Do conspícuo Cacareco aos vulgares tiriricas. (original) (raw)
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Ética diminuta: Cortázar e Cacaso
2019
A proposta deste trabalho e a de identificar relacoes de similitude, nas escolhas esteticas e politicas, de escritores de nacionalidade e geracao distintas, Julio Cortazar (1914-1984) e Cacaso (1944-1987), tendo ambos vivido o periodo da ditadura, respectivamente, na Argentina e no Brasil. Esses escritores requisitam posicionamentos, mas nao se restringem as doutrinas, reafirmam os elos entre literatura e vida numa aposta estetica e politica que refuta a melancolia e a vitimizacao.
VAQUEIROS E CANTADORES: A DESAFRICANIZADA CANTORIA SERTANEJA DE LUIS DA CÂMARA CASCUDO
… Estudos em filosofia, raça, gênero e …, 2008
Resumo O presente artigo traz algumas reflexões quanto ao aspecto racial do discurso do folclorista Luís da Câmara Cascudo, feitas com base na análise de sua obra Vaqueiros e Cantadores. Busca apreender em seus enunciados os esforços que, a partir da genealogia da cantoria de viola sertaneja, identificam o sertão e negam naquela tradição os traços de matriz africana. Por fim, analisa ainda o discurso do folclorista em sua relação com seu contemporâneo Gilberto Freyre, com intuito de sublinhar na obra aqui analisada os encontros com aquela noção de harmonia entre as raças no Brasil. Palavras-chave: Cantoria. Sertão. Identificação. Africanidade. Fronteira.
A Retórica Da Loucura Em Quincas Borba
Brasiliana- Journal for Brazilian Studies
Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é possível que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá o título ao livro, e por que antes um que outro,questão prenhe de questões, que nos levariam longe...(Assis, 2000: 214) A ironia, carcaterísitca sempre ressaltada na obra de Machado de Assis, começa com em Quincas Borba no próprio título, incitando o leitor a refletir sobre as várias camadas de interpretações e intenções possíveis, tanto do narrador, do autor implícito assim como de seus personagens. Esta primeira indagação e possível confusão suscitada logo no título do romance encadeia uma lista de elementos e características relacionados à cisão, confusão ou ao dualismo de idéias, que predominam não só na loucura de Rubião, mas na narrativa do livro e seus temas. De supetão e paradoxalmente somente ao final do romance Quincas Borba de Machado de Assis, o narrador levanta a "questão" irônica do título. Já no prefácio, assumindo o livro como fazendo parte de uma trilogia que começa por Memórias Póstumas de Brás Cubas, o leitor pode presumir que o título se dá devido ao homem Quincas Borba das Memórias. Este homem morre no início de Quincas Borba e deixa seu nome como herança em seu cachorro. Por outro lado, o romance se desenrola em torno do personagem de Rubião, o herdeiro (de bens materiais) universal de Quincas Borba, o homem. Cabe a pergunta, que o narrador deixa para o final do livro: por que não Rubião como título ou por que o cachorro como elemento principal da história? Esta 1 Visiting Assistant Professor of Portuguese and Brazilian Studies. Hispanic Studies. Oberlin College, USA.
RAÇA E "FEITIÇARIA" EM PERIÓDICOS CARIOCAS DA PRIMEIRA REPÚBLICA
MOREIRA DE SOUZA, Pedro Ricardo, 2020
Através de periódicos cariocas que datam do fim do século XIX e início do século XX, compreende-se a articulação entre as noções de raça e "feitiçaria". O objetivo deste artigo é analisar as representações das religiosidades afro-brasileiras e de seus/suas sacerdotes/sacerdotisas em jornais de relevante circulação na cidade do Rio de Janeiro durante a primeira República.
A PARÓDIA EM "CÁLICE", DE CHICO BUARQUE E GILBERTO GIL
Este artigo tem por objetivo analisar os conceitos de paródia, intertextualidade e estilização trabalhados por autores como Linda Hutcheon, Mikhail Bakhtin e J. Tynianov, na música Cálice, de Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil, levando em consideração a recepção do leitor como agente dessa intertextualidade e paródia.
Sá-Carneiro, Paulismo e Caeirismo
2018
Pizarro, Jerónimo (2018). «Sá-Carneiro, Paulismo e Caeirismo», in Quando eu morrer batam em latas. Mário de Sá-Carneirocem anos depois», organização de Giorgio de Marchis. Lisboa: Abysmo, pp. 169-180. ISBN: 9-789895-401857 COM O APOIO DE: Cátedra José Saramago — Dipartimento di Lingue, Letterature e Culture Straniere. PALAVRAS-CHAVE: POESIA PORTUGUESA SÉCULO XX ESTUDOS LITERÁRIOS LITERATURA PORTUGUESA
Os Cacos da história, presentes
Argumentum
Parece desnecessário (entre estudiosos e leitores de Walter Benjamin ressaltar a importância do trabalho teórico de Jeanne Marie Gagnebin. Ainda assim, a reedição brasileira de seu livro Walter Benjamin: os cacos da história no fatídico ano de 2018 nos impele a reflexão crítica da história[1].[1] O presente texto foi produzido para a ocasião do lançamento da reedição do livro Walter Benjamin: os cacos da história, realizado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), em 6 de junho de 2019, com a presença de Jeanne Marie Gagnebin, Luciano Gatti, Taísa Palhares e Carolina Catini.