John Locke e o argumento da economia para a tolerância (original) (raw)

Significado político da tolerância em Locke

Filosofia Unisinos, 8(3):287-299, set/dez 2007 Significado político da tolerância em Locke e Voltaire RESUMO: O artigo examina como Voltaire articula o conceito de tolerância religiosa com a crítica ao despotismo. Essa articulação já tinha sido proposta pelos pensadores ingleses do século XVII, em particular por John Locke. Voltaire retoma a abordagem de Locke, para quem o Estado deveria aceitar a diversidade religiosa e permitir a liberdade de credo. Porém, o filósofo francês insere o debate no campo historiográfico, analisando a atuação de soberanos intolerantes ao longo da história européia e, por outro lado, averiguando as características e as conseqüências dos conflitos religiosos que originaram guerras civis. Ele defende a tese de que a intolerância religiosa, quando ganha dimensão política e se torna instrumento de grupos que disputam o poder, compromete a legitimidade do governante e as relações pacíficas entre os cidadãos.

Os elementos republicanos na tolerância de John Locke

Kriterion: Revista de Filosofia, 2014

John Locke é conhecido, sobretudo, por ser um dos fundadores do liberalismo. No entanto, pesquisas recentes apontam para novas interpretações do pensador inglês. No caminho dessa tendência, o objetivo deste texto é analisar os elementos republicanos na "Carta sobre a tolerância" de Locke.

John Locke Político: a marca da tolerância, de Antônio Carlos dos

2021

O livro John Locke político: a marca da tolerância, publicado pelo professor Antônio Carlos dos Santos, da Universidade Federal de Sergipe, delineia os argumentos centrais das obras que estão na base do multifacetado pensamento político de John Locke. Trata-se de contribuição significativa aos estudos do filósofo inglês no Brasil, tanto como referência para pesquisas especializadas quanto para aquelas que estão em fase introdutória. O livro está divido em nove capítulos, com 245 páginas que perpassam por contextos e teses distintas que foram ganhando forma ao longo do processo de composição das obras, algumas das quais nunca publicadas durante a vida de Locke. Trata-se da apresentação de estudos realizados ao longo de anos pelo professor Antônio Carlos, alguns publicados em versões preliminares em revistas especializadas. O leitmotiv da obra é a tese de que a tolerância pode ser concebida como uma espécie de espinha dorsal do pensamento político de Locke, que é exposto em detalhes. O tema da obra não poderia ser mais pertinente e atual, pois, ao se debruçar sobre a constituição do pensamento político lockiano, o autor analisa o surgimento e o desenvolvimento da ideia de tolerância. No século XVII o argumento da separação entre as esferas pública e privada era bastante conhecido, mas coube a Locke dar-lhe uma forma conceitual até hoje insuperada: o Estado deve se abster de interferir nas consciências dos cidadãos, e, igualmente, o poder religioso deve se restringir à esfera de assuntos da vida religiosa. Apesar de o aparato conceitual ser antigo, a intolerância, em seus diversos e nefastos matizes, é algo que persiste e recrudesce hoje, voltando, infelizmente, a estar no centro do debate público no oriente e no ocidente. Nesse sentido, compreender as razões de Locke na luta em defesa da tolerância é um exercício atualmente indispensável. Não resta dúvida que, queiramos ou não, estamos a tratar de um autor clássico. Clássico não no sentido equivocado que alguns lhe conferem, em termos de um objeto de devoção, que não guardaria mais nenhuma conexão com o mundo atual; nem clássico no sentido de ser algo que deve ser preservado, mas que seria no fundo apenas uma curiosidade histórica, uma peça de museu, e, portanto, algo completamente inútil. Locke é clássico em outro sentido, no bom sentido. Ou seja, ele traz no bojo de sua obra os fundamentos e os instrumentos essenciais para compreensão de várias controvérsias filosóficas, políticas e jurídicas que estão muito vivas ainda hoje.

John Locke político: a marca da tolerância, de Antônio Carlos dos Santos

Cadernos de Ética e Filosofia Política, 2021

Trata-se de resenha escrita pelos professores Maria Cecília Pedreira de Almeida e Saulo Henrique Souza Silva a respeito do livro John Locke Político: a marca da tolerância, escrito pelo professor Antônio Carlos dos Santos (Edições Loyola, 2021).

Os fundamentos filosóficos da tolerância na modernidade: BAYLE e LOCKE

2021

O livro que o leitor tem agora diante de si corresponde a um espelho das pesquisas realizadas há mais de uma década pelos autores em tornos dos problemas da Modernidade filosófica, sobretudo aqueles que envolvem a relação entre religião, política e tolerância. Apesar de adequado a um público mais amplo, o caráter desta obra continua a ser o de um texto filosófico no qual os termos e os conceitos tratados recebem uma abordagem técnica, imprescindível ao fazer científico. Ao longo dos dois capítulos deste livro, o pesquisador ou o leitor curioso, cujo título despertou a sua atenção, encontrará uma investigação dedicada a um dos temas mais discutidos pela filosofia desde o século XVII, a saber, a tolerância entre as religiões e a relação do Estado com Igrejas e sociedades religiosas. O livro parte da investigação sobre o sentido do termo tolerância para demarcá-lo em sua origem e variações semânticas, bem como para refletir a respeito das apropriações e desenvolvimentos frutos da filosofia moderna. A partir dessa orientação, os escritos do filósofo francês Pierre Bayle e do filósofo inglês John Locke sobre a tolerância, e as suas relações com a política, a liberdade, a religião, são tomados como objeto central por meio dos quais os autores pretendem estabelecer os contornos que demarcam a discussão filosófica acerca da tolerância na Modernidade.

John Locke: Educação para a tolerância religiosa

Horizontes, 2016

ResumoO pensamento de John Locke (1632-1704) sobre tolerância religiosa encontra-se, especificamente, embora não exclusivamente, em suas Cartas sobre tolerância. O objetivo desta pesquisa teórica é demonstrar a aplicabilidade educacional de alguns dos seus argumentos aduzidos nas referidas obras, em prol do direito de expressão de crença. A história tem demonstrado que a intolerância é algo a que a humanidade, independentemente da época e do lugar, está constantemente sujeita; por isso, a justificativa deste trabalho repousa sobre a necessidade que a educação tem de tratar do respeito pelas escolhas pessoais, no tocante àquilo em que desejam acreditar, uma vez que isso faz parte da sua liberdade individual, a qual, por sua vez, é um direito natural, sob a perspectiva lockeana. Como resultado desta pesquisa teórica ou bibliográfica, tem-se que, conforme o pensamento lockeano, educar para a tolerância religiosa, é algo que tanto se refere ao respeito pela consciência individual quanto...

A ATUALIDADE DO CONCEITO DE TOLERÂNCIA EM JOHN LOCKE

RESUMO O texto propõe apresentar a atualidade do conceito de tolerância em John Locke entendendo-o como de primordial compreensão para a pluralidade religiosa numa sociedade plural. A tolerância em Locke estava calcada numa base tríplice, a saber: o estado laico, a liberdade individual como um bem inalienável e a noção de Deus, a religiosidade como doadora do verdadeiro sentido da tolerância. Ainda se observará que há um casamento tão profundo entre o ethos contemporâneo e a noção de tolerância que não se pode compreender a sociedade atual, nem prospectar uma futura sem que a tolerância seja um valor ensinado, perseguido e vivido.

A 'Carta sobre a Tolerância' de John Locke: Considerações sobre a Laicidade

Kriterion v. 62 n. 148 , p. 193-210, 2021

Resumo: O propósito do presente artigo é apresentar a defesa da tolerância realizada por John Locke na Carta sobre a Tolerância e avaliar se ela pode ser interpretada como uma reivindicação da laicidade do Estado. De modo mais específico, o que se almeja é analisar a distinção entre os fins do Estado e da Igreja tal como proposta por Locke e verificar em que medida ela corresponde ao conceito de laicidade formulado na Declaração Universal da Laicidade no Século XXI. Abstract: This article presents John Locke’s defence of toleration in the Epistola de Tolerantia and assesses the possibility of interpreting it as a vindication of a secular State. In particular, the goal is to analyse Locke’s distinction of the ends of Church and State and to determine to which degree it answers to the concept of laïcité formulated in the Universal Declaration of Laïcité in the 21st century.

PAZ, Thiago - Spinoza, Locke e as discussões acerca da tolerância nos princípios da Modernidade. Existência e Arte, ANO IX, Número VIII, Jan-Dez 2013, pp. 131-143.

In this article, we will try to bring out the peculiarities of the thought of John Locke and Baruch Spinoza on the theme of tolerance in the Early Modern period, especially in the second half of the seventeenth century and the first half of the eighteenth century, pointing, when possible, the similarities and the points on which their theories were in disagreement. Depart from an analysis of the points made on the subject by Locke in his famous A Letter Concerning Toleration, in particular its justifications for limiting tolerance, and then we will briefly contrast with Spinoza's ideas on the subject, notably his concept of libertas philosophandi articulated in his Theologico-Political Treatise.

As Resenhas da 'Carta sobre a Tolerância' de John Locke: contextualização e tradução

Perspectiva Filosófica v. 47 n. 1 p. 242-258, 2020

Resumo. A recepção da Carta sobre a Tolerância de John Locke se deu em três ver-tentes distintas: traduções, resenhas e críticas. O objetivo do presente artigo consiste em tratar de uma dessas vertentes, as resenhas, com o intuito de (i) contextualizá-las brevemente levando em conta tanto a dinâmica da Repú-blica das Letras quanto os princípios editoriais dos periódicos eruditos em que foram publicadas e (ii) traduzi-las para o português acrescentando-lhes alguns esclarecimentos em notas de rodapé. Palavras-Chave: Carta sobre a Tolerância. Recepção. Resenha. Le Clerc. Basnage de Beauval. Tradução. Abstract. The reception of John Locke's Epistola de Tolerantia consisted in three different approaches: translations, reviews and critiques. This article focuses on one of them, the reviews, in order (i) to make a brief exposition of the their context taking into account the dynamics of the Republic of Letters as well as the editorial principles of the learned journals that published them, and (ii) to translate them into Portuguese adding some clarifications in footnotes .