Subjetividade literária (original) (raw)

Subjetividade e Autoria

Revista Letras, 2003

O objetivo deste trabalho é analisar as marcas do sujeito, Diogo Mainardi, em três publicações assinadas na Revista Veja (edições 1683, 1699 e 1700). Serão as marcas lingüísticas, reveladoras da subjetividade do jornalista, que analisaremos à luz de uma perspectiva discursiva, tal como propõe Possenti (2001). Um acontecimento pessoal – o filho com necessidades especiais – provoca a quebra do estilo de Mainardi, habitualmente irônico, e de suas “regras básicas” de construção discursiva. A partir dessa análise, faremos algumas considerações sobre a representação que o autor faz de seu leitor, de si mesmo, do filho e de crianças de condição similar, bem como sobre a representação dos pais sobre essas patologias infantis. The aim of this paper is analysing traces of the individual, Diogo Mainardi, within three columns of his authorship in Revista Veja (editions 1683,1699 e 1700). We will analyse linguistic traces, revealers of the journalist’s subjectivity, based on a discourse treatmen...

Subjetividade e (re)produção escrita

Revista Horizontes de Linguistica Aplicada, 2011

Este trabalho , fundamentado no dialogismo bakhtiniano e nos referenciais teóricos da Análise do Discurso de linha francesa tem o objetivo de analisar dissertações de vestibulandos, a fim de evidenciar como a subjetividade emerge ao longo do texto. A subjetividade nas redações será analisada por meio de três categorias: 1. posicionamento – que nos permitirá evidenciar os recursos utilizados pelo sujeito ao se posicionar em relação ao tema (ou questões com este envolvidas) proposto para a dissertação; 2. retextualização – em que evidenciaremos os recursos utilizados pelo sujeito ao se relacionar com os trechos de textos apresentados na prova; e 3. estilo – que investigará o trabalho do sujeito com os aspectos meramente lingüísticos. De forma mais ampla, propomo-nos a repensar o ensino de escrita na escola, a partir de uma visão que considera a multiplicidade dos sentidos como fundamental em qualquer trabalho com a linguagem.

Literatura e subjetividade animal

Revista Dobra - Literatura, Artes, Design, 2021

Resumo: Como o "eu" não humano se inscreve na literatura? É possível definir uma subjetividade animal, na contramão do pensamento que se construiu, no Ocidente, sobre a noção de sujeito? Como se encena na poesia e na narrativa o ponto de vista bovino? Quais as estratégias literárias viáveis para se compor uma (auto)biografia canina? Essas questões são discutidas neste artigo, sob um enfoque transdisciplinar, a partir de textos de Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Virginia Woolf e Paul Auster. Palavras-Chave: zooliteratura, subjetividade, heteronomia, biografia animal.

A Subjetividade Nos Discursos Da Literatura De Autoajuda

Linguagem em (Dis)curso

Resumo O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a questão da subjetividade nos livros da literatura de autoajuda, de modo específico nas obras Treinando a emoção para ser feliz (2007a) e 12 semanas para mudar uma vida (2007b), ambas do escritor brasileiro Augusto Cury. Tomando como base a perspectiva teórica e metodológica da Análise do Discurso (AD) de orientação francesa, especialmente aquela desenvolvida na esteira dos estudos foucaultianos, são empreendidas discussões sobre a problemática. A partir de um processo de descrição e interpretação dos enunciados que compõem o corpus, identifica-se, nos discursos analisados, a mobilização de dispositivos e práticas da relação do sujeito consigo mesmo, os quais discursivizam e trabalham com a produção de subjetividades na contemporaneidade e inscrevem-se em um campo da produção editorial marcado por condições de possibilidades históricas e sociais dadas.

Relatos da subjetividade

Letrônica, 2021

Os relatos sobre a Amazônia sofreram, em processos sócio-econômicos e históricos, uma associação subordinadora com relação aos discursos nacionais e internacionais. A literatura de Milton Hatoum surge como voz resistente neste contexto, reconstruindo discussão da imagem exótica da Amazônia brasileira. Os seus personagens, a partir de posições privilegiadas, valem-se da memória para orquestrar perspectivas que se fragmentam no tempo e no espaço. Os narradores das primeiras obras, a narradora inominada de Relato de um certo Oriente, Nael de Dois irmãos, Lavo de Cinzas do Norte, e Arminto de Órfãos do Eldorado, ao viverem à margem da casa principal (e da sociedade), reivindicam, via escrita, oralidade e estilização – modalidades facultadas pela prosa. Nessas obras, o relato, marca da escrita hatouniana, estabelece reconstrução de vozes para a consolidação de subjetividades. Analisaremos, pontualmente, as personagens subalternas Anastácia Socorro, de Relato de um certo Oriente, e Doming...

Subjetividade e crítica cultural

Horizontes Antropológicos, 2007

Nos muitos trabalhos que tentam resgatar "o ator" em algum sentido, existe uma tendência a evitar questões de subjetividade, ou seja, "estruturas de sentimento" complexas (na expressão de Raymond Williams). Este artigo retorna ao trabalho de Max Weber e Clifford Geertz para considerar várias questões de subjetividade, incluindo tanto ansiedades existenciais fundamentais como construções sociais e históricas específicas de "consciência". O artigo conclui com uma releitura de vários textos recentes sobre a consciência pós-moderna como uma configuração específica de ansiedades, ligadas a formações do "capitalismo tardio".