Prisioneiras: reflexões sobre mulheres jovens, vítimas e perpetradoras da violência (original) (raw)

Concepções e Vivências De Mulheres Encarceradas Sobre a Violência

Cogitare Enfermagem, 2009

Esta pesquisa objetivou descrever as concepções e vivências de mulheres encarceradas sobre a violência.Estudo exploratório descritivo. Aplicada entrevista semiestruturada em 15 presidiárias. Na análise emergiram duas categorias:Concepções e vivências de violência na sociedade - consideraram violência: agressões físicas, abusos sexuais, homicídiose maus-tratos psicológicos dentro do ambiente doméstico (com conivência de familiares) ou fora deste. O contexto deviolências que muitas destas mulheres vivenciaram, inclui uma cadeia de múltiplas exclusões legitimadas, por exemplo,pelo tráfico de drogas. Concepções e vivências de violência no cárcere - experiências no cárcere que definem como sofreragressões físicas, psicológicas e privações da liberdade. O contato permanente com a violência interfere em sua perspectivade vida. Sugerimos redirecionar os modos de gestão e construir políticas públicas de combate à violência na atençãoprimária, principalmente no domicílio, onde parece que seu ...

As Mulheres Nas Prisões Brasileiras: Algumas Considerações

2019

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As Mulheres nas prisões brasileiras

Revista Scientiarum Historia, 2018

O presente estudo, recorte de investigação de doutoramento, tem como objetivo, descrever as condições das mulheres nas prisões brasileiras, e discutir a sobrevivência das crianças que nascem nas prisões. A base inicial, é o elevado número de mulheres presas por tráfico de drogas, em consequência de seus relacionamentos amorosos. O estudo restrito a pesquisas bibliográficas apurou que as presidiárias são em grande maioria, jovens, negras e mães. Esta última, aponta para um problema grave – o futuro e condições psicossociais das crianças que nasceram enquanto suas mães estão presas. O estudo conclui que a condição de gênero não é levada em conta por ocasião da prisão, mesmo quando grávida. Chamamos atenção também para os danos causados às crianças que nasceram de mães presidiárias.

MULHERES ENCARCERADAS: a realidade das mulheres nos presídios brasileiros

2017

O presente artigo é resultante das pesquisas realizadas no grupo de estudos que teve como tema central a realidade das mulheres nos presídios brasileiros. A pesquisa foi qualitativa, eminentemente bibliográfica. Também foi utilizada a pesquisa quantitativa a partir de investigações coletadas na análise de documentários da situação das mulheres nessa condição de encarceramento. Foi possível estudar a realidade dos presídios brasileiros nas especificidades femininas devido a situação de desigualdade de gênero de nossa sociedade, entender quais são os principais motivos que levam a maioria das mulheres cometerem algum delito e como que elas são tratadas pela custódia do Estado durante suas penas. Nesse sentido pretende-se analisar alguns assuntos mais específicos no qual as detentas convivem diariamente no sistema carcerário como a gravidez, a questão da guarda de seus filhos, homossexualidade, a violência e as diferentes maneiras que estas mulheres são tratas pelo Estado.

Mulheres infratoras e o sistema prisional: uma discussão prévia

IV Congresso Internacional de História, 2009

A criminalidade feminina é uma temática que apresenta uma realidade muito assimétrica, e com o passar do tempo essa situação se acentua. Tratar a criminalidade feminina desde tempos remotos implica lidar com o rompimento normativo que é atribuído ao gênero e à sua identidade, o que requer discutir questões concernentes à saúde das mulheres, tais como a loucura e os distúrbios, especificamente no que tange à inimputabilidade do crime, além de se pensar na grande assimetria que existe entre a população carcerária feminina, infimamente menor, se comparada à população carcerária masculina.

MULHERESEMPRISÃO: reflexões para o desencarceramento

Resumo: Cada vez mais o encarceramento em massa brasileiro tem sido alimentado pelos corpos de mulheres negras e pobres. Mesmo com alterações legislativas que fomentam a aplicação de alternativas à prisão provisória para mulheres, como a publicação da tradução oficial das Regras de Bangkok e a expansão das hipóteses de prisão albergue domiciliar por meio do Marco Legal de Atenção à Primeira Infância, segundo dados do DEPEN, de 2000 a 2014 o número de mulheres presas no Brasil aumentou em 503%. Diante da magnitude desse problema, o Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) desenvolveu a pesquisa MulhereSemPrisão: desafios e possibilidades para reduzir a prisão provisória de mulheres, com o objetivo de compreender os principais obstáculos para conquista do desencarceramento feminino e propor estratégias para superá-los. A pesquisa estudou a atuação do sistema de justiça criminal para mulheres por meio de documentos elaborados por agentes públicos -Delegacia de Polícia, Magistratura, Ministério Público e Defensoria Pública e também realizou entrevistas com mulheres presas de diferentes perfis (mães, idosas, jovens, mulheres com deficiência, estrangeiras e pacientes). O principal resultado percebido foi a produção de invisibilidade das mulheres em seus processos criminais. Por isso, a equipe de pesquisa propõe que as trajetórias e condições de vidas contadas em primeira pessoa sejam instrumentalizadas para garantir a liberdade.

Dilemas da educação de jovens e adultos em um presídio feminino de Belo Horizonte

Dilemas da educação de jovens e adultos em um presídio feminino de Belo Horizonte, 2017

Resumo: a atuação no campo da educação inclui o desafio de enfrentar a complexidade em relação ao ensino para jovens e adultos nos presídios. É inconteste que a política de segurança pública no Brasil tem sido interrogada, especialmente ao sistema penitenciário, comumente retratado com um espaço que não promove a ressocialização dos internos. Este trabalho tem por escopo analisar o dia a dia dos docentes que estão na instituição escolar estabelecida no Complexo Penitenciário São Pedro Nolasco, localizado na cidade de Belo Horizonte. Pesquisar as relações sociais dos atores, sobretudo entre os professores e as mulheres encarceradas que participam desta teia, é o intento maior dessa pesquisa. O trabalho em apreço é de caráter qualitativo e exploratório, onde buscou-se a percepção, valores, crenças e significados expostos pelos entrevistados, assim como a observação do cenário da educação no sistema prisional. Os resultados indicam que o ambiente prisional não oferece condições favoráveis para as presas e para o exercício do trabalho dos docentes.

Dias e noites em Tamara – prisões e tensões de gênero em conversas com “mulheres de preso”

Cadernos Pagu, 2019

Proponho, neste trabalho, uma reflexão teórico-metodológica que trata da pesquisa sobre prisões desde o lado de “fora”. Argumento que as pessoas (em sua maioria mulheres) que visitam esposos e filhos privados de liberdade são parte crucial na conformação da prisão extramuros. As relações que as “mulheres de preso” estabelecem com seus familiares, produzidas e mediadas pela prisão, demandam que elas atravessem as fronteiras prisionais para abastecer os presos com alimentos, roupas, cuidados e informações. Esse processo envolve trânsitos entre cidades, redes de solidariedade, confianças, desconfianças e discussões que ocorrem nas filas na porta da prisão e nas hospedarias que abrigam mulheres no período de visitas. A pesquisa de campo que informa este artigo se desenvolve em uma dessas hospedarias e na porta de uma prisão, contribuindo para a perspectiva de que os esforços analíticos sobre a prisão devem considerar os seus movimentos do lado de “fora”. As conversas entre mulheres, visitas e antropóloga também indicam articulações com gênero e sexualidade em relação aos desafios etnográficos que envolvem as muitas tensões em campo.