O espaço neoliberal: uma análise do discurso dos editoriais da revista Veja (1985-1989) (original) (raw)

A publicidade na história: análise da ideologia veiculada na Revista Veja (1979-1985)

2015

A condição de ser oprimido tem algumas pequenas compensações, e é por isso que às vezes estamos dispostos a tolerá-la. O opressor mais eficiente é aquele que persuade seus subalternos a amar, desejar e identificar-se com seu poder; e qualquer prática de emancipação política envolve portanto a mais difícil de todas as formas de libertação, o libertar-nos de nós mesmos. Terry Eagleton RESUMO: Esta pesquisa analisa a ideologia veiculada pela publicidade entre os anos de 1979 a 1985, através dos anúncios impressos na Revista Veja. Para isso buscamos compreender como ocorre a produção de uma peça publicitária, considerando aspectos que vão desde o funcionamento geral da publicidade como um todo, no sentido de qual é o papel que ela ocupa na organização da vida social, até aspectos mais específicos, como a utilização da marca em sua construção. Dessa forma problematizamos esses aspectos através do desenvolvimento de uma abordagem teórica que englobou as principais discussões relacionadas à temática, como a historicização da publicidade, a Indústria Cultural e o ciclo de produção da mercadoria. Os anúncios foram compreendidos como fontes históricas e através dessa perspectiva buscamos construir uma metodologia adequada tanto para a análise propriamente histórica, quanto para a análise ideológica, sendo que ambas se relacionam, pois a formação da ideologia é intrínseca ao desenvolvimento da sociedade.

A Carta ao Leitor de Veja: um estudo histórico sobre editoriais

Esse artigo traz um estudo, a partir da perspectiva histórica, sobre os editoriais da revista Veja relativos ao período de 1989 a 2002. Busca apreender o sentido da seção para a publicação, defendendo que a mesma constitui um espaço privilegiado para a criação discursiva do "sujeito-Veja". Essa é uma forma de apagar os interesses concretos da revista em sua ação enquanto aparelho privado de hegemonia. Nos editoriais percebemos como a revista busca se construir como intérprete da história atual, ocultando seu papel enquanto parte interessada nessa mesma história. Palavras-chave: Revista Veja. Imprensa e hegemonia. Imprensa e poder. Editoriais

Em nome do neoliberalismo: os editoriais de “jornais de referência” ao final do primeiro ano da gestão Temer

Culturas Midiáticas

Este trabalho adota a perspectiva da Análise Crítica de Discurso (ACD) para compreender a ideologia subjacente aos editoriais de dois “jornais de referência”, sediados na capital do principal Estado do país, por ocasião das comemorações do primeiro ano do mandato de Michel Temer à frente da Presidência da República. Para tanto, além de cumprir os passos preconizados pela ACD, introduzimos a elaboração de quadros discursivos, com o intuito de tornar o menos subjetivo possível o resultado da análise. O trabalho parte de uma exposição sobre o papel do sistema de mídia, discute a função dos jornais e observa os editoriais como importante gênero discursivo de produção simbólica. O resultado aponta para a prática de “abuso de poder” (VAN DJIK, 2015) por parte das publicações, uma vez que seus discursos contribuem para com a manutenção de uma ordem social flagrantemente desigual. Palavras-chave: Sociedade midiatizada. Editoriais. Análise Crítica de Discurso. Injustiça social.

A construção identitária do jornalista em um editorial da revista Veja: reflexões sobre as práticas discursivas midiáticas

Revista da ABRALIN, 2014

A partir da Análise de Discurso de linha francesa (AD), especialmente dos pressupostos teóricos desenvolvidos por Michel Foucault,neste artigo, buscamos compreender como se materializam as práticas discursivas midiáticas que produzem identidades do sujeito jornalista. Para tanto, analisamos algumas sequências enunciativas presentes em uma matéria produzida pela revista Veja, intitulada Qualidade sem diploma. Considera-se como acontecimento discursivo dessa produção a votação do Supremo Tribunal Federal, realizada em 17 de junho de 2009, que decidiu pela não obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão. Observamos que a identidade do jornalista é construída em torno da ideia de liberdade de informação e de expressão. Além desse aspecto, nos enunciados, o mito do “dom”, como algo inato e/ou adquirido pela experiência no exercício da profissão, também produz efeitos sobre essa identidade.

Os sentidos produzidos pelos valores sustentados no discurso da revista Veja

2010

Com o objetivo de responder como a revista Veja constrói comportamentos e institui sentidos sobre os valores que norteiam esses comportamentos, foram analisadas 22 reportagens de capa, sobre comportamento, para apontar os principais valores que a revista destaca como centrais. Após identificar os valores e suas marcas discursivas, foi realizado um mapeamento da presença desses valores no discurso de Veja sobre o comportamento contemporâneo. Esse mapeamento indica que podem ser reunidos em três grupos: valores dominantes; intermediários; e residuais. Serão analisados os valores intermediários, único grupo que reúne todos os tipos motivacionais2 compreendidos na análise: hedonismo, auto-realização, poder social, autodeterminação e estimulação.

A concorrência por lugares entre as mídias jornalísticas impressas revelada no discurso autorreferencial

Fronteiras – estudos midiáticos, 2011

RESUMO Considerando o contexto da midiatização, propomos reconhecer quais os lugares concorridos pelas mídias jornalísticas impressas de Santa Maria (RS), por meio do estudo das estratégias de produção de sentidos no discurso autorreferencial dos jornais A Razão e Diário de Santa Maria, no período de campanha para as eleições municipais de 2008. Para tanto, utilizamos como embasamento teórico-metodológico a Análise do Discurso de linha francesa. A partir da análise, observamos que, por meio de estratégias autorreferenciais, os jornais concorrem pelo lugar de enunciadores legítimos na sociedade midiatizada e que as mudanças desta impulsionam a transformação do lugar de enunciador do jornalismo. Com isso, a pesquisa aponta para a necessidade de repensar essa lógica autorreferencial do jornalismo atual, para que este assuma o papel de agente democrático no espaço público midiatizado. Palavras-chave: midiatização, produção de sentidos, estratégias discursivas autorreferenciais.

Neil Brenner, Jamie Peck and Nik Theodore, “Após a neoliberalização?,” Cadernos Metropolis (São Paulo), 14, 27 (2012): 15-39.

Against the background of debates on the origins and implications of the global economic crisis of 2008-2009, this essay presents a theoretical framework for analyzing processes of regulatory restructuring under contemporary capitalism. The analysis is framed around the concept of neoliberalization, which we view as a keyword for understanding the regulatory transformations of our time. We begin with a series of definitional clarifications that underpin our conceptualization of neoliberalization as a variegated, geographically uneven and path-dependent process. On this basis, we distinguish three dimensions of neoliberalization processes -regulatory experimentation; interjurisdictional policy transfer; and the formation of transnational rule-regimes. Such distinctions form the basis for a schematic periodization of how neoliberalization processes have been entrenched at various spatial scales and extended across the world economy since the 1980s. They also generate an analytical perspective from which to explore several scenarios for counter-neoliberalizing forms of regulatory restructuring.

Apartheid nas páginas da Revista Veja (1968-1985) (Dissertação)

2018

Este trabalho objetiva analisar representações e sentidos políticos acerca do Apartheid - regime de segregação racial da África do Sul entre os anos de 1948 a 1990 -, através de discursos, interpretações e imagens presentes em notícias impressas nas páginas da Revista Veja que circularam durante 1968 a 1985, período marcado por intensas mudanças político-culturais no Brasil sob regime civil-militar, em África recorrente aos processos de descolonização e independências, e em África do Sul pelos eventos decorrentes do emprego do regime do Apartheid. Nesse momento no Brasil, os meios de comunicação em massa, em especial a imprensa, foram fundamentais na construção e difusão de um repertório discursivo atuante na fabricação de um projeto de país. Veja, publicada a partir de 1968 pela Editora Abril, tornou-se um importante veículo de produção de informação no mercado editorial na década de 1970, difundindo em suas páginas temas relacionados aos universos da política, da economia e do social, em âmbito nacional e internacional. Deste modo, por meio da análise de seus materiais, pretende-se compreender de que forma este periódico interpretou os acontecimentos relacionados a política de segregação sul africana e entender qual o papel da veiculação dessas imagens na construção desse novo projeto de Brasil adotado pelos governos militares.