O Paço Imperial na Bahia; a visita de D. Pedro II à cidade de São Salvador em 1859. (original) (raw)
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Dossier 200 anos de Independência, 2024
A longa tradição de celebração de Festas Régias, consolidada ao longo dos primeiros 150 anos de colonização portuguesa no atual estado do Paraná, perpetuou-se ao longo do século XIX. No presente texto, apresentamos um mapeamento das festas reais celebradas nas cidades de Curitiba, Paranaguá e Morretes no período entre a chegada da Família Real e a coroação de D. Pedro II. Por meio do calendário aqui organizado, observa-se o avanço das solenidades do tempo de D. João VI até a renúncia de D. Pedro I, seguidos de um paulatino declínio até a coroação de D. Pedro II. A adesão do Senado, Militares, Igreja e população evidencia a adequação das vilas do Sul ao cerimonial prescrito pela corte do Brasil imperial. O abandono (ou adaptação) dessa tradição propagandística é notado no momento de afirmação da estrutura política local, em busca de sua emancipação, junto com a valorização dos símbolos identitários dos novos imigrantes, chegados no século XIX.
2019
Os Paços vinculados à Casa de Aveiro, em Setúbal, foram, durante largo período, propriedade da Ordem de Santiago, tendo só sido alienados pela Fazenda Real durante o reinado de D. José I. Devedores de inúmeros contributos, como aqueles dados pelos cronistas de D. João II, Rui de Pina (1501) e Garcia de Resende (1545), mas também pelo cosmógrafo João Baptista Lavanha (1619;1621), e ainda por João Carlos de Almeida Carvalho (1840-1897) no seu legado manuscrito, estes Paços foram constantemente referidos por Alberto Pimentel na obra Memoria sobre a historia e administração do município de Setúbal (1877) e por Manuel Maria Portella em Notícia dos monumentos nacionais e edifícios e lugares notáveis do concelho de Setúbal (1882). Já no séc. XX merecera a atenção de: Conde de Sabugosa em Gente D`Algo (1915), Montalvão Machado em Setúbal sob o Domínio Filipino (1962), José Custódio Vieira da Silva na monografia Setúbal (1990), Fernando António Baptista Pereira no artigo "Sobre o Manuelino de Setúbal" (1990), Conceição Quintas em Monografia de S. Julião (1993), Paulo Drumond Braga na dissertação Setúbal Medieval (1991; 1998) e Albérico Afonso Costa no estudo História e Cronologia de Setúbal (1248-1926) (2011), entre outros autores. O presente texto pretende dar a conhecer, sobretudo à luz da observação do espaço remanescente e da leitura de fontes inéditas, uma nova proposta de entendimento do conjunto e do papel de alguns dos agentes que foram intervindo nas muitas transformações que o mesmo comportou.
Os grandes marcos da saude pública no Império e a vida cotidiana em São Paulo: 1820-1870
Ciência & Saúde Coletiva / ABRASCO, 2022
Este artigo pretende focar em três preocupações da saúde pública do século XIX, em São Paulo, para demonstrar que os grandes marcos legislativos ou importantes epidemias do período – tratados como decisivos pela historiografia – tiveram pouca ou nenhuma importância sobre os processos sociais que impulsionaram mudanças longe da capital. As três preocupações paulistanas que serão tratadas são a prisão, o cemitério e o comércio de víveres (que envolvia o mercado, o matadouro e os açougues). Por se tratar de um raciocínio bastante divergente do que hoje se entende como saúde pública, o artigo iniciará com uma discussão a respeito do pensamento sobre salubridade no século XIX e, também, sobre o anacronismo que muitas vezes permeia os estudos a esse respeito. Em seguida, se focará sobre a prisão, que era uma questão de primeira ordem a respeito de saúde pública no século XIX e mais ainda em São Paulo (e possivelmente em todo o Brasil), onde havia um grande trânsito entre o interior das prisões e o espaço urbano. Logo após, será tratada a questão dos cemitérios, que se apresentava também como um tema muito importante de saúde pública, mas que esbarrava no poder eclesiástico e por isso gerava tensão. E, por fim, a questão dos víveres que era, em São Paulo, o item menos consoante com as demandas modernas de saúde.
O papel da comemoração na construção de d. Pedro II na revista do IHGB – 1925
Revista ágora, 2023
No ano de 1925, várias regiões e instituições do país comemoravam o centenário de nascimento de D. Pedro II. Dentre as instituições e os periódicos da imprensa, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico (RIHGB) organizou um volume comemorativo que, ao compilar e publicar inúmeros textos de periódicos, tecia uma narrativa memorial e historiográfica com o intuito de inscrever a memória/história do Império e do Imperador na República. O presente artigo pretende investigar o papel dessa comemoração na construção de D. Pedro II e do Segundo Reinado, em 1925. Para isso, foi adotada a noção de operação historiográfica como categoria de análise das narrativas que atuaram nessa construção histórica da RIHGB. A partir dessa pesquisa, apresentamos as intencionalidades, o impacto e a qualidade dessa comemoração, que consistiu em um empreendimento no qual buscou selecionar no passado monárquico imagens, fatos, circunstâncias e valores ao presente da República.
A capela-mor da igreja de São Brissos (Montemor-o-Novo) é, no quadro regional das empreitadas de pintura a fresco dos alvores do século XVII, o exemplo mais notável de como o uso da linguagem pictórica pode, com escassos recursos técnicos e financeiros, mimetizar no espaço rural a solenização e o esplendor devocional observado nas sedes episcopais, reproduzindo, além do mais, uma arte total (estuque, azulejo, talha, mármore), de belo efeito cénico, a partir exclusivamente da pintura mural e de uma paleta básica de pigmentos.