Autoritarismo, populismo e democracia na atual conjuntura internacional (original) (raw)

Crise do Estado e da democracia no contexto da globalização

Revista Jurídicas, 2019

O artigo tem por objetivo apresentar como o fenômeno da globalização impacta no Estado e na democracia colocando-os em crise. Em relação à globalização, observar-se-á sua relação com a economia, a organização política e a cultura. O fato que parece ser inquestionável é que a sociedade como um todo encontra-se envolvida neste processo de globalização e cada vez com mais intensidade. O texto está dividido em quatro itens, três deles relacionados à globalização e um quarto que trata do impacto da globalização no Estado e na democracia. A globalização põe por terra a ideia tradicional de Estado com base em território, povo e soberania e por isso, busca-se um novo formato para adequar-se à realidade da globalização. Com relação à democracia, o impacto é na ideia de representação. Ou seja, a crise não é da democracia, mas de representação.

Autoritarismo global – reflexões e questões

Civitas - Revista de Ciências Sociais

Partindo de uma descrição a respeito da ascensão mais recente das direitas e suas práticas e ideias autoritárias, o ensaio procura entender como essas práticas são organizadas de maneira específica, tendo em vista os contextos particulares, e como elas estão entrelaçadas aos desafios impostos pelas mudanças da sociedade capitalista nas últimas décadas. Em particular, o autor ressalta a perplexidade das classes dominantes com a crise múltipla que temos vivenciado desde 2007.

Democracia e Autoritarismo No Brasil

Revista Ciências Humanas, 2021

Este artigo tem o objetivo de abordar três contextos histórico-políticos que redimensionaram a realidade brasileira considerando as relações de forças das categorias de classes para assegurar a manutenção do poder. Para as nossas discussões, buscamos as conceituações de Antonio Gramsci sobre hegemonia, sociedade civil, sociedade política, poder, revolução e fascismo na perspectiva de apontar possíveis similaridades entre as relações de poder em momentos de ruptura e de reorientação política, que transformaram a vida da população brasileira. Acreditamos que a mobilização das classes subalternas para a sustentação hegemônica do atual regime é uma realidade que não configura a mobilização de grupos em defesa de um suposto governo de direita em sua devida fundamentação histórica.

Autoritarismo e desenvolvimento no Brasil

Historiae, 2011

RESUMO A Era Vargas, especialmente o período do Estado Novo, é tida por nossa historiografia mais tradicional como importante marco no processo de construção de um "novo Brasil", urbano-industrial, em oposição ao "antigo Brasil", agrário-exportador. De um lado, esse período se caracterizaria pelo autoritarismo, centralismo e nacionalismo político do regime varguista; de outro, por uma política de planejamento econômico e pelo estímulo à industrialização. Deve-se observar, porém, que essa visão se aproxima daquela construída pelo próprio regime a seu respeito, com base no pensamento de intelectuais como, por exemplo, Oliveira Viana e Azevedo Amaral. O primeiro influiria especialmente na definição e legitimação política do regime, enquanto o segundo enfatizaria as questões ligadas ao desenvolvimento e planejamento econômico. Analisar estas questões se constitui no objetivo deste estudo.

Autoritarismo e Nacionalismo na crise dos refugiados de 2015

Cadernos do Tempo Presente, 2017

Resumo: A crise dos refugiados de 2015 foi a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. No entanto, imigração e mortes já ocorriam antes de 2015 e seguem ocorrendo hoje. Os refugiados sobreviventes são objeto do ódio promovido pela extrema-direita europeia, que vem apresentando grande crescimento desde a crise americana de 2008. Tal fenômeno versa sobre o nacionalismo do século XXI, entendido por Eric Hobsbawm através de 3 elementos: a existência de Estados falidos do pós-Guerra Fria, a globalização, e a xenofobia. Com Bauman, é possível entender não somente as consequências humanas do processo de globalização, mas também as hostilidades aos refugiados e os medos difusos estimulados na guerra ao terror. Boaventura de Souza Santos relaciona a globalização hegemônica neoliberal à crise das esquerdas e ao crescimento da extrema-direita. Este artigo analisa todas essas questões e problematiza o surgimento do AfD, na Alemanha, um novo partido de extrema-direita. Abstract: The refugee crisis of 2015 is considered the biggest humanitarian crisis since World War II. However, immigration and deaths were already occurring well before 2015 and continue to occur until today. The surviving refugees are the object of hate promoted by the European far right, which has been showing significant growth since the American crisis of 2008. This phenomenon is part of the nationalism of the twenty-first century, explained by Eric Hobsbawm through 3 elements: the existence of failed states post-Cold War, globalization, and xenophobia. Bauman helps us to understand not only the human consequences of the globalization process, but also the hostility against refugees and the diffused fears stimulated in the war against terror. Boaventura de Souza Santos relates neoliberal hegemonic globalization to the crisis of the left parties and to the growth of the far right. This article analyses all these issues and the emergence of AfD in Germany, as a new far right party.

Novos e velhos desafios para as democracias em tempos de populismo

Compolítica, 2019

Nesta entrevista, Gianpietro Mazzoleni, Professor da Università Degli Studi di Milano, e destacado pesquisador internacional na área de Comunicação e Política, discute a mediatização da política em tempos de mídias sociais digitais e analisa a relação entre emergência do populismo no mundo e as novas estratégias de comunicação política nas redes. Além disso, comenta o processo de “memetização da política” (apropriação da agenda pública pelos memes), objeto de seu último livro, recentemente lançado na Itália (La Politica Pop Online, Mulino, 2019).

Pátria, nação e autoritarismo

Letras & Letras, 2020

O presente trabalho tem como objetivo analisar o discurso do Punk Rock brasileiro sobre a Ditadura Civil-Militar (1964–1985) a partir dos princípios e procedimentos do campo de pesquisas da Análise de Discurso materialista. Tomam-se as canções Anistia e Não questione (Pior que antes, 1988) dos Garotos Podres, Anos 70 (Cenas de um novo país, 1990) da banda 365, e Pátria Amada (Adeus carne, 1987) dos Inocentes, que foram lançadas após 1985 e que apresentam em sua constituição formulações que remetem a práticas discursivas como o patriotismo-nacionalismo. No procedimento de análise, realizou-se a seleção de recortes de sequências discursivas que apresentam uma recorrência de palavras e expressões como “amor à pátria” e “nação”. A análise dos recortes discursivos mostrou que são produzidos efeitos de crítica e denúncia nas canções, em relação ao período autoritário, a partir da ressignificação de enunciados inscritos, contraditoriamente, em redes de memórias da ditadura e da arte.