O direito à teoria - entrevista com Luiz Costa Lima (original) (raw)

"Terra ignota", entrevista com Luiz Costa Lima

Se existe algo quase inútil na terra, esse algo é o homem excepcional". A epígrafe acima fecha o penúltimo capítulo da Trilogia do controle e, se pauta a visão que Luiz Costa Lima tem do ser humano -seja ele tido por iluminado ou pessoa comum -, norteia a interlocução multifacetada aqui reproduzida, da qual o incenso e a lisonja foram banidos a priori, de modo que o foco incidisse não sobre a pessoa e sim sobre a produção, vista sempre como problematizável. Ao longo das páginas se sucedem perguntas formuladas por pesquisadores que, dedicados individualmente a cada um dos volumes da obra do entrevistado, têm o cuidado de inserir o título em foco no todo dos estudos literários ocidentais. As respostas visam igualmente ao rendimento analítico, por vezes ao preço da impressão de que se passou da cordialidade à contenda, quando apenas se aprofundou o debate. Esse espírito crítico e democrático marcou meu primeiro contato pessoal com o Luiz, em 1990, por ocasião do concurso para o mestrado em Literatura Brasileira da UERJ. O processo de seleção incluía o sorteio de um autor nacional acerca do qual os candidatos elaboravam um ensaio, e nos coube escrever sobre Clarice Lispector. Como tínhamos um mês inteiro para produzir o texto, pude conhecer um rol razoável de apreciações, das quais aproveitei algumas. Perguntado, durante a arguição, se realmente lera os críticos citados, senti-me impelido a mostrar serviço e, neste sentido, não somente teci considerações sobre as ideias alinhavadas por dois ou três deles como afirmei ter deixado de lado algumas afirmações que me pareciam sem sentido, como aquelas formuladas pelo Luiz Costa Lima, no artigo tal etc. De repente, senti um certo constrangimento nos membros da esquerda e da direita da banca (respectivamente, Roberto Acízelo de Souza e Vera Foullain de Figueiredo), cujo centro era ocupado pelo próprio contestado, do qual só então associei a figura ao nome. Saí do encontro convencido de que a impassibilidade com que o Luiz tratara o incidente era prova cabal da decisão de me barrar. Alguns dias depois, porém, vi-me

Questões para Luiz Costa Lima

2017

MENDIOLA-Antes de hacer mis cuatro preguntas quisiera explicitar cual es mi mundo de interés. Para describir ese mundo, desde el cual elaboro mis preguntas, me moveré en círculos concéntricos, del menor al mayor. Mis estúdios, y aclaro de inmediato, de historiador, principales han sido sobre las "denominadas" (cuando menos en mi país) tradicionalmente "crónicas de indias". Soy un historiador que tiene como "objeto" de estudio textos, y no, como la mayoría, un evento específico. A partir de esta diferencia, entre textos y eventos, quiero destacar que no me interesa ¿cómo sucedió el descubrimiento o la conquista o la evangelización, sino como fueron representados (la mímesis)-esos eventos-en esas obras (las crónicas de Indias)? En especifico me interesa estudiar los mecanismos por medio de los cuales la escritura, en cada época, genera lo real (mímesis). Podría decir, gracias a que conozco la obra del profesor Luiz Costa Lima, que me interesa

Mímesis e ficção em Luiz Costa Lima

Signótica, 2023

Neste ensaio, apresentamos algumas das ideias cen-trais da teorização de Luiz Costa Lima. A partir de dois capítulos de Mímesis: desafio ao pensamento (2000) e Frestas (2013), respec-tivamente, destacamos as noções de mímesis e ficção como as-pectos especialmente relevantes na produção do referido autor. Como epílogo, sublinhamos a relação desses livros com a obra O controle do imaginário & a afirmação do romance (2009), associan-do os conceitos de mímesis e ficção à ideia de controle do imagi-nário que se encontra na base da teoria da ficção de Costa Lima.

O direito a partir da lógica em Lourival Vilanova

I Vardande Revista Electronica De Semiotica Y Fenomenologia Juridicas, 2014

Objetiva-se compreender a concepção de Direito e de Ciência do Direito que perpassam a produção teórica do jurista pernambucano Lourival Vilanova. Detido na análise lógica, Vilanova reconhece o direito enquanto fato social do mundo cultura, mas realiza um corte metodológico e focaliza como objeto de sua análise o aspecto linguístico do jurídico. Direito é, assim, para Vilanova, um objeto da experiência (suporte factual) de tipo deôntico: é experiência e também é linguagem (o direito positivado, que é a capa normativa). Por ser linguagem, em que estão as estruturas gramaticais, lógicas ou formais, o direito pode ser objeto da análise lógica: que suspende os demais elementos dessa experiência para buscar a estrutura lógica do direito. Enquanto sistema prescritivo, o direito pode ser objeto do sistema cognoscitivo (descritivo) da Ciência-do-Direito, que é ciência dogmática, com critério de pertencimento, coerência interna e completude (regra do terceiro excluído). Vilanova reconhece que a contribuição da lógica é bem pequena limitando-se a nos fornecer as estruturas formalizadas do direito, porém a ênfase excessiva no aspecto lógico, sem conseguir relacioná-lo adequadamente aos outros âmbitos de produção de conhecimento, pode contribuir a enfraquecer as demais abordagens e manter o isolamento temático.

Entrevista com Eduardo Soares - A Tradição da Teoria Crítica

2017

"Então eu diria que o legado é este: uma soma de ousadia do pensamento com dois componentes, uma aceitação de que o pensamento se faz em relação ao diagnóstico do tempo, e que, por isso, o componente crítico do pensamento é a aceitação dessa limitação constitutiva." (Eduardo Soares).

Um contraponto ao establishment: entrevista com Ricardo Lísias

A Voz da Literatura, 2019

Na entrevista a seguir, concedida em dezembro de 2017 e revista pelo escritor em janeiro de 2019, Ricardo Lísias avalia criticamente tanto a impossibilidade de uma ética artística, assinalando neste termo um oximoro, como questiona a maneira pela qual artistas contemporâneos têm se valido da imagem de bons moços e esvaziado, por consequência, as possibilidades de uma presença e de uma arte contestatórias o bastante para efetivamente provocarem desconforto ao establishment.