Nação e civilização no Brasil: os índios Botocudos e o discurso de pacificação do Primeiro Reinado (original) (raw)

Os outros da Nação: índios e camponeses no discurso ruralista

Doutor em História pela UFRGS. Prof. Adjunto no ICHL/Ufam. ** Doutor em História pela UFRGS. Professor Adjunto no DHA/UFPel. Resumo: O texto aborda percepções e representações das elites agrárias sobree, no mais das vezes, contra -índios e lavradores. O exame de práticas discursivas comuns aos chamados ruralistas, como estigmatização, negação e supressão da alteridade, sugere uma percepção conservadora e excludente de nação, uma visão instrumental da democracia e uma atitude ambígua em relação ao próprio Estado de Direito. Palavras-chave: Discurso. Alteridade. Poder. Coletivos tradicionais.

Histórias de guerra: os índios notocudos e a sociedade oitentista

Revista de História, 1998

RESUMO: Os índios botocudos habitavam, no século XIX, as regiões do Vale dos Rios Doce, Mucuri e Jequitinhonha. Tais áreas tornaram-se objeto da conquista, do desbravamento e das intenções civilizadoras da sociedade oitocentista. A crescente diminuição da área indígena acirrou os conflitos entre os vários grupos que dividiam a região, assim como detonou uma guerra entre botocudos e os brancos, declarada oficialmente pelos últimos em 1808. A partir de uma leitura detalhada dos viajantes, percebe-se como, nos combates que se seguiram, os botocudos desenvolveram as estratégias guerreiras de forma singular, seja na relação tática com a selva em que habitavam, seja na ligação eficaz entre seu conhecimento da mata, suas armas e um tipo de luta baseada na surpresa. Para tais homens, a vida era inseparável da guerra.

ÍNDIO INVADIDO E NEGRO TRAZIDO NA FORMAÇÃO DO POVO-NAÇÃO DO BRASIL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES HISTÓRICO-CULTURAIS

IV Congresso Internacional de História, 2017

Este artigo propõe uma reflexão acerca dos movimentos culturais e históricos existentes no processo de formação do povo brasileiro, tendo como elemento constitutivo a participação do índio invadido e do negro trazido, através dos conceitos trabalhados por Darcy Ribeiro em seu livro " O povo brasileiro ". Logo, percorremos o seu trabalho levantando alguns diálogos conceituais com o autor, trazendo, na medida do possível, uma relação direta com a sociedade brasileira de hoje e dos meandros que circundam a sua reconstituição cultural e étnica na atualidade.

As raízes de uma planta que hoje é o Brasil: os índios e o Estado-Nação na era Vargas1

Este artigo examina a construção do Índio por funcionários e intelectuais durante o Estado Novo (1937)(1938)(1939)(1940)(1941)(1942)(1943)(1944)(1945) e os esforços de povos indígenas para empregar essas imagens. Funcionários do Estado -preocupados com unificação nacional, defesa territorial e configuração racial -sustentaram o Índio como um ícone que trouxe contribuições inestimáveis à formação histórica e cultural brasileira. O pro t o -p a t r i o t a , entretanto, só pôde ser completamente redimido pela tutela govern a m e ntal. Confrontados com um projeto estatal ambigüo, grupos indígenas deram várias respostas.

A questão do primitivismo e a representação dos povos indígenas em Antonio Candido

Criação & Crítica, 2020

Este artigo analisa os usos dos termos "primitivo e "primitivismo" em diversos textos de Antonio Candido, dos anos 1950 aos anos 1980, em sua relação com os povos indígenas do Brasil. Nesses textos, os termos assumem um caráter polissêmico e instável que será comentado, apresentando reflexões teóricas sobre seu significado para o pensamento do ocidente e para a compreensão da arte moderna. O artigo busca, dessa forma, explicitar pressupostos teóricos e ideológicos que estruturam a obra do crítico e sua concepção ampla da cultura brasileira, em sua relação histórica com os povos indígenas do Brasil. ABSTRACT: This paper analyses the uses of the terms "primitive" and "primitivism" in several texts written by the Brazilian critic Antonio Candido from the 1950s to the 1980s, and their relation with the indigenous peoples of Brazil. In these texts, the terms assume a polysemic and unstable character, which will be commented on, presenting theoretical reflections about their meaning for Western thought and the understanding of modern art. The article seeks, in this way, to make explicit some of the ideological and theoretical assumptions that structure the critic's work and his broad conception of Brazilian culture, in its historical relationship with the indigenous peoples of Brazil.

Catequizar para civilizar, e civilizar para trabalhar: a Catechese e Civilisação de índios do Amazonas na segunda parte do século XIX

2015

Neste artigo evidenciaremos os discursos do poder publico para obter o dominio sobre os indigenas no seculo XIX no Amazonas pela catequese e civilizacao. Objetivando prosseguir com os ideais da modernidade, os politicos pretendiam estabelecer contato com os indios para resolverem seu problema de mao de obra barata, e acabar com os elementos da cultura nativa ligada ao atraso e ao hostil. Para tal estabeleceu-se entre as metas de governo a Catequese e Civilizacao de indios, onde todos os presidentes de Provincia e mais tarde os governadores, queriam convencer o indio a mudar de vida e ser um altivo trabalhador. Destacando que o espaco temporal deste artigo coincide com a Belle Epoque, momento de grande especulacao e crencas progressistas. Palavras-chave: Catequese, Civilizacao, Indios, Missionarios.

A civilização como missão: agentes civilizadores de índios na Bahia colonial no contexto da política pombalina

The appearance of the word civilization within the context of a new indigenous policy by the Pombaline reform created in the colonial society the characters of layman agents, civil or military officers appointed to change the indigenous customs, so replacing the missionaries, especially after the expulsion of the Jesuits. This paper discuss the role of these agents and their relevance to the implementation of the Pombaline policy in Bahia in the second half of the 18th century, considering the Indian’s growing process of affirmation and diffusion of the ideas of “civility” and “civilization”.

“Proteção Fraterna” Dos Indígenas e Colonização No Norte Do Rio Grande Do Sul Na Primeira República

2020

The article deals with the policy of "fraternal protection" of indigenous people and the intrusion of land into their awnings, articulated with the colonization project implemented by the republican government in the north of Rio Grande do Sul, via the Land and Colonization Directorate. It initially analyzes the policy of fraternal protection of indigenous people, and then the delimitation of the space of indigenous awnings and the release of public land for colonization, as well as the unfolding of this policy in the daily activities of the Land and Colonization Commission. We conclude that the policy of "fraternal protection" of the positivist government, in particular of its most humanist wing, was confronted with unscrupulous public officials, who did not know the reality of the indigenous people and striked actions that produced conflicts within the public sphere in charge of the colonization processes and with the indigenous people. We also conclude that th...