Alphonsus de Guimaraens e os jornais: fragmentos de uma bibliografia lacunar (original) (raw)
2004, Revista do Centro de Estudos Portugueses
Um mineiro na Paulicéia m 1890, o jovem poeta mineiro Afonso Henriques da Costa Guimarães (então com vinte anos) parte para São Paulo em companhia do amigo (e também poeta) José Severiano de Resende. Ambos almejam o ingresso na Faculdade de Direito e, principalmente, ao que tudo indica, reconhecimento literário. Naquela década, vários periódicos acolhiam as produções dos "novos", como se designavam os simpatizantes das tendências simbolistas e decadentistas: Novidades, Revista ilustrada, O paulistano e O mercantil. O último, em especial, mantinha semanalmente uma página literária em que figuraram as primeiras produções de Cruz e Sousa e vários outros. Nos anos seguintes, os amigos mineiros, em companhia do colega de curso Adolfo Araújo, chegam a dedicar-se quase profissionalmente ao jornalismo paulistano, circulando seus escritos também no Comércio de S. Paulo, no Correio paulistano no Diário mercantil e n'O Estado de S. Paulo. Em texto de 1921, Cézar Câmara de Lima Campos refere-se às incursões pelos jornais e revistas de então: E como os Decadentes de Paris, já imitados pelos nossos irmãos, os Nefelibatas de Lisboa, que tinham, então, à frente Eugênio de Castro, o cintilante de Oaristos e Belkiss, criamos, também, aqui, nós os simbolistas do Rio, o nosso François I, que foi, então, o célebre e celebrado Café Pelotense, já, antes da nossa existência, freqüentado pelos "Insubmissos", o grupo de pintores a que pertencera também Gonzaga Duque, quando preocupado exclusivamente de pintura e crítica de arte. Aclamávamo