Fotografia e antropogênese: o melhor amigo do homem (original) (raw)
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A Antropóloga e a Máquina Fotográfica em Movimento
Para além da dimensão estética, as práticas do graffiti possuem uma dimensão dos usos que é igualmente relevante, a qual desloca e cria fronteiras, fazendo emergir cidades imaginadas que se sobrepõem à cidade planejada. Pesquisar tais usos requer o acompanhamento dos processos de pintura na rua e um intenso deslocamento, colocando desafios à prática etnográfica. O uso da máquina fotográfica surgiu neste contexto e me levou a desenvolver uma atividade ao mesmo tempo reflexiva e produtiva. No entanto, as fotografias ganharam novas dimensões dentro da pesquisa, levantando perguntas não previstas: como produzir uma narrativa etnográfica dos usos da rua através de palavras e imagens? Partindo desta pergunta e deste contexto, procuro lançar um olhar sobre as possibilidades de construções de narrativas a partir do processo de edição de documentários e da composição gráfica dos zines e publicações alternativas, os quais podem fornecer modelos e inspirações para este segundo campo etnográfico.
Fotografia panorâmica e sua relação homem-técnica
Informatica Na Educacao Teoria Pratica, 2011
Buscamos neste artigo discutir, a partir dos aportes de Gilbert Simondon e outros autores afins, alguns aspectos das relações entre objetos técnicos e a sociedade atual. Entendendo que humanidade e técnica estão inseridas nas mesmas etapas de evolução que se desenvolvem por um longo processo de individuações, assinalamos como eixo de nossa análise a discussão sociotécnica das condições do surgimento da fotografia panorâmica, bem como dos modos de subjetivação que permeiam esse processo. Assim, buscamos construir uma breve filosofia da técnica relativa à fotografia panorâmica, sem exaltar a ideia da relação homem e máquina como dominação, ou como uma mistura indistinta, mas sim disparando reflexões em que homem e máquina acoplados são produtores de modos de viver, que estão em constantes movimentos de instabilidade e estabilidade nas suas diferenças e semelhanças acionando processos de individuação e subjetivação. Palavras-chave: Fotografia panorâmica. Objeto técnico. Processo de individuação. Relação homem-técnica.
FOTOGRAFIA, 'TIPOS RACIAIS' E ANTROPOLOGIA AUTORIA
2021
Em seu quarto artigo sobre a utilização da fotografia como instrumento a serviço da dominação colonial, a autora analisa o seu papel na produção do sujeito racializado-o 'tipo racial'-na cena de formação, desenvolvimento e institucionalização da antropologia.
Elementos antropológicos no processo de criação fotográfico de Arthur Omar
2009
Considerando a complexidade atual da producao fotografica brasileiras, que pede cada vez mais estudos que compreendam as obras em sua mobilidade, a pesquisa propoe um estudo sobre o percurso de criacao do ensaio fotografico Antropologia a Face Gloriosa de Arthur Omar. Dessa forma, este artigo apresenta caminhos investigativos de analise da imagem fotografica contemporânea por meio dos estudos sobre processos de criacao, enriquecendo assim as maneiras de pensar a fotografia como um processo comunicativo e artistico.
Por uma sensibilização do olhar – sobre a importância da fotografia na formação do antropólogo
2021
In this text, I try to associate anthropological field research to the photographic act itself, showing what is common in these two activities: the need for clipping, proximity, intimacy and empathy, the decision about what will or will not be in focus. From my experiences at the Escola de Arte Brasil: I talk about the awareness of the gaze, the need to create repertoires and the opportunity that photography offers to change the focus - from the verb to behavior, the body, the gestures, the details about which it is not always possible to speak. I also try to emphasize the association of photography with the narrative that Walter Benjamin talks about, the ability of both the narrative and the photography to welcome the experience of those who hear or contemplate it.
Seduzidos pela luz ou bases antropológicas da fotografia
Imaginalis, 2022
Originado da tese de doutorado de Michel de Oliveira, “Seduzidos pela luz ou bases antropológicas da fotografia” não se parece com o que se convencionou chamar de trabalho acadêmico-científico. Não lhe falta, no entanto, o rigor da investigação nem a pertinência da revisão bibliográfica e do cruzamento de autores, muito menos a densidade e profundidade das ideias. É na escrita audaciosa, saborosa e viva que está a diferença. O texto inicial, registrado como tese defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2020, não é menos vibrante; é, ele também, o texto de um escritor. A feliz confluência entre o escritor e o pesquisador de doutorado vai muito além da forma, chegando ao questionamento e à proposta de equações para o velho, mas sempre atual problema da subjetividade na investigação científica.
O Olho do Antropoceno: fotografia diante do tempo
Literatura e arte no antropoceno, 2021
O texto discute o a fotografia como plataforma de observação e intervenção no Antropoceno, com destaque para a relação entre o surgimento da imagem técnica e o começo (entre outros possíveis) do que se chama Antropoceno. Discutem-se, também, alguns eventos fotográficos como realizações técnicas e trágicas da nossa era, sem deixar de apontar alguns caminhos de esperança. As três experiências relatadas têm em comum a prática fotográfica como o espaço da mediação, meio de reverberar as narrativas ancestrais, ato político de defesa incondicional do planeta e de reconhecimento das alteridades que nos caracterizam como “terranos” (Latour, 2014).