Posdictadura, Universidade pública, imaginação forense: Analía Gerbaudo e o arquivo que somos (original) (raw)
o texto pretendeu ser uma resenha expandida, apresentando o livro que condensa um extenso projeto de pesquisa de Analía Gerbaudo, "Políticas de exhumación. Las clases de los críticos en la universidad argentina de la posdictadura (1984-1986)", publicado em 2016 em uma parceria entre as editoras da Universidad do Litoral e da Universidad Nacional de General Sarmiento. Gerbaudo considera a institucionalização dos estudos literários e o trabalho de enunciação na universidade pública em uma perspectiva (posdictadura) que busca destacar marcas e resíduos das práticas ditatoriais, não apenas em um modo de produção de conhecimento atravessado pela ruptura institucional, mas também em modos de ler que foram ensaiados na clandestinidade, num conjunto de iniciativas editoriais, revistas, traduções informais e grupos de estudo para-universitários, que depois foram levados aos cursos de Literatura e Teoria na Universidad de Buenos Aires pós-1984. Ao seguir depoimentos sobre os efeitos destes encontros e aulas, que recebiam públicos de até 700 pessoas, tento ressaltar como Gerbaudo compartilha uma reflexão sobre a possível transmissão de um entusiasmo, articulando a pedagogia de uma memória coletiva a partir do tom, da importância dos relatos e do incentivo à escrita. Tento também considerar como sua pesquisa, próxima à perspectiva de Jacques Derrida que aproxima “Instituição Literatura” e “Instituição Universidade”, nos instiga a posicionar uma relação entre ambas no cerne da disputa pela imaginação pública. Erratas: na p. 194, onde está escrito Universidad de Rosario, o certo é Universidad Nacional del Litoral na p. 197, onde mencionei que Josefina Ludmer teve "todos os seus 5 livros traduzidos ao português", há um engano: o livro "Onetti. Los procesos de construcción del relato", de 1977, nunca foi traduzido. na p. 202, segundo parágrafo, onde está escrito "parecerem", o certo é "parecer".