Espaço urbano, violência e mulheres negras: Parte 2 (original) (raw)

ST 9 Feminismo e o espaço urbano: apontamentos para o debate

Anais ENANPUR, 2017

This article discusses the contributions of feminist theories for the debate on space and urban planning. Starting from the diversity of feminist conceptions and epistemologies, the text contrasts with the universalism of liberal feminism, as well as the universalism that guides modern urban planning. It seeks to launch some bridges into a theoretical basis that allows us to perceive the contradictions of the production of the cities, from the relations traced by the structure of inequalities inherent to capitalism, patriarchy and racism.

Disputas em torno do espaço urbano 2da edição

Disputas em torno do espaço urbano 2da edição , 2020

Os trabalhos reunidos no livro apontam a relevância de se pensar os processos de produção, reprodução e apropriação da cidade “desde baixo”, “acima”, ou nas dinâmicas relações de ida e vinda entre diversos processos culturais e sociais que acontecem nelas. Além do destacado perfil dos(as) autores(as) e do foco interdisciplinar do livro, nele são retomados relevantes debates sobre a [re]construção, produção e apropriação do mundo urbano a partir de perspectivas relacionais dos atores que participam de diversos tipos de disputas, nos mais diversos tipo de contextos urbanos, mostrando a necessidade de se indagar sobre esses processos em todos os setores e grupos societais (elites no poder, grupos subalternos, setores médios, governança, capital imobiliário, etc.).

Izidora e duas Rosas: notas para uma perspectiva do espaço protagonizada por mulheres negras

Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 2021

O presente artigo tem como objetivo discutir o protagonismo das mulheres negras nas disputas de lugar ocorridas, em três tempos históricos distintos, na região da Izidora, onde atualmente se localizam as ocupações Vitória, Esperança e Rosa Leão, situada no vetor norte da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O que se busca mostrar é a convergência entre as lutas em torno da permanência das comunidades na dimensão físico-territorial e das lutas por nomeação do lugar. As perspectivas feministas negras são tomadas, enquanto epistemologia, para construir um quadro conceitual que, ao problematizar análises unidimensionais da produção do espaço, dá visibilidade às múltiplas dinâmicas que se entrecruzam no espaço e no tempo, informadas por gênero, raça e classe.

Cidades feministas: a dimensão comunicativa dos mapas da violência

Memorias Congreso ALAIC 2022, 2022

Neste artigo discutimos as dinâmicas entre comunicação e cidade a partir dos mapas desenvolvidos por ativistas e organizações sociais de mulheres, que produzem dados sobre feminicídios, assédios e agressões, permitindo uma navegação personalizada com diferentes tipos de filtros. Nosso objetivo foi entender o que caracteriza esses mapas que têm a violência como tema central. A metodologia envolveu pesquisa bibliográfica, localizando-os como proposta de comunicação e de metodologia feminista e análise documental das produções: Cartografias dos feminícios en Costa Rica, Violencia Feminicida en el Estado do México, Mapa Latinoamericano de Feminicidios, Violencia Feminicida Ecuador, Mapa da Delegacia da Mulher (Brasil), Yo te nombro (México), Feminicidios Uruguay, Femicidios en Nicaragua, Elas tienen nombre (Ciudade Juárez) e Violencia hacia lesbianas (Argentina). Os resultados mostram que a temática predominante são os feminicídios e o principal método é a coleta de notícias, combinada aos dados públicos ou depoimentos, posteriormente inseridos nas plataformas Google Maps ou OpenStreetMaps. Os mapas são descritos como ferramentas de denúncia e identificamos esforços para ampliar o alcance, como presença nas mídias sociais, campanhas e planilhas de dados abertas. Concluímos que os mapas constituem-se como meios de comunicação fundamentais para abordar desafios, camadas e tensionamentos da violência de gênero na América Latina.

Numa Urbe Genderizada: Vivências dos Espaços

Revista Latino-americana de Geografia e Genero, 2014

A cidade foi sendo perspetivada como um lugar masculino em que as mulheres (e, em particular, as mulheres imigrantes) não eram cidadãs plenas no sentido em que não adquiriram o acesso integral e livre às ruas e sobreviveram nos interstícios da cidade. Apesar de todas as conquistas das mulheres e do aparente cosmopolitismo das cidades europeias, as cidades continuam a ser espaços genderizados, espaços de conflito e de discriminação, contextos plenos de ameaças e interdições. Neste artigo apresentaremos algumas reflexões sobre a forma como as mulheres imigrantes brasileiras, cabo-verdianas e ucranianas se relacionam com o espaço-cidade de Lisboa-com base nos dados do projeto de investigação da autora financiado pelo Observatório da Imigração 'Mulheres imigrantes em Portugal. Memórias, dificuldades de integração e projetos de vida'.

Espaço Urbano e Criminalidade: Uma Breve Visão Do Problema

2007

O espaco urbano foi fragmentado em inumeros territorios com caracteristicas proprias e excludentes da cidadania, favorecendo a instalacao da criminalidade e o enfraquecimento da sociedade. A impossibilidade de circulacao inviabiliza parte das acoes de policiamento e proporciona condicoes de confronto com os orgaos de seguranca publica. O Municipio e a Justica nao dinamizam acoes que poderiam contribuir na reducao da criminalidade. O tema e confundido com situacoes de ordem economica que tornam difuso o foco sobre o problema.

O Invasor: Espaço Urbano e Violência

Literatura Em Debate, 2013

RESUMO: O artigo analisa a narrativa literária O invasor, de Marçal Aquino, e sua versão fílmica, dirigida por Beto Brandt, a partir de um olhar histórico sobre a violência fundacional do Brasil e sua perpetuação nas diversas esferas sociais e de poder. A narrativa retrata a violência na sociedade contemporânea e evidencia sua permeabilidade nas ações do cotidiano do espaço urbano, refletindo sobre suas consequências na conformação social. A ficção, na esteia de Antônio Candido, assume, neste caso, papel desagregador e, portanto, questionador do status quo, ao denunciar esses processos viciados e viciantes da sociedade brasileira. PALAVRAS-CHAVE: O invasor. Violência urbana. Literatura. Cinema. Da Violência Fundante É notória a informação de que sociedade brasileira, historicamente, convive com o signo da violência. Fruto de relações híbridas e pautada sua construção sobre uma funcionalidade arquetípica metafórico-narcísica e metonímico-agressiva, segundo Bhabha (2010), o país de indígenas, brancos e negros alicerçou um espaço aberto à diversidade, contudo, manteve uma estrutura polarizada. Etnias mesclaram-se, embora o convívio nem sempre tenha se estabelecido a partir de laços pacíficos e respeitosos. O caminho foi inverso: sob o desígnio da hegemonia europeia, situações acentuadamente opressoras edificaram-se no espaço nacional, gestando uma nação plasmada pela violência desde as origens. O povo brasileiro levantou-se a partir de matrizes raciais díspares, consoante Darcy Ribeiro (1999), de tradições culturais distintas e de formações sociais defasadas que se enfrentaram e, simultaneamente, liquefizeram-se em um povo com características próprias. 1 Doutora em Letras e Linguística pela PUCRS, professora e pesquisadora do Mestrado em Processos e Manifestações Culturais e do curso de Letras, da Universidade Feevale. 2 Doutor em Literatura Brasileira, Portuguesa e Luso-africana, pela UFRGS, professor e pesquisador do Mestrado em Processos e Manifestações Culturais e do curso de Letras, da Universidade Feevale.

"Elefante branco": espaço urbano, ruínas e violência

Ars, 2019

Pensaremos o filme "Elefante branco" (Elefante blanco, 2012), de Pablo Trapero, a partir do espaço urbano que ele representa/cria. A ruína enquanto espectro, tanto do fracasso quanto da resistência, modulará a análise dessa produção, que aposta na mobilização de ideias que cercam um universo complexo como a favela-entre elas, além da imagem da ruína, a violência como elemento constitutivo da cotidianidade. Essa mobilização ocorre por meio da vivência de personagens alheios a tal mundo e que escolhem ser parte dele, mergulhando em uma trajetória de aprendizagem que, como tudo no filme, tem a dupla cara de destruição e de construção. Também faremos uma rápida exploração do espaço nos outros filmes de Trapero e das favelas no cinema argentino. Publicado em Ars – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, vol. 17, n. 36, Agosto, pp. 191-216. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ars/article/view/145306.

Visualidades No Espaço Urbano: Arte e Enfrentamento À Violência Contra a Mulher

Anagrama, 2018

O enfrentamento à violência contra a mulher é um dos grandes desafios de nossa época. Se por um lado os casos de feminicídio, agressões e abusos têm hoje repercussão midiática expressivamente maior do que casos semelhantes tinham há uma década, por outro percebe-se que essa cobertura, em especial a jornalística, ainda investe na construção de um discurso expositivo, não problematizador e, em vários casos, culpabilizador sobre a mulher e a violência sofrida. Nosso objetivo neste artigo é apresentar a produção artística de mulheres na cidade de Vitória/ES que, na contra mão dessa construção midiática não problematizadora, propõem em seus trabalhos no espaço urbano da cidade, ações e reflexões que contribuem para o enfrentamento à violência de gênero na cidade.