O conceito de númeno na Dialética transcendental (original) (raw)
Related papers
O dialético e a tékhnē no Crátilo de Platão
Rónai - Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, 2019
In this article, we evaluated the notion of tékhnē in three contexts of the Cratylus, which allows us to identify three nuances associated with the term: 1. as a "know how" intermediated by an instrument (388e-389a); 2. as the possession of a noetic knowledge, in the moment of the etymological analysis of this word (414b-c) and 3. as the art of representing things through their names (428a-440e). Our point is to show these meanings not as something disconnected and fragmentary, but that they are developed within the dialectical movement of this dialog itself.
A dialética transcendental entre as palavras e as coisas
DoisPontos, 2007
O objetivo é investigar se a Dialética transcendental de Kant, ao se deter sobre ascondições que dão origem ao conflito da razão consigo mesma, não oferece ainda umareflexão acerca da regulação transcendental do discurso e da linguagem filosófica.
Hermenêutica e o "novo" transcendentalismo
Perspectiva Filosófica, 2023
Este artigo trata da relação entre hermenêutica e transcendentalismo. Em específico, são considerados elementos conceituais de dois hermeneutas, Heidegger e Gadamer, bem como a noção de filosofia transcendental elaborada por Husserl. É claro que a questão do transcendentalismo é anterior ao que hoje nós conhecemos por tradição fenomenológica-hermenêutica, na qual estão inseridos os autores mencionados. A proposta aqui é justamente traçar as correspondências filosóficas entre as hermenêuticas da facticidade heideggeriana e filosófica gadameriana e o novo modelo de transcendentalismo constituinte da fenomenologia husserliana. Considero, portanto, as críticas de Husserl a Descartes e a Kant, filósofos que são associados à filosofia transcendental moderna e com os quais Husserl esteve em confronto teórico. Mesmo que a polêmica virada transcendental de Husserl tenha sido muito criticada, sua fenomenologia transcendental é fundada como uma orientação epistemológica que influenciará as teorias da interpretação de seus sucessores supracitados, na medida em que coloca em questão a constituição de “objetividades” pela perspectiva da significação.
O 'desencantamento do conceito' na Dialética Negativa de Theodor Adorno
Esta dissertação de mestrado analisa a noção de conceito na Dialética Negativa (1966) de Theodor W. Adorno. Para tanto, partimos da Dialética do Esclarecimento (1947), a partir da qual o conceito é colocado em questão dentro da aporia a respeito da possibilidade crítica da razão. A Dialética Negativa, por sua vez, desenvolve esta questão enquanto um problema que exige a crítica imanente do conceito ou, nas palavras de Adorno, o ‘desencantamento do conceito’. Este processo é causado, por um lado, pela crítica do conceito forjado sob a lei da identidade no contexto do Idealismo e, por outro, pela necessidade de permanência do conceito no contexto do Estado Falso, enquanto via de continuidade crítica da razão. A partir da consciência da não-identidade, o desencantamento do conceito se desenvolve como uma análise do processo de constituição do conceito desde o âmbito da relação sujeito–objeto, caracterizada segundo um primado do objeto. O conceito é desencantado na medida em que se constitui dentro de uma experiência espiritual para com o objeto, passando a ser entendido, então, como mediação da imediatidade. Desta forma, Adorno termina por ampliar a noção de conceito em uma atividade conceitual capaz de decompor o encanto de sua figura unitária ao colocá-lo em relação com a intuição e, de modo recíproco, na forma da constelação. Assim, seria possível uma compreensão racional e histórica do objeto, porém fora do impulso de dominação, contribuindo para a utopia do conhecimento de se aproximar do objeto em sua não-identidade. Palavras-chave: Adorno; Dialética negativa; Conceito; Não-identidade; Experiência espiritual
A QUEDA DE NÚMENOR: O DILÚVIO NA MITOLOGIA TOLKIENIANA
Revista Travessias, 2019
O presente artigo tem como objetivo analisar a ocorrência do mitema do Dilúvio Universal na narrativa mitológica de J. R. R. Tolkien. A análise tem por base a utilização da definição de mitema a partir da perspectiva estruturalista de Claude Lévi-Strauss, assim como dos aspectos que compõem o mitema do Dilúvio Universal. Também são utilizadas as narrativas sobre dilúvios presentes na Epopeia de Atrahasis, na Epopeia de Gilgamesh e no primeiro livro da Bíblia, Gênesis, como exemplo de como este mitema se apresenta na literatura. Nosso objeto de estudo é a quarta seção do livro O Silmarillion ([1977] 2011), Akallabêth, que narra os acontecimentos que levaram o Ser Superior da mitologia tolkieniana, Eru Ilúvatar, a invocar as forças das águas para causar a destruição da ilha de Númenor e de seus habitantes. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica de trabalhos sobre mitos, mitemas, narrativas de dilúvios, mitologia tolkieniana e biografias sobre J. R. R. Tolkien. Após a análise realizada, concluímos que a maneira com que o autor faz uso do mitema do Dilúvio Universal em sua mitologia difere do que fazem os autores dos textos que utilizamos como exemplo tanto em estrutura como em conteúdo.
A dialética Senhor-Escravo como chave hermenêutica em Bin Kimura
2021
O presente estudo visa buscar uma base filosófica hegeliana, explorada na obra Fenomenologia do Espírito, quanto à consciência-de-si e sua gênese, a fim de contextualizar uma estruturação que conceba a consciência não erigida em bases solipsistas, mas sim como um construto social, apreendendo a estrutura da alteridade em seu núcleo mais íntimo, num embate entre forças antagônicas que clamam para si reconhecimento, na forma da alegoria Senhor-Escravo. A partir dessa base, procuro exemplificar empiricamente como se instaura tal dinâmica, para em seguida abordar a esquizofrenia, em especial sob a perspectiva do autor Bin Kimura, que compreende a clínica esquizofrênica de forma muito semelhante, com base em tal embate de forças, que se processaria de forma não integrativa. Tento, então, iluminar a clínica esquizofrênica deste autor à luz de uma chave de leitura próxima ao pensamento hegeliano, traçando possíveis pontos de convergência e divergência quanto as suas perspectivas.
Transdiegese em Nocturne e ficcionalização do real
2022
Nocturne é um filme produzido pela Amazon em 2020. Centrado na temática da competição no âmbito da música (dita) erudita, ficcionaliza aspectos algo recorrentes nesse contexto, como sejam a rivalidade e a ambição. Se noutros filmes já tinham sido trabalhadas posições antagónicas, por exemplo entre o narcisismo e a entrega a causas ou modos de vida, aqui a temática da “venda da alma ao diabo” (em troca do estrelato) é essencial ao desenrolar da narrativa. Como filme que se desenrola quase sempre no interior de uma escola de música, com personagens que ali são alunos ou professores, poder-se-á eventualmente aguardar um conjunto de soluções recorrentes em contextos semelhantes. Parece-nos que a noção de “transdiegese”, isto é, de um trabalho sonoro que perturbe a solidez da habitual fronteira entre aquilo que pertence à diegese e aquilo que lhe é externo, encontrará facilidade de implantação num filme assim.
Númenor: uma utopia no legendarium tolkeano?
Remate de Males, 2024
O Reino de Númenor ocupa um lugar de destaque no legendarium criado por J. R. R. Tolkien (1892-1973). Tal destaque deriva, entre outros fatores, da função de Mito Político de fundação dos reinos de Arnor e Gondor, a qual Númenor exerce na narrativa de The Lord of the Rings. Durante o romance é construída uma imagem de Númenor como a representação do maior e melhor Reino de Homens em toda a História de Arda. A caracterização e a história do reino, portanto, concentram em si boa parte das concepções políticas, filosóficas e estéticas do legendarium como um todo. Mesmo numa observação inicial, é possível perceber a relação de Númenor com Atlântida e com a Utopia. O objetivo deste trabalho é o de analisar a extensão de tais diálogos. A caracterização de Númenor como uma versão de Atlântida aproxima a obra de Tolkien do platonismo e do neoplatonismo, com repercussões na própria estrutura dela. A proximidade com a Utopiade Morus também é maior que a simples referência. Tolkien tentou incorporar elementos formais do próprio gênero utópico em sua construção literária, inclusive com referências a outras obras do gênero.
Algumas observações sobre a Dialética Transcendental: o fim da Crítica da razão pura
Para tentar compreender o sentido mais geral da crítica de Kant à metafísica especial, investigam-se em grandes linhas dois momentos diferentes da Dialética Transcendental: (1) a derivação subjetiva das idéias transcendentais e (2) a antinomia da razão pura. Situando-se do ponto de vista da gênese parcial da Crítica, a investigação procura mostrar que esses dois momentos, embora não imediatamente convergentes, se relacionam como uma das raízes do problema crítico (a antinomia) e a condição necessária, ainda que não suficiente, para poder resolvê-lo adequadamente (a dedução metafísica das idéias transcendentais). Desse modo se argumenta, contra uma interpretação de linhagem antiga, mas ainda recorrente em diversas formas, que a crítica mais radical à metafísica traz consigo um aspecto positivo: a legitimação dos conceitos cardinais da metafísica especial e a abertura para a construção da metafísica como ciência prático-dogmática do supra-sensível.