Para mapear o que nos importa: coletividade agroecológica e tecnologia social semeando a diversidade da vida (original) (raw)

Agroecologia e tecnologia social como caminhos para o desenvolvimento rural integral: Uma aproximação

Economia e Desenvolvimento , 2020

A abordagem do texto inicia-se a partir de um questionamento bastante importante sobre a vinculação da temática do desenvolvimento rural e da agroecologia com a Tecnologia Social. Basicamente, a discussão parte de uma pergunta central: qual a relação existente entre o desenvolvimento rural e a agroecologia com as tecnologias sociais? A partir disso, vale adiantar que o trabalho parte do pressuposto de que a Tecnologia Social (TS) se alinha às propostas do desenvolvimento rural e da Agroecologia. Para fins de análise neste texto, entende-se a TS como um conjunto de técnicas e metodologias que podem ser aplicadas (e/ou reaplicadas) para a solução de problemas sociais, a partir da interação com os atores que a utilizarão. O desenvolvimento rural pode ser sintetizado aqui como um conjunto de ações propositalmente voltados para promover o desenvolvimento do ambiente rural. Contudo, embora não tenha um viés excludente, tem um caráter voltado para a pequena agricultura, por entender sua diferenciação com relação à grande agricultura, especialmente, no que diz respeito a suas fragilidades e dificuldades (ITS, 2004). Por sua vez, de forma resumida, pode-se definir a Agroecologia, tanto como uma agricultura de base ecológica ou sustentável, como um processo sistêmico, social, que gera resultados para o bem comum (e não apenas para um pequeno grupo) (SCHNEIDER, 2010; CAPORAL e COSTABEBER, 2000). Assim, o objetivo deste trabalho é relacionar as discussões sobre a temática da Tecnologia Social com o mundo rural, mais especificamente, com a temática do Desenvolvimento Rural e da Agroecologia. O texto não pretende, contudo, trazer uma resposta a esta pergunta, mas suscitar elementos para promover o debate e a reflexão sobre esta possível vinculação dos temas. Para tal, primeiro, o texto traz a contribuição das reflexões sobre Tecnologia Social. Em seguida, são apresentadas as contribuições sobre Desenvolvimento Rural e, então, sobre Agroecologia. Ao final, discute-se a relação entre as três temáticas.

Transição agroecológica e inovação socioterritorial

Estudos Sociedade E Agricultura, 2013

Transição agroecológica e inovação socioterritorial5 Introdução A agroecologia é muitas vezes apresentada como um modelo "alternativo" capaz de conciliar produção agrícola, melhor conservação dos recursos renováveis e fortalecimento da agricultura camponesa. Entretanto, a agroecologia, que se nutre de algumas disciplinas científicas, ganha corpo a partir de um campo de conhecimento contextualizado, pois se baseia na valorização dos saberes locais, nas experiências das comunidades de base e na aná

Estrutura da socioagrobiodiversidade em quintais produtivos: agroecologia conquistando espaços nas vidas de famílias urbanas

Cadernos de Agroecologia, 2018

Resumo Este trabalho retrata a estrutura da socioagrobiodiversidade em quintais produtivos urbanos, vinculada a práticas agroecológicas. Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, quantiqualitativa, desenvolvida no município de Colombo/PR, com 18 participantes e/ou famílias, mediante observação participante, registros fotográficos, questionários estruturados, entrevistas semiestruturadas e caracterização dos quintais. Verificou-se um total de 181 espécies, pertencentes a: plantas alimentícias não convencionais, frutas, condimentos, frutos, folhas, tubérculos e raízes, leguminosas, cereais e flores. Deste modo, os quintais produtivos se sobressaem na diversidade de plantas, cultivadas e espontâneas, nativas e exóticas, e seus usos múltiplos, na manutenção da agrobiodiversidade e fauna, oportunizando a geração de alimentos agroecológicos, saudáveis e de qualidade ampla.

Noção Complexa De Saúde e Agroecologia: Parceria Em Direção À Sustentabilidade

Responsabilidade social, produção e meio ambiente nas ciências agrárias, 2021

O ensaio visa explorar a possibilidade do uso da Noção Complexa de Saúde para contribuir na compreensão da agroecologia sob um novo olhar, inspirado pela Teoria da Complexidade, visando observar a realidade através de princípios diferentes daqueles que originaram a agricultura convencional. No trabalho são examinados os princípios e sua coerência com um sistema agroecológico, bem como a saúde como caminho para a sustentabilidade planetária.

A Diversidade Social e Natural Do Campo Brasileiro: A Experiência Do Sistema Agroflorestal

Revista Geografica De America Central, 2011

A paisagem e o cenário econômico agrário brasileiro, tem se configurado nos últimos anos em lócus de nossa pesquisa, principalmente na articulação do espaço agrário e sua organização multifacetada, produzida pelo modo de produção capitalista. Diante da grande expressão de estudos que analisavam a mecanização do campo brasileiro, a partir da década de 1960, poucos eram os estudos sobre o cenário agrário que contemplavam outras configurações, principalmente aquelas formas de produção agrícola oriundas da unidade familiar de produção. Resultado de análises regionais realizadas sobre o espaço agrário paranaense e paulista, desenvolvemos nossa pesquisa buscando explicações, a partir da leitura e análise permitida pela geografia regional, de diversas formas de expressão, no espaço agrário paranaense e paulista, da agricultura familiar. Trataremos nesse artigo de uma forma de agricultura familiar denominada de sistema agroflorestal (SAF), que contempla a exploração da terra a partir do desenvolvimento sustentável (vegetação nativa x população). Nosso objetivo é caracterizar geograficamente o sistema agroflorestal, localizado no município de Barra do turvo. O trabalho de campo, as entrevistas com os agrofloresteiros, e a fotografia foram utilizados para registrar e analisar o SAF.

NOVA VIDA NO SERTÃO: A contribuição das Tecnologias Sociais Agroecológicas para a convivência com o Semiárido

2019

RESUMO As Tecnologias Sociais surgem como resposta aos anseios dos agricultores empobrecidos que necessitam de uma nova possibilidade ao seu pertencimento no meio rural. que garante aos mesmos, participação produtiva com poucos recursos e com respeito ao ambiente, inibindo desta forma exclusão social promovida pela hegemonia do agronegócio. A proposta das Tecnologias Sociais é impulsionar a transformação social através de produtos, métodos e técnicas produtivas que tenham por finalidade a promoção social, econômica e ambiental dos envolvidos no cultivo agrícola. Associada à agroecologia estas tecnologias auxiliam a produção sustentável, com a potencialização do uso dos recursos naturais do semiárido e minimiza o uso de produtos agroquímicos. O objetivo deste trabalho é verificar quais são as principais tecnologias sociais utilizadas no semiárido nordestino brasileiro, a fim de promover o debate em torno da promoção destes métodos produtivos com a potencialização de políticas públicas que beneficiem estes trabalhadores e respeitando o saber popular. Para isso, foi realizada uma revisão teórica acerca de conceitos da agroecologia e da tecnologia social bem como a contextualização geográfica da Região Nordeste do Brasil, elencando suas potencialidades econômicos e sociais. Dessa forma, pode-se concluir, a partir das fontes consultadas que a agroecologia, privilegia os saberes tradicionais, os incorporam a realidade dos agricultores, e promovem o desenvolvimento sustentável através de tecnologias sociais.

Tecnologias sociais como opção agroecológica para garantir a soberania alimentar e nutricional no Semiárido

Cadernos de Agroecologia, 2018

Resumo Este texto descreve a experiência de produção de hortaliças no Semiárido da Região Sudoeste da Bahia utilizando Tecnologias Sociais como os canteiros econômicos irrigados com água de enxurrada armazenada em reservatórios subterrâneos. A produção baseada nos princípios agroecológicos está aumentando a segurança alimentar das famílias beneficiadas e aumentando a renda obtida com a venda de hortaliças, demonstrando assim a viabilidade socioambiental das tecnologias sociais para convivência com o Semiárido.