Frontier history e as interpretações da colonização grega antiga (original) (raw)

O estudo das fronteiras no mundo antigo: o caso grego

M ODERNAME TE, NESTE INICIO DE SECULO XXI, VIVEMOS A ILUSAO DA POSSIBILIDADE DE UMA SOCIEDADE SEM FRONTEIRAS, UMA VEZ QUE 0 NOSSO MUNDO, APAREN-TEMENTE, TORNOU-SE MAIS FLUIDO, E A ECONOMIA , GLOBAlizada. Uma ideia disseminada prega que as fronteiras estariam condenadas a desaparecer. No entanto, ha quinze an os, mais de 26 mil quilometros de fronteiras politicas foram trac;:adas apenas na Europa e na Asia Central, e praticamente a mesma quantidade e objeto de acordos internacionais (Foucher, 2009). Ainda mais preocupante e a constatac;:ao que os conAitos mais duradouros e renhidos de nossos tempos dizem respeito a delimitac;:ao de territorios: entre Israel e seus vizinhos; entre 0 Paquistao, a India e 0 Afeganistao. Mesmo em relac; :ao a fronteiras internas, verificamos que conAitos por demarcac;:ao de territorio ainda se fazem presentes. Por exemplo, recentemente, no Brasil, a demarcac;:ao de terras indigenas na Reserva Raposa Serra do Sol foi objeto de graves conAitos ' . Por todos os lados demarcamos 0 espac;:o, patrulhamos, instalamos cameras, porticos, cercas. Em sua mais recente obra, Obsessao par Fronteiras, 0 diplomata e geografo frances Michel Foucher (2009 ) se pergunta: qual a func;:ao das fronteiras terrestres e maritimas no mundo atual? o texeo que segue foi elaborado como resultado das discussoes realizadas ao longo do ana de 2009 pelo Grupo de Pesquisa "Contatos Culrurais e Fronteiras" !. Professo ra, MA E-US P ; p6s-doutoranda, M A E-USP, bolsisra Fapesp; professor, Fasb; mesrrando, MA E-US P, bolsisra CN Pq; graduand a, FF LC H -US P. 2. C f. www.noricias.uol. com .br/ bbc /2009103/ 18/ulrso I7u6s jhrm 125 o estudo dos limites tem sido central em varias pesquisas em ciencias sociais, e M. Lamont e V. Molnar (2002) nos dao coma do estado atual dessas pesquisas, desenvolvidas nos ultimos anos em antropologia, hist6ria, ciencia politica, psicologia social, sociologia. Elas tem enfocado questoes sobre identidade social e coletiva; desigualdades e diferenc;:as de dasse, ernicas/ raciais e de genero; conhecimento e ciencia; e comunidades, identidades nacionais e limites espaciais/ territoriais. Limite tem um conceito gemelar, fronteira, e e preciso fazer a distinc;:ao entre eles. Definic;:oes de limite e de fromeira (e suas diferenc;:as ) sao encomradas em Machado, segundo a geografia dassica: A palavra fronteira implica hisroricamenre aquilo que sua etimologia sugere -0 que esra na frenre. [ ... ] Surgiu como urn fen6meno da vida social esponranea, indicando a margem do mundo habitado [ ... ]. Porem nao tinha a conotac;:ao de limite dennido ou de MClria Cristi ,w NieoilHl Kor/1likiari et. al/.

[2011] O estudo das fronteiras no mundo antigo: o caso grego

In: KORMIKIARI, M. C.; HIRATA, E. V.; ALDROVANDI, C. E.. (Org.). Estudos sobre o espaço na Antiguidade. 1ed.São Paulo: Edusp/Fapesp, 2011, v. , p. 125-156. , 2011

M ODERNAME TE, NESTE INICIO DE SECULO XXI, VIVEMOS A ILUSAO DA POSSIBILIDADE DE UMA SOCIEDADE SEM FRONTEIRAS, UMA VEZ QUE 0 NOSSO MUNDO, APAREN-TEMENTE, TORNOU-SE MAIS FLUIDO, E A ECONOMIA , GLOBAlizada. Uma ideia disseminada prega que as fronteiras estariam condenadas a desaparecer. No entanto, ha quinze an os, mais de 26 mil quilometros de fronteiras politicas foram trac;:adas apenas na Europa e na Asia Central, e praticamente a mesma quantidade e objeto de acordos internacionais (Foucher, 2009). Ainda mais preocupante e a constatac;:ao que os conAitos mais duradouros e renhidos de nossos tempos dizem respeito a delimitac;:ao de territorios: entre Israel e seus vizinhos; entre 0 Paquistao, a India e 0 Afeganistao. Mesmo em relac; :ao a fronteiras internas, verificamos que conAitos por demarcac;:ao de territorio ainda se fazem presentes. Por exemplo, recentemente, no Brasil, a demarcac;:ao de terras indigenas na Reserva Raposa Serra do Sol foi objeto de graves conAitos ' . Por todos os lados demarcamos 0 espac;:o, patrulhamos, instalamos cameras, porticos, cercas. Em sua mais recente obra, Obsessao par Fronteiras, 0 diplomata e geografo frances Michel Foucher (2009 ) se pergunta: qual a func;:ao das fronteiras terrestres e maritimas no mundo atual? o texeo que segue foi elaborado como resultado das discussoes realizadas ao longo do ana de 2009 pelo Grupo de Pesquisa "Contatos Culrurais e Fronteiras" !. Professo ra, MA E-US P ; p6s-doutoranda, M A E-USP, bolsisra Fapesp; professor, Fasb; mesrrando, MA E-US P, bolsisra CN Pq; graduand a, FF LC H -US P. 2. C f. www.noricias.uol. com .br/ bbc /2009103/ 18/ulrso I7u6s jhrm 125 o estudo dos limites tem sido central em varias pesquisas em ciencias sociais, e M. Lamont e V. Molnar (2002) nos dao coma do estado atual dessas pesquisas, desenvolvidas nos ultimos anos em antropologia, hist6ria, ciencia politica, psicologia social, sociologia. Elas tem enfocado questoes sobre identidade social e coletiva; desigualdades e diferenc;:as de dasse, ernicas/ raciais e de genero; conhecimento e ciencia; e comunidades, identidades nacionais e limites espaciais/ territoriais. Limite tem um conceito gemelar, fronteira, e e preciso fazer a distinc;:ao entre eles. Definic;:oes de limite e de fromeira (e suas diferenc;:as ) sao encomradas em Machado, segundo a geografia dassica: A palavra fronteira implica hisroricamenre aquilo que sua etimologia sugere -0 que esra na frenre. [ ... ] Surgiu como urn fen6meno da vida social esponranea, indicando a margem do mundo habitado [ ... ]. Porem nao tinha a conotac;:ao de limite dennido ou de MClria Cristi ,w NieoilHl Kor/1likiari et. al/.

Apontamentos Iniciais Sobre a Colonização Grega Da Antiga Cirene

NEARCO, 2019

This text presents initial notes on the Greek colonization, during the Archaic period, of the ancient region of Cyrenaica, in the coast of the Mediterranean Sea, where presently is located the northeast of Libya. The focus is placed on the colony of Cyrene, established in the second half of the 7th century BCE. We analyze, from the characteristics presented by the urban settlement of Cyrene, its designation as an apoikia, seeking to bring to the fore its geographical, cultural, and symbolic features.

As antigas fortalezas gregas: breve revisão dos estudos

Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino, Caetité, BA, v. 1, n. 2, p. 1-225, Jul./Dez. 2018, 2019

Ancient Greeks from Archaic period (7th-6th century B.C.) identified the wall of the city with the own fortification. At Classical period (5th-beginnining of 4th century B.C.) fortresses are considered autonomous buildings with the purpose of controlling and defending the Chora. In 5th cent. BC the word phrourion, fortified place, appeared for the first time in literary sources and it was be used along centuries with different meanings. The interest of the scholars for the Greek fortresses begin in 19th cent. and since that time bibliographical production became more and more specialized. We present here a brief review of the studies about military architecture in ancient Greek world.

Contribuição da epigrafia ao estudo das fronteiras no mundo antigo: Tasos em período arcaico e clássico

IX Encontro Nacional de História Antiga (GTHA-ANPUH-UFF – Museu Nacional, Rio de Janeiro -- Novas Fronteiras de Pesquisa em Antiguidade no Brasil, 2016

Participação em Mesa de Comunicações (Mesa coordenada 5, 8 de novembro), coordenada pela pesquisadora Camila Diogo de Souza, com temática: Estudos do espaço no Mediterrâneo Antigo I: o registro arqueológico e as fronteiras Resultados parciais de pesquisa desenvolvida em Pós-doutorado pelo MAE-USP (2014-2018), com financiamento da agência de fomento à pesquisa científica Fapesp (n. proc. 2014/15950-7)

Arqueologia histórica na Magna Grécia: de uma perspectiva americana à colonização grega no sul da Itália

Heródoto - Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e suas Conexões Afro-asiáticas, 2018

A abordagem da Arqueologia histórica foi forjada para o estudo da sociedade americana após a conquista europeia das terras coloniais no novo mundo. Interessada na comparação entre cultura material e registros escritos, opôs-se à Prehistória e à Antropologia e aos métodos de pesquisa dessas disciplinas. Sua principal proposta é usar todos os dados disponíveis, materiais e escritos, independentemente, sem qualquer hierarquia, mas em estreita comparação. Como tal, esta perspectiva estuda a arqueologia dos indivíduos “sem história”, como indígenas, escravos, mulheres, ou mesmo as diásporas africanas na América, em antagonismo com o colonizador masculino e branco. Proposta a partir de um contexto pós-colonial explícito, esta abordagem pode dar um importante contributo para o estudo de outras sociedades antigas para as quais as interpretações se baseiam em discussões entre restos arqueológicos e textos, como as comunidades coloniais gregas na Magna Grécia.

Antiguidade grega como um instrumento de compreensão do presente: análise de uma prática.

Revista Latino-Americana de História, 2013

No Brasil, a antiguidade é historicamente trabalhada em sala de aula de forma superficial, exótica, generalista e sem uma análise mais aprofundada. Isso se deve à costumeira falta de qualidade do material didático disponível e à dificuldade encontrada pelos professores para entrar em contato com uma historiografia atualizada e crítica em português.

Colonização grega e contato cultural na Magna Grécia: o testemunho dos vasos lucânicos

Os objetos podem carregar em si informações sobre a cultura que os produziu. Neste artigo, abordaremos os registros materiais cerâmicos de uma região colonizada pelos gregos no sul da Itáliaa Lucânia em busca de traços que possam indicar movimentos de resistência da população nativa aos padrões culturais helênicos introduzidos durante a colonização. Nos interessa observar quais traços gregos puderam ser incorporados e reinterpretados por artistas lucânicos contemporâneos e posteriores à colonização grega, e quais os traços locais que permaneceram evidentes durante a produção cerâmica no mesmo período.