvisação teatral dadas às sextas-feiras à noite. Discutem-se as incongruências e a potência do pensamento e do legado de Decroux para o teatro contemporâneo, sobretudo para a pedagogia do ator. Palavras-chave: Etienne Decroux. Improvisação Teatral. Pedagogia do Ator. Mimo Corpóreo. Ator.

Vibracoes-Luis de Mattos

Vários dos capítulos enfeixados neste volume são daquela época e foram escritos quase "sobre a perna" no "bruaá" da redação, sob as exigências do jornal. Exigências de assuntos e de feitores, de não perder a oportunidade de esclarecer seu semelhante com a clareza, a boa vontade e o desejo de ser útil que havia em Luiz de Mattos. E, coisa singular: a linguagem dele é sóbria, apesar de descer a minúcias interessantes; persuasiva, sem desesperanças; pitoresca, rica e, quase diríamos, saudosa, ao evocar paisagens e fatos de seu velho Portugal; entusiástica e amiga, ao referir-se às nossas coisas ou ao nosso Brasil querido. Preferimo-los, em meio a milhares doutros capítulos, justamente por libertos daquele ardor combativo que marca a maioria de seus escritos e o tornou tão popular em seu tempo. É uma prova de como sua pena maravilhosa se comprazia em descrever aspectos e coisas numa linguagem pouco conhecida de seus numerosos admiradores, mas por eles, estamos certos, muitíssimo apreciada. Assim reunidos, esses artigos de assuntos tão díspares, dogmáticos, uns, descritivos e até humorísticos outros, têm a ligá-los, como um invisível traço de continuidade, aquele estilo vibrante e inconfundível do grande jornalista e doutrinador que foi Luiz de Mattos. Junho, 1946 OTHON EWALDO Como é sentida a Inteligência Universal Luiz de Mattos não foi somente o doutrinador do Racionalismo Cristão, ou o polemista ardoroso e destemido, tão discutido na sua época. Inteligência viva, servida por uma cultura geral, legou-nos também páginas de lídima literatura, muitas delas esparsas na coleção de A Razão e outras já enfeixadas em obras póstumas. A que vamos ler, é uma admirável descrição de cenas campesinas, impregnada de beleza agreste, a que a riqueza do vocabulário e o cunho realista emprestam singular colorido. Já em tempo nos coube a grata tarefa de dizer, pela imprensa, que a Inteligência Universal está em toda parte: 1) Porque é a força organizadora e incitadora de tudo quanto existe neste planeta e no Universo; 2) Porque é a fonte do bem, e, assim, da moral e de todas as virtudes humanas; 3) Porque o seu todo anima, movimenta e desenvolve os seres e as coisas; 4) Porque é a obreira, a artífice deste e dos demais planetas, e a força ou vida de todos os mundos; 5) Porque é Vida Universal; 6) Porque é incorpórea, e em todas as manifestações da vida ela se faz sentir; 7) Porque é a Força Universal, e tudo o que tem vida encerra uma sua partícula, embora diminuta. E porque assim é, e está em toda parte, a Inteligência Universal é sentida e compreendida bem claramente nas várias manifestações dos reinos da natureza, conforme a categoria de cada ser, o estado da sua matéria e o desenvolvimento dessas suas partículas na Terra. Em virtude desse racional princípio, é a Inteligência Universal sentida: No conjunto harmônico dos reinos da natureza, na formação e desenvolvimento de cada exemplar desses reinos e muito especialmente na incomparável grandeza da floresta brasileira, desde o coqueiro jiçara, vulgarmente denominado palmito, esguio e belo, e o imponente jequitibá, rei dessa floresta, à peroba, ao cedro, a todas as grandes árvores que se procuram desenvolver, crescer, subir, como a querer encravar-se na abóbada azulada do planeta, a procura de luz puríssima, que é abundante, forte e bela neste Brasil querido. É também sentida a sua suprema Força, no desencadear de fortes ventanias do quadrante sul e sudoeste, no desabar de tremenda tempestade de trovões e raios, coriscando no espaço e curveteando, ziguezagueando por entre mil lianas, folhas e troncos dos exemplares dessa floresta, especialmente na que cobre a Serra de Paranapiacaba e que, na sua encosta e vargedos, por oitenta léguas de extensão a seis, doze, dezoito e mais quilômetros de largura, de Angra dos Reis em diante, se ostenta como a mais imponente de todas, e depois, no cair tremendo de torrencial chuva, tocada por suestadas fortes, tudo arrasando e arrancando, pela base, na sua passagem. É ainda sentida dentro dessa imponente floresta verde-negra, no bramir das cachoeiras que, despenhando-se de setecentos e mais metros de altura, vão, no seu transbordamento volumoso, e rápida queda, trazendo árvores e penedos colossais até à várzea, formando caudaloso rio, sobre cujas revoltas águas, em ondulações encachoeiradas, se vêem passar inúmeros troncos de árvores seculares e animais imprevidentes, colhidos nos seus esconderijos e arrastados para essas correntes impetuosas, que se desenvolveram no planalto, cresceram, avolumaram-se e formaram força colossal na descida, até alcançar o lagamar e desaguar no oceano, ponto final de todos os rios. Após essa tremenda tempestade de vento, com trovões, raios, coriscos e chuvas torrenciais, é também observada e sentida a Inteligência Universal no clarear de tudo, no irradiar do Astro-Rei, o fecundador do solo, por sobre essa imensidade, a fazer rebrilhar-nas folhas das árvores, nos musgos, nos parasitas, dentre os quais se sobressai o guaraguatá, agarrado às rochas e nas belas folhas do cipó-imbé, até às verdenegras folhas aveludadas do caeté-as gotas de água que, após a tempestade, ali deixam a orvalhada da calma noite que a ela se seguiu, como se brilhantes fossem e, com eles, facetados e luminosos, ao serem irradiados pelos raios criadores e alentadores desse Astro-Rei. É ela sentida, aí, nesse meio imponente da natureza, após esse quadro belohorrível, tétrico, medonho, no raiar de uma manhã primaveril e no ciciar da brisa por entre as palmeiras altivas e em crescimento, por entre as mil lianas, troncos, folhas e flores, que aí se encontram e que, antes, foram açoitadas pela forte ventania de sudoeste, base da tempestade tremenda, mas purificadora e abastecedora dos regatos, córregos e rios, e pelo inebriante aroma das variadas orquídeas, trepadeiras e outras flores, no cantar dos pássaros, na alegria que os invade após o temporal que os fez passar noites em claro, transidos de susto, e dias horríveis, frios, pesados e cheios de fome. É ela também sentida nessa mesma floresta, assim grandiosa e bela, no veado mateiro, esbelto, vivo, pulador e corredor; na paca, toda chitada, couro sarapintado de branco; na esguia e sagaz cotia; no catete, no caetetu, ou queixada, em bandos, manadas ou varas; na capivara, alentada e medicinal; na anta ajumentada, dorso longo, pescoço curto e grosso, anca e lombo carnudos, tromba curta, mas terrivelmente dilaceradora, todas fora dos seus ninhos, das suas tocas e esconderijos, em procura das sevas, dos sítios das mais tenras e aromáticas pastagens, de melhores cocos e tubérculo que, em abundância, existem nessa grandiosa floresta. É ela sentida nas cavernas, onde o jaguar (tigre brasileiro) e a onça parda se encontram recolhidos, a amamentar a sua prole, a qual é por eles tratada com um zelo, um carinho, um amor por vezes superior ao do homem, sem educação da vontade, mesmo o das cidades, tidas por civilizadas; e mais claramente sentida é ela, quando esses filhos das selvas, denominados animais ferozes, saem, após a tempestade de chuva e vento, das suas cavernas, e vão à caça do macuco, do nhambu, do uru, da juriti descuidada, do tatu, da cotia, da paca, da capivara, do catete e caetetu, estes últimos perseguidos na cauda da manada ou vara, donde são arrebatados os exemplares que mais agradam aos perseguidores, sem o menor risco de ataque pelos que compõem a vara, os quais, seguindo sempre em frente, para o seu coqueiral ou frutal, não voltam atrás para libertar os companheiros das astutas e fortes garras de tão impiedoso inimigo. É ela sentida ali mesmo quando o estudioso botânico, o audaz vaqueano ou o corajoso caçador, na sua barraca armada à margem de um regato, ou no rancho de beira no chão, coberto com folhas da prestimosa e linda palmeira guaricanga, altas horas da noite, sem um raio de lua a clarear o recinto, embora bela na campina, ouve o rugir, o roncar aterrador, ameaçador, do jaguar, ou da onça parda, porque pressentiu nos seus domínios, no seu grande e belo mundo, o seu natural inimigo, o homem, rei dos animais, como ele próprio se inculca, acampado, tranqüilo, muito à vontade, muito senhor de si, como se estivesse em casa sua, em pleno domínio seu. Nesse roncar e rugir de fera orgulhosa do seu poder, da sua força e do seu direito; sente-se bem a manifestação de revolta e a ameaça dessa partícula da Força, antes meiga, carinhosa, verdadeiramente paternal, quando na caverna, ao lado da sua prole, dos seus filhinhos, e, assim, a manifestação, embora instintiva, da partícula inteligente, a provar ao homem como se ama e defende o seu natural direito e como se cumpre o dever, mesmo entre os seres mais terrivelmente ferozes da criação, que chegam ao ataque, à dilaceração de quem intente contra o mesmo direito e poder, contra a sua propriedade, os seus domínios, que são o corpo físico, para a sua depuração, a sua liberdade, os seus filhos e a sua floresta, que para eles é a mais bela, a mais rica, a mais grandiosa das propriedades da Terra. Em tudo o que aí fica, sente-se a Inteligência Universal, e se observa a sua força e grandeza nas diversas manifestações dos reinos da natureza, porém mais de perto ela se sente quando se trata do ser humano, sua partícula mais evoluída, como o leitor verá a seguir. Como a Inteligência Universal é ainda sentida e observada Além de ser a Inteligência Universal observada e sentida nos diversos reinos da natureza e, sobretudo, nas manifestações, embora simplesmente instintivas, de todos os animais, em plena floresta virgem, como ficou descrito no capítulo anterior, é ela também mais nítida, mais claramente observada e sentida neste planeta: Quando a criança nasce e solta o primeiro vagido, contraindo os lábios, as faces e os olhos, abrindo e movimentando as mãos e as pernas, como que protestando contra a violência da sua ligação, da sua prisão à matéria organizada, e como que querendo soltar-se dela, fugir e alar-se para o mundo de luz de onde veio,...