O Gótico nas novelas de Lúcio Cardoso (original) (raw)
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Abusões, 2022
Este trabalho apresenta uma leitura cerrada da novela O desconhecido (1940), do escritor Lúcio Cardoso (1912-1968), vinculando-a à tradição gótica e explorando suas marcas diferenciais em relação à literatura brasileira dos anos trinta e começo dos quarenta. A filiação ao gótico é investigada nesse relato como um processo de mascaramento; os apetrechos literários que tipificam esse estilo composicional funcionam como um véu que encobre dilemas mais íntimos e transgressores dos personagens, e que engendram o cerne dramático da narrativa. Por detrás dos elementos góticos, há a presença fugidia de um erotismo fatalista (sobretudo do homoerotismo como força destruidora) que se imiscui à angústia metafísica, tingindo a prosa cardosiana com ousadia e ambivalência. Desse modo, a novela se converte num território de batalhas quase míticas e de contradições dilaceradoras.
Lúcio Cardoso e a Revista Branca
Web Revista Linguagem, Educação e Memória, 2019
Neste artigo buscaremos recuperar a participação de Lúcio Cardoso na Revista Branca, fundada e dirigida por Saldanha Coelho em 1948. Lúcio contribuiu com dois textos para o periódico: o poema "Agora", em 1948; e "O véu da manhã", resenha de um livro de poemas de Elcio Xavier, escritor integrante da revista. Na primeira parte deste artigo buscaremos apresentar as incursões de Lúcio na poesia, como poeta e como crítico. A segunda parte será dedicada à análise da resenha de Lúcio, que nos conduziu ao próprio Elcio Xavier, escritor que participou ativamente do grupo da Revista Branca e que prestou um breve depoimento relatando sua participação no periódico, além de rememorar o seu contato com Lúcio Cardoso. Por fim, na terceira parte apresentaremos o poema “Agora”, que permanece inédito em livro, seguido de breve análise. Nesta análise, buscaremos estabelecer um diálogo entre o poema de Lúcio e a pintura A Anunciação, do pintor italiano Fra Angelico. Além disso, vamos cotejar o poema “Agora” com outros dois poemas homônimos do autor, o primeiro publicado em Poemas inéditos; o segundo, recuperado por Ésio Macedo Ribeiro a partir do acervo do escritor e incluído na seção “Poemas Póstumos” da Poesia completa.
Vestígios Do Gótico Nos Contos De Lygia Fagundes Telles
bdtd.bce.unb.br
portas do mundo da literatura para mim; ao meu filho Cícero, cuja breve passagem me mostrou que na vida devemos ir sempre em busca do que amamos; e à minha filha Luiza, luz da minha vida, que me inspira todos os dias a ser sempre melhor.
Lúcio Cardoso e a representação cultural transgressora no conto "Japonesa"
2022
Este trabalho tem por objetivo investigar o conto “Japonesa”, de Lúcio Cardoso, publicado no periódico A Noite, em 6 de junho de 1953. Em um primeiro momento, recapitulou-se informações sobre a produção de contos do escritor mineiro e sobre a coluna “O crime do dia”, sugerindo uma possível motivação para a escolha deste nome e refletindo sobre o espaço que abarcava o real e o ficcional. Em seguida, foram identificadas e expostas as fontes factuais que inspiraram o escritor mineiro a produzir o texto em questão, sendo apontado o caso de Yoko Oda – mulher acusada de cometer oito assassinatos em Ilha Grande, Rio de Janeiro – como a história que inspirou o autor a escrever “Japonesa”. Posteriormente, buscou-se apresentar sinteticamente o conto, de modo a estabelecer um confronto entre os elementos do texto ficcional com as informações oriundas das reportagens policiais, especialmente aquelas com as quais Lúcio teria entrado em contato através do jornal supracitado. Em consonância a estudos anteriores e somando a eles novas informações, mostrou-se, por fim, como a personagem apresentada no conto assemelha-se a outros tipos presentes tanto na obra contista quanto romanesca do autor, indicando as similitudes entre Ioko, de “Japonesa”, Dona Ruth, de “Abismo”, e Donana de Lara, de O viajante.
Lúcio Cardoso and the Revista Branca
Web Revista Linguagem, Educação e Memória, 2018
In this article, we aim to recover Lúcio Cardoso’s participation of in Revista Branca, founded and directed by Saldanha Coelho in 1948. Lúcio contributed with two texts to the magazine: the poem "Agora" in 1948; and "O véu da manhã", a review of a poetry book written by Elcio Xavier, a writter of the journal. In the first part of this article, we will present Lúcio's incursions into poetry, as a poet and as a critic. The second part will be dedicated to analyses Lúcio's review, which led us to Elcio Xavier himself, a writer who actively participated in the group of Revista Branca and who not only gave us a brief testimony reporting his participation in the journal, but also recalled his contact with Lúcio Cardoso. Finally, in the third part, we present the poem "Agora", which remains unpublished, followed by a brief analysis. In this analysis, we will establish a dialogue between the Lúcio’s poem and the painting The Annunciation, by the Italian painter Fra Angelico. In addition, we will compare the poem "Agora" with two other homonyms poems written by Lúcio Cardoso, the first one published in Poemas inéditos; the second one, recovered by Ésio Macedo Ribeiro from the writer's collection and included in the section "Poemas Póstumos" of Poesia completa.
A Presença Do Gótico e Do Grotesco Em O Crime Do Padre Amaro, De Eça De Queirós
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Despite the influence of Realism, Eça de Queirós' narratives are marked by gothic and grotesque characteristics. In O crime do Padre Amaro (1875), both styles are perceived in some actions, characters, and settings, which are related to social taboos and death. In this sense, this paper analyses the Gothic and Grotesque subtle presence in O crime do Padre Amaro. In order to