Comunicação museológica em museus de ciências: o Museu de Ciências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (MUCIN/UFRGS) (original) (raw)
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Revista CPC, 2007
Dentre todas as ações do processo museológico a comunicação vem se destacando sobremaneira, devido a vários fatores internos e externos ao museu. Internamente, os museus vêm aprimorando uma práxis operatória cíclica que se fecha, sem nunca se completar, na comunicação, especificamente na recepção do público. Externamente, o público de museus vem aumentando a sua consciência quanto aos seus direitos de sujeito cultural no processo de interpretação do patrimônio cultural musealizado. Essa dinâmica entre o interno e o externo-entre museu e sociedade, e entre os profissionais de museus e o público-cria um "lugar metodológico" para que os museus universitários-dentre vários aspectos-desenvolvam pesquisa comunicacional. A pesquisa em museologia, sabemos, não é e não está restrita aos museus universitários. Apesar disto, e sem negligenciar este aspecto, o museu universitário é um lócus primordial de pesquisa sistemática e permanente, não somente porque esta é uma de suas responsabilidades, mas, sobretudo, porque esta tipologia de museu tem, constitutivamente, a produção e a recepção unidas de forma indissociável. No Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, cabe à Divisão de Difusão Cultural a pesquisa museológica. Neste sentido, este museu está sendo apresentado como local de desenvolvimento e aplicação de pesquisa em museologia para análise. Este texto, então, tem como objetivo apresentar alguns aportes sobre comunicação museológica adotados pela Divisão de Difusão Cultural, para discussão. Ainda, pretendemos expor as nossas reflexões visando à ampliação de uma consciência sobre comunicação do patrimônio cultural musealizado.
Desafio Da Comunicação Nos Museus Universitários
Museologia & Interdisciplinaridade
Novas formas de conceber a comunicação desafiam os museus universitários a romper com o modelo hierárquico, que pressupõe uma carência de informação do visitante, em favor de uma comunicação multireferenciada, na qual novos atores e narrativas emergem na cena museal. O artigo analisa a natureza do colecionamento no âmbito das universidades, a musealização e as modalidades de comunicação desse patrimônio, e as alternativas que sublinham para a democratização das relações dos museus com o público: a exposição de controvérsias e da dinâmica de produção de conhecimento, compreendendo processos colaborativos e de negociação, e o uso tecnologias da informação como ferramenta para ampliar audiências e a formação de redes de pesquisadores e acervos.
Comunicação em museus universitários
Museologia & Interdisciplinaridade, 2020
Este artigo tem como objetivo problematizar a comunicação dos museus universitários virtuais brasileiros. Inicialmente é apresentado o recorte do estudo, que se circunscreve apenas aos museus que se autodeclaram universitários e virtuais. A seguir realiza-se uma breve revisão bibliográfica sobre museus virtuais e suas características, bem como apresentam-se as características desejáveis da comunicação em museus a partir da Declaração de Caracas, publicada em 1992, aplicando-as ao recorte da pesquisa. Trata-se de investigação de âmbito qualitativo e quantitativo, tendo-se realizado pesquisa bibliográfica e documental, lançando mão de fontes primárias e secundárias. Para os resultados qualitativos adaptou-se o método da análise de conteúdo. Conclui-se que os museus universitários virtuais têm pouca expressividade quantitativa e que sua comunicação no ciberespaço ainda é um desafio em construção.
2020
Pesquisa descritiva acerca das mudanças das "formas de sociabilidade" no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), analisando comparativamente as passagens dos séculos XIX-XX e XX-XXI. O objetivo geral foi investigar as "formas de sociabilidade" com base no tripé coleção, pesquisa e publicação da Instituição. A metodologia de caráter quali-quantitativo utilizou as pesquisas documental, bibliográfica e de campo, e como técnicas de coleta de dados a aplicação de questionários e levantamento da produção científica na Plataforma Lattes dos pesquisadores doutores da Coordenação de Ciências Humanas (CCH) do MPEG. Os resultados mostram que houve mudanças nas formas de sociabilidade ao longo do tempo e que, especificamente, no MPEG, o entrelaçamento entre coleta, pesquisa e publicação se revelou consistente.
Educação e Comunicação em Museus de Ciência: Aspectos históricos, pesquisa e prática
Educação e Museu: A Construção Social do Caráter Educativo dos Museus de Ciência, 2003
Os museus de ciência, enquanto espaços não formais de educação adquirem papel inquestionável na ampliação e refinamento do "alfabetismo cientifico". Como as exposições são consideradas meios peculiares de comunicação dos museus, é crucial, na sua concepção, analisar os aspectos educacionais e comunicacionais, os quais serão discutidos mais detalhadamente neste texto. Nessa perspectiva, e considerando as singularidades dos museus de ciência, apresentamos inicialmente o desenvolvimento histórico dessas instituições a partir de uma vertente educacional e comunicacional. Discutimos, também, as correntes atuais de pensamento na área de educação e comunicação em museus e, ao final, levantamos algumas questões consideradas significativas para 0 trabalho dos museus de ciência. (CAZELLI; MARANDINO; STUDART, 2003, p. 85)
Diálogo com mediadores de Museus de Ciência
Ciência & Educação (Bauru)
Resumo: Analisamos como a mediação humana ocorre nas visitas monitoradas do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), localizado em Santa Teresa, ES, considerando o ponto de vista dos mediadores acerca de seu papel na mediação. Os dados produzidos decorreram das transcrições das gravações em áudio das entrevistas realizadas com os mediadores e dos registros recolhidos durante as observações. Constatamos um forte apelo, por parte dos mediadores, na reprodução do roteiro que o INMA oferece, buscando adaptá-lo à série/idade dos visitantes. O anseio por uma formação adequada ficou marcante durante as entrevistas, talvez reforçado pelo não entendimento do real papel de um mediador de museus. O INMA tem potencial para se tornar um espaço educativo cujos mediadores sejam capazes de atrair e motivar os visitantes. Para tanto, precisam conscientizar-se da importância de sua função social na aprendizagem e de seu papel no desempenho da mediação.
Alfabetização científica e exposições de museus de ciências
2013
Alfabetizacao Cientifica e entendida como conhecimento que uma pessoa deve ter para compreender, refletir e emitir opiniao acerca de processos e feitos cientificos, bem como suas implicacoes para a sociedade. Caracteriza-se, portanto, como um processo de aquisicao de conhecimento, analise, sintese e avaliacao da ciencia e tecnologia que ocorre em diferentes contextos sociais. Apesar de as discussoes e pesquisas sobre Alfabetizacao Cientifica (AC) estarem ancoradas no ensino formal, pensar este processo restrito ao espaco escolar mostra-se uma visao equivocada. O presente trabalho, de cunho teorico, tem como objetivo discutir a educacao em museus de ciencias na perspectiva da AC e apresentar uma ferramenta de analise para exposicoes. Como resultado, apresentamos quatro indicadores e seus respectivos atributos que permite identificar indicios de AC nas exposicoes em museu.
2016
Pesquisa descritiva acerca das mudancas das “formas de sociabilidade” no Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), analisando comparativamente as passagens dos seculos XIX-XX e XX-XXI. O objetivo geral foi investigar as “formas de sociabilidade” com base no tripe colecao, pesquisa e publicacao da Instituicao. A metodologia de carater quali-quantitativo utilizou as pesquisas documental, bibliografica e de campo, e como tecnicas de coleta de dados a aplicacao de questionarios e levantamento da producao cientifica na Plataforma Lattes dos pesquisadores doutores da Coordenacao de Ciencias Humanas (CCH) do MPEG. Os resultados mostram que houve mudancas nas formas de sociabilidade ao longo do tempo e que, especificamente, no MPEG, o entrelacamento entre coleta, pesquisa e publicacao se revelou consistente.
Museu, além da bolha: estudo comunicacional dos públicos potenciais do Museu Antropológico da UFG
Comunicação & Informação, 2022
Trata este texto de uma articulação teórico-empírica da noção de museu como instituição de comunicação, nos termos da museologia social e da nova museologia, assumindo a atividade museológica como essencialmente comunicacional, no que tange sobretudo ao caráter disruptor de temporalidades desta instituição. Em seguida, o artigo desdobra a análise numa aferição junto a públicos potenciais, estabelecidos por pesquisa qualitativa na cidade de Goiânia, no Brasil, para concluir que o museu é uma instituição celebrada, mas pouco conhecida e, por isso, pouco valorizada e que a ausência de conceitos ativos de comunicação museal, tais como "público ativo", "exposição participativa" e "temporalidades múltiplas", constituindo-se num dos mais típicos desafios contemporâneos das instituições museais.