Redes De Cooperação e Internacionalização Da Vitivinicultura Brasileira: O Caso Wines from Brazil (original) (raw)
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A influência da instituição na internacionalização das vinícolas no Brasil
Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, 2012
O aumento da competição internacional no mercado de vinhos do Brasil levou as vinícolas brasileiras a questionar sua estratégia e a buscar o mercado externo como alternativa para manter sua competitividade. Este artigo visou a compreender a influência das instituições no processo de internacionalização das vinícolas da Serra Gaúcha. Para tanto, realizou-se um estudo de caso com aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos representantes do Projeto Wines of Brasil e quatro vinícolas associadas ao projeto, além de pesquisa documental. O Projeto Setorial Integrado Wines of Brasil surgiu de uma iniciativa do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) e da Agência de Promoção à Exportação (APEX) na busca da promoção do vinho brasileiro no exterior. Toda a estrutura institucional desenvolvida propiciou o fomento da internacionalização das vinícolas da região, implicando um maior reconhecimento dos vinhos nacionais, não só no exterior, mas também no Brasil, por meio do aumento do volume de exportações e do número de exportadores envolvidos no negócio. Ao analisar as teorias de internacionalização baseadas nas abordagens comportamental e econômica-racional, percebeu-se que nenhuma era capaz de explicar completamente a ação desenvolvida pelas vinícolas com vistas ao mercado externo, necessitando ampliar o escopo de análise. Todavia, constatou-se a relevância do ambiente institucional em nível nacional para alavancar o processo de internacionalização das vinícolas que aderiram ao projeto, mesmo que estejam presentes limitações nos domínios normativo e regulatório em que os agentes estão inseridos. Palavras-chave: Internacionalização de empresas. Wines of Brasil. Visão baseada nas instituições. 1 INTRODUÇÃO A literatura sobre o processo de internacionalização das empresas oriundas de países emergentes ainda está em construção, uma vez que o referencial teórico existente está baseado em países industrialmente avançados. Assim, as empresas hoje encaram condições bastante A INFLUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO NA INTERNACIONALIZAÇÃO DAS VINÍCOLAS NO BRASIL Cyntia Vilasboas Calixto -Jefferson Marlon Monticelli -Ivan Lapuente Garrido -Silvio Luis de Vasconcellos 5 R. eletr. estrat. neg., Florianópolis, v.5, n.2, p. 3-27, mai./ago. 2012 distintas daquelas enfrentadas pelas empresas que primeiro se internacionalizaram. Ainda, os governos passaram a agir diretamente no processo de internacionalização, por meio de mecanismos institucionais, buscando desenvolvimento nacional. (FLEURY; FLEURY, 2007). As empresas das grandes economias emergentes buscam, no processo de internacionalização, uma forma de se proteger das turbulências enfrentadas no mercado doméstico. De acordo com Fleury e Fleury (2007), a internacionalização tardia das empresas brasileiras é resultado de sua dimensão geográfica, que resulta num mercado interno grande, da falta de incentivos do governo, da proteção do mercado doméstico até a década de 1990 e da distância cultural em relação a outros vizinhos. Essas hipóteses são oriundas tanto da literatura econômica (DUNNING, 1988), quanto da comportamental (JOHANSON; VAHLNE, 1977, 1990). Contudo, percebe-se que, na última década, o governo tem direcionado grandes esforços para estimular as empresas brasileiras a atuarem no mercado externo, alterando a dinâmica dos negócios. Ainda assim, o mercado interno altamente aquecido ainda desestimula algumas empresas na diversificação de mercados, uma vez que o custo e o risco são maiores ao operar em ambientes desconhecidos (ROCHA; SILVA; CARNEIRO, 2007).
Vinhos brasileiros: é possível a internacionalização?
2008
Este estudo buscou identificar as estratégias utilizadas pelas vinícolas brasileiras para atingir padrões de qualidade de vinhos semelhantes ao do mercado internacional. A metodologia utilizada foi o estudo de casos e foram analisadas as vinícolas Miolo e Salton. Identificou-se como a principal especificidade produtiva o fator locacional e a estratégia tem sido a expansão das atividades para áreas com aptidão climática para vinhos, como o Vale do São Francisco (Nordeste) e região fronteira com o Uruguai. Para compensar pontos fracos devido às condições naturais, as empresas utilizam tecnologias modernas, contratação de enólogos renomados e parcerias. Outro fator limitante para o crescimento produtivo é o mercado interno ainda pequeno, com um consumo de 2 litros por pessoa/ano e a estratégia utilizada é segmentação de mercado na forma piramidal, considerando as variáveis qualidade e preço.
Revista Ibero-Americana de Estratégia, 2013
A internacionalização tem se tornando um imperativo para a sobrevivência de diversos setores industriais brasileiros. No caso do setor vinícola, o crescimento da concorrência com vinhos importados nos últimos anos tem levado as empresas do setor a buscarem novos mercados além das fronteiras nacionais. Nesse sentido, a articulação das empresas em redes interorganizacionais pode estimular o processo de internacionalização por meio da geração de recursos que extrapolam os limites das empresas. Este trabalho analisa o desenvolvimento de recursos no âmbito de uma rede interorganizacional do setor vinícola e a influência destes recursos no processo de internacionalização das empresas. Para tanto, realizou-se um estudo exploratório na Rede Wines of Brasil. Os resultados evidenciam que a rede tem colaborado para a geração de recursos, tais como a reputação do vinho brasileiro, o conhecimento do mercado e o fluxo de informação entre os participantes. Os recursos gerados na Rede e com acesso exclusivo aos membros deste grupo foram denominados de recursos de clube. Entretanto, a apropriação desses recursos não ocorre de maneira homogênea, evidenciando a existência de assimetrias entre seus membros, devido a arquiteturas organizacionais específicas dos membros da rede, tais como porte, base de recursos complementares e capacidade absortiva das empresas.
A internacionalização das Vinícolas Carrau
Revista Brasileira de Casos de Ensino em Administração, 2015
Resumo O caso descreve a internacionalização das Vinícolas Carrau, uma empresa tradicional familiar uruguaia. Mostra o esforço despendido pela empresa para estudar o mercado brasileiro de vinhos como forma de alocar os seus produtos, e discute as potencialidades e limitações do negócio em seu processo de internacionalização.
A internacionalização dos vinhos portugueses: o caso do Grupo Parras
2018
Portugal apresenta um excedente comercial no que diz respeito ao vinho, sendo a internacionalização bastante relevante na estratégia das empresas do setor vitivinícola. Com base numa abordagem mista, analisou-se o processo de internacionalização e de marketing mix internacional do Grupo Parras, onde se encontrou a exportação direta como modo predominante de entrada nos diferentes mercados internacionais. Foi possível, agrupar as motivações para a internacionalização em pró-ativas e reativas, e identificar a experiência internacional e a flexibilidade como competências fundamentais à internacionalização. O Grupo Parras não considera relevantes as barreiras à internacionalização, e adota uma estratégia de marketing mix internacional idêntica para os diversos mercados, baseada nos custos e na concorrência. Recorreu-se a um modelo de regressão linear múltipla para estabelecer relação entre a internacionalização e a performance do Grupo Parras, tendo-se concluído não existir relação line...
Enoturismo e Vindimas no Terroir Vinhos de Altitude de Santa Catarina – Brasil
Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña (HALAC) revista de la Solcha
Este artigo discute sob o viés da história ambiental o enoturismo e a realização de vindimas que estão ocorrendo no século XXI no terroir Vinhos de Altitude, localizado na região do Planalto do estado de Santa Catarina, Brasil. Através de revisão da bibliografia tanto teórica quanto empírica, assim como aanálise de fontes sobre o tema – como matérias publicadas na imprensa, fotografias e material de marketing, sobretudo acerca da festa denominada “Vindima de Altitude” –, este trabalho busca ampliar o debate sobre o enoturismo. Entende-se um enoturismo que vai além da idealização e romantização do setor, buscando um diálogo entre pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e reflexões críticas no campo das ciências humanas. Argumentamos que a grande oportunidade para a construção de um diferencial para o terroir Vinhos de Altitude passa pela inserção de práticas sustentáveis nos vinhedos e a responsabilidade socioambiental para com os habitantes e o meio ambiente da região.