Carvalho, Francismar Alex Lopes de Lealdades negociadas: povos indígenas e a expansão dos impérios ibéricos nas regiões centrais da América do Sul (segunda metade do século XVIII) (original) (raw)
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Reduções jesuíticas e povoados de índios: controvérsias sobre a população indígena (séc. XVII-XVIII) 1 Jesuit reductions and Indian villages: controversies over the indigenous population (17 th-18 th century) Resumo. A proposta do presente estudo é apresentar algumas controvérsias sobre a diversidade da população indígena durante o período missioneiro e as discussões originadas pós-expulsão sobre o fenômeno das fugas ou deserção pela dificuldade de manter a população indígena dentro dos povoados. Palavras-chave: população indígena, diversidade cultural, deserção, séculos XVII e XVIII Abstract. The article presents some controversies over the diversity of the indigenous population during the period of the Jesuit missions and the discussions that took place after the Jesuits' expulsion on the phenomenon of flight or desertion due to the difficulty of keeping the indigenous population within the villages.
MAIA, Lígio de Oliveira. Índios a Serviço d'El Rei: manutenção da posse das terras indígenas durante o avanço da empresa pastoril na capitania do Ceará (c. 1680Ceará (c. -1720). In: PALITOT, Estevão Martins (org.). Na mata do sabiá: contribuições sobre a presença indígena no Ceará. Fortaleza: Secult/Museu do Ceará/IMOPEC, 2009, pp. 61-85. A capitania do Ceará -diferente da antiga sede administrativa colonial, Bahia, de Pernambuco, e mesmo sua vizinha mais ao norte, à capitania do Rio Grande -conheceu sua ocupação histórica por lusos e brasílicos apenas tardiamente. Entre a atenção governativa através de avanços de conquista dispensada ao imenso Maranhão no século XVII -território, então, que se estendia de parte do Ceará as possessões de Espanha -; e a contínua expulsão dos povos indígenas ao longo dos rios São Francisco e Paraíba, já iniciadas no longínquo Quinhentos, a ocupação do espaço cearense, deu-se apenas por um "avanço arrastado", no dizer de Capistrano de Abreu (1988: 39, 40).
Em 1878, José Veríssimo, ao começar seu longo artigo sobre "As populações indígenas e mestiças da Amazônia", escrevia: "A América é o vastíssimo cadinho em que se fundem hoje as diversas raças e gentes do globo". E mais adiante dizia: "A vasta região amazônica é um exemplo vivo do grande fato, que nela pode ser apreciado em plena realização, se bem que com menos variedade" (1970: 11). Estas palavras de Veríssimo soam bastante atuais, se consideramos que o problema da mestiçagem retoma dimensões sociais e culturais importantes na área em questão.
Arqueologia de Contrato e Povos Indígenas: reflexões sobre o contexto brasileiro
Revista de Arqueologia
O projeto governamental brasileiro de desenvolvimento econômico tem gerado o recrudescimento do desrespeito pelos povos indígenas no Brasil. Em reação, eles se mobilizam para garantir a sua autodeterminação na gestão de suas terras e bens culturais. Nesta conjuntura, aumentaram as pesquisas colaborativas com estes povos no âmbito da arqueologia de contrato. A partir de casos específicosanalisarei o modo como algumas destas pesquisas vêm sendo conduzidas e as conjunturas nas quais elas estão inseridas. Refletirei sobre tais práticas, especialmente, em relação à noção de colaboração, em um contexto onde os conflitos de interesses são a razão da presença do arqueólogo.
Políticas indígenas e indigenistas no Continente de São Pedro na segunda metade do século XVIII
Sæculum - Revista de História, 2021
O objetivo deste artigo é analisar as maneiras através das quais as políticas indigenistas foram vistas e praticadas por sujeitos históricos relacionados à formação e manutenção dos aldeamentos indígenas de Nossa Senhora dos Anjos e São Nicolau do Rio Pardo na segunda metade do século XVIII. Os indígenas, as autoridades coloniais e a sociedade envolvente estabeleceram conflitos e alianças em torno das diretrizes assimilacionistas oriundas do Diretório dos Índios e do contexto de estabelecimento de fronteiras na região platina. A documentação de cunho administrativo analisada é proveniente do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, da Biblioteca Nacional de Lisboa e da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Houve estratégias e tomadas de posição políticas distintas para promover a integração social, algumas delas incluindo violência, tanto por parte dos indígenas aldeados em São Nicolau do Rio Pardo e Nossa Senhora dos Anjos, quanto por parte de autoridades coloniais e particulares. As possibilidades de escolha não foram equânimes, mas algumas delas, feitas em situações limite, foram importantes nos processos de apropriação cultural e, por conseguinte, nos processos de formação social e reelaboração de identidades no Continente.
Tellus, 2019
Resumo: O presente artigo tem como proposta central abordar as expedições de conquista ibérica e tentativas de submeter os povos indígenas do Pantanal ao domínio europeu no século XVI. O objetivo do trabalho é contribuir para a melhor compreensão da história dos povos indígenas da região em um contexto mais amplo, ligado à história da região platina frente às ações dos invasores europeus. Para este propósito, foi realizado um levantamento bibliográfico e documental sobre o tema, contido, sobretudo, em fontes primárias, sendo elas os relatos feitos pelos expedicionários Ulrico Schmidl e Álvar Núñez Cabeza de Vaca, e secundárias, à luz da etno-história. Palavras-chave: conquista ibérica; etno-história; história indígena; povos indígenas do Pantanal.