Uma discussão analítico-comportamental sobre o autor de violência sexual infantojuvenil (original) (raw)
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Psicologia em Revista
Esta pesquisa teve como objetivo compreender como adolescentes autores de atos infracionais experienciam a violência, sob a ótica da analítica existencial heideggeriana, utilizando como instrumento metodológico a narrativa. A interpretação foi feita com base nos sentidos que emergiram na experiência narrada e no diálogo entre algumas noções heideggerianas. Os relatos mostraram que, desde a infância desses adolescentes, a violência está presente, tendo sido observada na própria família. Para eles, o comportamento violento representa uma forma de impor respeito e admiração, podendo ser interpretados como uma expressão das relações entre o ser adolescente e o mundo que caracteriza o seu contexto de vida. Ao final, espera-se que este estudo possa contribuir para uma maior compreensão da experiência de violência sob o olhar do adolescente e, sobretudo, para promover abertura a possíveis ações diante da necessidade de prevenir o envolvimento de jovens nesse contexto.
Reflexão Da Ação Do Enfermeiro Acerca Da Violência Praticada No Contexto Da Adolescência
2017
O proposito deste estudo foi refletir a acao do enfermeiro acerca da violencia no contexto da adolescencia, enfatizar a importância da assistencia do profissional de enfermagem diante o ato de violencia contra o adolescente, identificar os principais tipos de violencia e analisar os registros policiais de atos violentos praticados por adolescentes na cidade de Quixada. E um estudo reflexivo, baseado em pesquisa bibliografica e coleta de dados para um melhor embasamento pratico teorico do assunto abordado. Foram consultados artigos de periodicos, teses, dissertacoes, alem de dados referenciais em organizacoes governamentais, como Ministerio da Saude e Organizacao Mundial da Saude e tambem as bases de dados: LILACS, Portal Saude, BVS (Biblioteca Virtual de Saude), Google Academico, Bireme e Scielo. Para uma reflexao mais direcionada ao contexto do municipio, foram coletados dados complementares com pesquisa de campo para verificar a situacao da violencia no contexto da adolescencia en...
Vitimização e Psicopatia em Autores de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes
2020
RESUMO O objetivo do estudo foi investigar a vitimização em autores de violência sexual (AVS) contra crianças e adolescentes, assim como sua relação com traços de psicopatia. Participaram 30 reeducandos cumprindo pena em regime fechado por crimes sexuais contra crianças e adolescentes, que foram divididos em dois grupos: G1, AVS considerados psicopatas (PCL-R≥30); G2, AVS não psicopatas (PCL-R<30). Os instrumentos utilizados no estudo foram: Psychopathy Checklist Revised (PCL-R) e Juvenile Victimization Questionnaire (JVQ). Para análise dos dados, foi utilizada estatística descritiva e comparativa por meio do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os resultados apontaram que participantes do G1 sofreram mais vitimizações durante a vida do que os participantes do G2.
Construindo conhecimento sobre o adolescente que cometeu ofensa sexual
Contextos Clínicos, 2012
Resumo. Esse texto enfoca um recorte da pesquisa-ação "Grupo Multifamiliar de Adolescentes Ofensores Sexuais". São escassos, em nosso contexto, os estudos sobre a temática do adolescente ofensor sexual. Foram feitas entrevistas iniciais com o adolescente e sua família para avaliar a dinâmica familiar e as condições da agressão sexual perpetrada. Nesse texto, privilegiamos o conhecimento de como o adolescente se percebe, como é percebido por sua família e sua relação com a escola. Participaram do estudo sete (7) adolescentes e suas mães. Os resultados evidenciam contradições entre como a mãe vê o adolescente e como ele se vê. Essas contradições se estendem para a expectativa de ambos em relação a uma ocupação do adolescente e também ao meio social. O contexto do adolescente ofensor sexual necessita ser conhecido visando à implementação de intervenções familiares e individuais.
Psicopatia e Autores de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes
Revista Avaliação Psicológica
RESUMO O objetivo do presente estudo foi avaliar diferenças no perfil criminal de autores de violência sexual contra crianças e adolescentes (AVS) considerados psicopatas e não psicopatas. Participaram 30 reeducandos cumprindo pena em regime fechado, que foram divididos em dois grupos: G1, composto pelos AVS considerados psicopatas (PCL-R≥30); e G2, composto pelos AVS considerados não psicopatas (PCL-R<30). Para a coleta de dados, foi utilizado o Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), e as análises foram feitas por meio de estatísticas descritiva e comparativa. Os resultados apontaram diferenças significativas entre os grupos com relação ao tempo de pena, à quantidade de fuga e rebelião, assim como o número de processos e de vítimas, mostrando que os AVS psicopatas são mais indisciplinados e têm mais chances de reincidir criminalmente do que os não psicopatas, e que, comumente, costumam vitimizar mais pessoas e cometer uma maior variedade de crimes do que os não psicopatas. Palavras-chave: personalidade antissocial; violência sexual; psicologia criminal. ABSTRACT-Psychopathy and Sex Offences against Children and Adolescents The aim of the present study was to evaluate differences in the profiles of sex offenders considered psychopaths and nonpsychopaths that committed crimes against children and adolescents. The subjects of this study were 30 re-educated criminals serving a prison sentence, organized into two groups: G1, consisting of sex offenders considered psychopaths (PCL-R≥30); and G2, consisting of non-psychopaths (PCL-R<30). The Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R) was used to collect data, and the analyses were performed using descriptive and comparative statistics. The results presented significant differences between the two groups in terms of the amount of time spent in incarceration, the quantity of prison breaks and rebellions, and the number of cases and victims. This shows that psychopathic sex offenders are more undisciplined and more recidivists than non-psychopaths, and that they often victimize more people and commit a greater variety of crimes than non-psychopaths.
Comportamentos-problema de uma criança vítima de abuso sexual
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 2013
O presente estudo analisou funcionalmente comportamentos-problema, como fazer birra, desobedecer, emitidos por uma criança que fora vítima de abuso sexual. Para o controle experimental foi empregado o delineamento de múltiplas condições com três condições principais: atenção, sozinha e controle. As condições de atenção e sozinha foram divididas em outras subcondições. Os resultados demonstraram que a atenção social controlava os comportamentos inadequados da participante. Para o programa de tratamento, optou-se pelo uso do delineamento de reversão-replicação do tipo ABAB seguido de follow-up. Esse constituiu de uma fase de linha de base I (A), seguida da fase de intervenção (B), outra fase de linha de base II (A), seguida por outra fase de intervenção II (B). Para a intervenção, foi usado o reforçamento diferencial de comportamento alternativo (DRA), um procedimento que envolveu o reforçamento positivo de comportamentos alternativos adequados que são topograficamente diferentes dos ...
Vivendo em contexto de violência: o caso de um adolescente
Psicologia em Estudo, 2002
RESUMO. Este trabalho integra um estudo longitudinal, explorando nexos entre uma história marcada cotidianamente pela violência doméstica e urbana e a construção social de uma cultura pessoal em um adolescente de 14 anos, o segundo dos três filhos de uma família matrifocal. Apoiou-se em entrevistas semi-estruturadas realizadas em diferentes períodos do estudo. Na análise, caracteriza-se um processo de construção social do envolvimento com a violência (na condição de vítima e de agressor), destacando-se o contexto sociocultural imediato, estruturado por situações adversas como pobreza, conflitos intrafamiliares e sociais e, especificamente, violência, todos estes formando o que se poderia chamar de ecologia propiciadora de atos violentos. Palavras-chave: adolescência em contexto cultural, violência, identidade.
Contextos Clínicos, 2016
Resumo. O texto tem como objetivo apresentar um relato de experiência de intervenção psicossocial grupal para adultos autores de violência sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes. O atendimento à pessoa que comete violência está previsto no Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, e requer das instituições e da sociedade uma mudança de paradigma, em relação a punir versus tratar. A intervenção se passa em uma unidade pública de saúde, a equipe é formada por um psicólogo, duas psicólogas, uma assistente social e um psiquiatra. Descreve-se uma experiência grupal ocorrida em 2014, que contou com dezessete participantes, e idades entre 27 e 71 anos. O fluxo do atendimento inclui: entrevista individual inicial, entrevista familiar, entrevista psiquiátrica, e as sessões grupais, em número de nove, com duração de duas horas cada. Os temas presentes nas sessões são: avaliação e incremento da autoestima; responsabilização pelo sofrimento perpetrado a outrem; enfrentamento da ação violenta; reflexão sobre a criação de vínculos e intimidade com outras pessoas; presença de fantasias sexuais envolvendo crianças e /ou adolescentes; recuperação do processo de comportamentos que se sucedem antes da ofensa sexual; construção de estratégias para evitar novas situações de violência sexual e elaboração de projeto de futuro de vida. O limite do texto está na ausência de outras experiências narradas em contexto brasileiro que possibilitasse discussão mais ampla. No entanto, busca-se a presença do escopo da interseção de diferentes saberes, como o Direito, a Psicologia, a Psiquiatria e o Serviço Social.