A literatura entre o palco e a infância (original) (raw)

A literatura infantil entre o palco e o público

Dialogia, 2014

O espaço da literatura infantil ganhou, nos últimos anos, importância sinequa non na medida em que os índices de letramento literário aumentaram. Os veios de compreensão teórico-prática dessa questão apresentam-se das mais variadas formas. Nesse contexto buscamos compreender como o corpo poético no tópico ficção e realidade são ministrados.

Colo: o lugar do livro e da literatura na infância

Educação em Foco, 2016

A proposta da nossa reflexão em Colo: o lugar do livro e da literatura na infância é pensar a literatura infantil, seu desenvolvimento no país e seu alcance em bibliotecas e escolas. Que literatura é esta? O que a distingue do livro? Quem é a criança leitora? Conceber o colo como espaço de acolhimento para o bebê e a leitura ajuda a romper paradigmas e ler em voz alta para os bebês e as crianças, cantar e contar histórias. E, principalmente, valorizar e respeitar os sons aparentemente sem sentido como uma linguagem em construção. Incluir a família como responsável pela promoção da leitura é dever dos educadores comprometidos com a democratização da arte literária. O brinquedo é destacado como o objeto primordial da infância, assim como a presença dele na literatura. Ou seja, o jogar, a fantasia e a possibilidade de imaginação são, de fato, elementos preponderantes da literatura infantil. São citados autores da psicanálise que nos ajudam a entender a infância e aspectos da literatura...

Literatura infantil e a produção de uma ‘outra’ infância

Educacao, 2009

Literatura infantil e a produção de uma 'outra' infância Children's literature and the production of "another" childhood Betina HillesHeim* neuza maria de Fátima GuarescHi** RESUMO-Este trabalho busca discutir, a partir do estudo de um texto da literatura infantil brasileira contemporânea, como esta forja determinados conceitos sobre infância, os quais vêm sustentar determinadas formas de ver, descrever, compreender e viver a mesma. Deste modo, analisou-se um texto que pretende abordar o que se convencionou chamar como infância excluída. A análise realizada problematiza as seguintes questões: 1) a produção de uma infância 'perigosa'; 2) a concepção da infância como um lugar de inscrição, a partir de um discurso adultocêntrico e 3) o entrelaçamento do texto com o discurso pedagógico multiculturalista liberal ou humanista. Descritores-Literatura infantil; concepção de infância; discurso pedagógico.

Ler para mediar: a literatura infantil na roda

Ler para mediar: a literatura infantil na roda, 2022

O livro aborda a literatura infantil em diferentes dimensões: o texto literário, a aprendizagem da leitura e sua mediação, temas na literatura infantil, texto poético, livros de alfabeto e relatos de mediação de leitura literária. Os textos são resultado de curso de extensão e de pesquisa desenvolvidos na Faculdade de Educação (UFRGS) pelo LER: Clube de Leitura (Lendo Em Roda).

De um encontro possível entre literatura, infância e animalidade

O presente estudo devota-se a perspectivar a produção e a circulação de livros para crianças no Brasil ao longo do século XX, tendo como alvo a reunião de um conjunto de obras a cargo de literatos considerados como não pertencentes ao universo da literatura infantil. A imersão no universo temático em foco teve como ponto de partida a revisão da produção acadêmica sobre literatura infantil veiculada em periódicos do campo educacional, no período entre 2000 e 2020. Os textos mobilizados foram tomados como ocasião para que fossem revisitados alguns marcos teóricos-desde a emergência dos debates sobre literatura infantil no país, com os trabalhos de Leonardo Arroyo e Cecília Meireles entre as décadas de 1950 e 1960, até os esforços críticos e historiográficos encabeçados por Marisa Lajolo e Regina Zilberman a partir da década de 1980. Em um segundo momento, procuramos investigar as relações entre literatura e educação, na tentativa de rastrear o impacto dos discursos pedagógicos, principalmente em torno da noção de infância, sobre a produção da literatura infantil. O terceiro movimento do estudo, em que se debruçou sobre o conjunto de fontes propriamente empíricas, consistiu na composição de um acervo de livros para crianças nos quais a animalidade ganha centralidade, a reboque das ponderações acerca da zooliteratura, conforme proposição da pesquisadora Maria Esther Maciel. Conclui-se que, nessas obras, uma vontade outra de interlocução com as crianças parece se performar, alheia ao imperativo de infantilização dos leitores.

Entre a literatura e o cinema

In: Maria Esther Maciel;Sabrina Sedlmayer. (Org.). Textos à Flor da Tela. Relações entre Literatura e Cinema. 1ed.Belo Horizonte: Núcleo de Crítica Textual/Faculdade de Letras da UFMG, 2004, v. , p. 23-35. , 2004

No estudo das relações entre literatura e cinema, há uma certa tradição em discutir as especificidades das respectivas linguagens para depois estabelecer discussões que podem variar da questão da adaptação até a intersemioticidade, no esforço de compreender como certas elementos podem ser traduzidos, relidos, reconstruídos num outro suporte. A motivação dessas notas é outra, a de buscar categorias analíticas instauradoras de um espaço entre diferentes expressões artísticas, particulamente no que se refere à construção da subjetividade, do espaço e do tempo, a saber, sensibilidade, personagem-alegórico, imaginário e imagem. O objetivo seria contribuir para "uma estética de interação entre as artes" (SCARPETTA, 1985, p. 20), cada vez mais fundamental para compreender a arte contemporânea. O trânsito entre diferentes expressões, seja através de colaborações entre artistas ou na materialização mesma das obras, desde as artes tradicionais até as produções multidimidiáticas, implica novas exigências para o crítico de arte, não só um conhecimento de diferentes linguagens artísticas, mas sobretudo como responder a problemáticas que ultrapassam de muito o campo de uma especialidade, bem como uma maior mobilidade face a diferentes tradições teóricas, caso ele queira fazer emergir os sentidos culturais dos objetos estéticos, numa perspectiva transdisciplinar.

Da literacia emergente à emergência da escrita no jardim de infância

2014

Em primeiro lugar, quero agradecer à Professora Doutora Teresa Mendes pela sua amizade, compreensão, dedicação e essencialmente por me ter guiado neste percurso. À Professora Fernanda Barrocas, pelas sugestões, e por ter sido incansável na procura da melhor correção do presente relatório. A todos os professores que me acompanharam quer na licenciatura, quer no decorrer do mestrado, por todos os ensinamentos que levaram à minha formação, em especial à Professora Doutora Amélia Marchão. À Educadora Carmen Pilré, por nos ter acolhido na sua sala. Aos meus meninos e meninas, que sempre se disponibilizaram para tudo o que se pretendia fazer, pelo carinho, compreensão e aprendizagens que me transmitiram. Às assistentes operacionais da instituição, pela simpatia e disponibilidade que sempre demonstraram para comigo. Às minhas colegas de curso, pela troca de ideias e incentivo. Ao meu irmão, cunhada e lindos sobrinhos (Rui e Simão), por me animarem nos momentos menos bons, e por acreditarem em mim e nas minhas capacidades, até mais do que eu. Mais importante, ainda, aos meus maravilhosos pais, que foram os principais responsáveis por ter chegado onde cheguei, pelo seu apoio incondicional, pela compreensão aquando da falta de tempo para eles, e por me fazerem levantar a cabeça sempre que as coisas corriam menos bem. II Resumo O presente relatório enquadra-se no âmbito do mestrado em Educação Pré-Escolar e mais concretamente na unidade curricular da Prática e Intervenção Supervisionada, que se realizou numa instituição pública de educação pré-escolar, e que tem como tema Da Literacia emergente à emergência da escrita no jardim de infância. Ao longo da nossa prática pedagógica, tivemos sempre em conta as diferentes áreas de conteúdo e os vários domínios contemplados nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar e a sua articulação. Contudo, a ação retratada no presente relatório incide mais especificamente sobre o domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita. Tendo como base a pedagogia participativa da infância, tentámos desenvolver experiências de aprendizagem estimulantes e significativas em que a criança foi vista como um ser ativo e participativo nas suas aprendizagens dando grande relevância às conceções precoces de cada criança relativamente à linguagem escrita, envolvendo-as em ambientes promotores de literacia emergente. Recorremos, para esta investigação, à metodologia de investigação-ação, desenvolvendo uma atitude de pesquisa, experimentação/ação, análise e reflexão, imprescindível para o aperfeiçoamento da nossa prática educativa e pedagógica.

Literatura infantil, voz de criança

Ao comprar um livro, você remunera e reconhece o trabalho do autor e o de muitos outros profissionais envolvidos na produção editorial e na comercialização das obras: editores, revisores, diagramadores, ilustradores, gráficos, divulgadores, distribuidores, livreiros, entre outros. Ajude-nos a combater a cópia ilegal! Ela gera desemprego, prejudica a difusão da cultura e encarece os livros que você compra. Todos os direitos reservados pela Editora Ática, 2006 1 A literatura e o literário infantil _____________________________ O ser "infantil" da literatura O tema literatura infantil leva-nos de imediato à reflexão acerca do que seja esse "infantil" como qualificativo especificador de determinada espécie dentro de uma categoria mais ampla e geral do fenômeno literário. Falar à criança, no Ocidente, pelo menos, é dirigir-se não a uma classe, já que não detém poder algum, mas a uma minoria que, como outras, não tem direito a voz, não dita seus valores, mas, ao contrário, deve ser conduzida pelos valores daqueles que têm autoridade para tal: os adultos. São esses que possuem saber e experiência suficientes para que a sociedade lhes outorgue a função de condutores daqueles seres que nada sabem e, por isso, devem ser-lhes submissos: as crianças. Estabelece-se, assim, de forma inquestionável e extremamente natural, um vínculo entre dominador e dominado, que, na verdade, reproduz, o modelo capitalista de organização social. Corroborando esse quadro, vem a própria Psicologia da Aprendizagem, que, ao evidenciar as fases para a [6]completa maturação das estruturas de pensamento e de todo o conjunto biopsíquico da criança, acaba por colaborar com a visão de "natural" domínio do adulto, na medida em que o pensamento infantil ainda não está apto para inferências, abstratas e generalizadoras, de uma mente logicamente controlada. É justamente essa carência da lógica racional, esteio para as estruturas do pensamento ocidental, que faz da criança um ser dependente para a nossa cultura. Convém salientar, ainda, que a essa não-competência para a esfera analítico-conceitual acrescenta-se uma outra: a do domínio do código verbal assentado na capacidade de simbolização para a qual o pensamento infantil ainda não tem a competência suficiente, já que lhe falta a posse das convenções e das regras gerais que lhe dão acesso à significação global. No entanto, a ausência da abstração é compensada pela presença da