Caminhos e descaminhos do pensamento cultural na historiografia da diáspora africana (original) (raw)

DIAGONAIS DO AFETO: Teorias do intercâmbio cultural nos estudos da diáspora africana

This work analyses the historiography which has studied the formation of African-American cultures and the cultural exchange between Africans and Euro-Americans, sustaining that it has been characterized by a contradictory coexistence of universalistic and particularistic presuppositions about the nature of culture. These contradictions can already be observed in Franz Boas"s Anthropological culturalism, which moves between two definitions of cultureon the one hand, as an organic and stable "spirit" and, on the other hand, as a historical and dynamic aggregate of customs and ideas -, indicating permanence and transformation as simultaneous aspects of cultural contact.

Narrativas sobre a Diáspora Africana

Fronteiras: Revista Catarinense de História

Este trabalho visa apresentar uma proposta didática resultante da pesquisa intitulada “Narrativas sobre a Diáspora Africana no Ensino de História: trajetórias de africanos em Desterro/SC no século XIX”. O objetivo da mesma era discutir a construção do conhecimento histórico por meio da produção de narrativas sobre populações de origem africana em Desterro/SC no século XIX, possibilitando aos estudantes evidenciarem e conhecerem a agência destes sujeitos ao longo dos processos históricos. Assim, através da análise de documentos históricos do período, aliada a uma ampla discussão bibliográfica atual sobre a temática, foi produzido um site educativo, o “Narrativas sobre a Diáspora Africana” (http://trajetoriasdadiaspora.com.br/). Este artigo apresenta o desenvolvimento do site e suas possibilidades de trabalho em sala de aula.

Depois, o Atlântico: modos de pensar, crer e narrar na diáspora africana

Depois, o Atlântico: modos de pensar, crer e narrar na diáspora africana, 2010

Sumário do livro: De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião Reginaldo Prandi Mapas de uma travessia: diáspora africana e identidades em construção Prisca Agustoni e Bárbara Simões Em torno das “Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana”: uma conversa com historiadores Martha Abreu e Hebe Mattos Reflexões sobre relações étnico-raciais e educação: entre diálogos e silêncios Maria Clareth Gonçalves Reis Relações étnico-raciais no contexto escolar Eneida de Souza Lopes Identidades cambiantes: os olhares das crianças para o quesito cor nas certidões de nascimento Andréa Borges de Medeiros Religiões afro-brasileiras e cultura nacional: uma etnografia em hipermídia Rita Amaral e Vagner Gonçalves da Silva As cores na rua – a propósito de uma reflexão em torno de Reinados e performances congadeiras no sertão das Gerais Rubens Alves da Silva Os Terreiros de Umbanda e a promoção da saúde da população negra Sônia Regina C. Lages Tambores na escola: desafios e perspectivas para as religiões afro-brasileiras na sala de aula Robert Daibert Júnior África na senzala latino-americana: utopias de escravos rebeldes Brasil e Cuba, década de 1830 Viajando por territórios quilombolas da atualidade: reflexões sobre processos etnoterritoriais Leonardo de Oliveira Carneiro Cativeiro e liberdade: aspectos do cotidiano escravo na cidade de Juiz de Fora - MG Mônica Ribeiro de Oliveira e Sonia Maria de Souza Memórias silenciadas, memórias disputadas: os museus históricos e as representações do negro Carina Martins Costa Arthur Bispo do Rosario: vitrine de religiosidades Ana Maria Stephan Territórios cruzados: relações entre cânone literário e literatura negra e/ou afro-brasileira Edimilson de Almeida Pereira

Diáspora africana: travessia atlântica e identidades recriadas nos espaços coloniais

Resumo O presente trabalho analisa as condições com que eram transportados e embarcados os escravos captados na África Centro Ocidental que tinham como destino as colônias americanas. Abordamos questões relacionadas às formas com que eram tratados esses corpos, que se configuravam como importantes mercadorias do circuito comercial do Império Ultramarino Português. Consideramos as viagens como relevantes etapas do processo de recriação das identidades africanas, transformadas em função da diáspora. Analisamos em nosso artigo as condições de transporte e aprisionamento dos escravos, relacionando os momentos anteriores ao cativeiro americano como espaços onde africanos de origens diversas encontraram alternativas para estabelecer uma comunicação, e dar início à construção de novas identidades. Palavras-chave tráfico de escravos, identidades culturais, escravidão. comércio de escravos foi responsável por inúmeras transformações nas sociedades africanas. Além do impacto demográfico já analisado por vários autores, e de seus desdobramentos na economia colonial i , a migração forçada de milhares de pessoas também foi responsável por transformações políticas nos reinos e potentados que atuavam no fornecimento de escravos para o mercado atlântico. A escravidão já era uma prática comum entre vários grupos de africanos, mas possuía significados diferentes daquele que posteriormente passou a predominar no cativeiro americano. ii Entre os povos de origem banto iii , a escravidão representava uma alternativa para a aquisição de mão-de-obra, além de ser uma forma de aumentar o séquito das autoridades locais. Entre esses africanos, a extensão do poder político era medida pelo número de pessoas que compunham seu séquito, não importando a extensão territorial de suas propriedades. Obter escravos representava, O

Diáspora negra: um olhar... "para além da visão idealizada do africano na bibliografia tradicional"

Impossível dissociar a imagem pejorativa do africano, produzida no âmbito da expansão colonial europeia no Novo Mundo, dos processos de racialização iniciados na Era Vitoriana cujos efeitos nefastos ainda produzem desigualdades sociais, econômicas e políticas em expressiva parcela de povos não europeus que construíram com as próprias mãos a modernidade ocidental. Pretende-se abordar neste artigo algumas inovações nas produções acadêmicas que procuram desconstruir tal imagem resgatando, no âmbito da história, a própria cidadania dos afro-americanos na diáspora.

Ensino da história da ´África e da diáspora africana

2020

Resumo A história da África e da diáspora africana é essencial para a compreensão da história da América Latina, especialmente quando apresentada em uma perspectiva decolonial. Nesse sentido, o artigo traz breves apontamentos sobre a história do racismo na América Latina, demonstrando como a diáspora negra compõe a formação do continente, embora o racismo tenha impetrado formas de dizimar e excluir os negros no bojo da escravidão e em contextos pós-abolições. Em contraponto, apresentamos reflexões sobre o necessário fortalecimento de uma práxis Afro-Latina-Americana antirracista. Para isso, expressaremos sugestões de aportes teóricos e históricos para a disseminação do conhecimento acerca da história da África e da diáspora africana. Observamos que a omissão desse debate prejudica a construção de uma identidade Afro-Latino-Americana. Por isso, defendemos a importância do ensino da história da África e da diáspora africana como um instrumento para uma educação contra-hegemônica e uma...

Pensar em movimento: a interseção "África-diáspora" e as outras aprendizagens em disputa no tempo presente

Pensar em movimento: a interseção "África-diáspora" e as outras aprendizagens em disputa no tempo presente, 2020

Educação (UNIRIO). Professora da Especialização e Curso internacional estudios afrolatinoamericanos y caribeños Pensar América Latina y el Caribe es pensar la raza (CLACSO). Formada em Letras (UFRJ). Membro do Grupo de Trabalho Afrodescendência e propostas contra-hegemônicas (CLACSO), professora da Escuela Internacional Más Allá del Decenio Afrodescendiente.

O CONCEITO DE DIÁSPORA AFRICANA COMO ARGUMENTO PARA DESCENTRAR A IDENTIDADE NEGRA

Revista Ambivalências , 2017

RESUMO Nos últimos vinte anos, observamos transformações substanciais tanto no lugar que é atribuído aos povos, às culturas e tradições de origem africana na formação da sociedade brasileira, quanto na maneira como a identidade nacional é abordada nos debates e discussões que se dedicam à investigação das relações raciais na contemporaneidade. Essas transformações trilham um caminho que reflete um novo olhar sobre a presença desses povos e culturas, muitas vezes, informado e influenciado por um conceito que tem ganhado destaque nas discussões tanto no mundo acadêmico quanto no da militância: a diáspora africana. A noção de diáspora africana representa tanto uma nova categoria analítica, como também a expressão de novas formas de etnicidade negras que têm tensionado pelo seu caráter descentrado, intencionalmente ou não, o modelo de identidade negra pré-requisito de políticas públicas atuais. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo produzir algumas aproximações, ainda iniciais e certamente insatisfatórias, sobre o impacto dos potenciais deslocamentos teóricos, epistemológicos e discursivos que a noção de diáspora africana produz, especificamente, nas discussões acerca da identidade negra no Brasil. Para tanto, elaboramos uma possível genealogia da identidade negra no interior das ciências sociais brasileiras, que, entre outras coisas, nos proporcionou compreender quais as tradições teórico-metodológicas que foram responsáveis pela sua emergência e inscrição. Conclui-se que a noção de diáspora africana, segundo a forma como vem sendo evocada no debate sobre a questão racial no Brasil contemporâneo, desloca o modelo de identidade organizado segundo o sujeito sociológico centrado proeminentemente na sociologia das relações raciais. Palavras-chave: Identidade Negra. Modernidade. Diáspora Africana.