Os programas de pós-graduacão em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)
Antropologia no Brasil (Curso oferecido para graduação em Ciências Sociais)
Ementa: Curso que visa familiarizar os estudantes com as tradições da disciplina no Brasil, no contexto mais amplo da história da antropologia. A bibliografia incluirá análises dos aspectos institucionais-museus, centros e faculdades onde os antropólogos desenvolveram seus trabalhos de pesquisa e ensino metodológicos e teóricos dessa história. Objetivos: O propósito deste curso é discutir algumas vertentes da produção antropológica brasileira enfatizando, a um só tempo, a formação do campo disciplinar no país e a consolidação de temas que parecem fundamentais para pensar as transformações da antropologia feita no Brasil. Tomando a primeira metade do século XX como referência temporal, o primeiro bloco do curso está dedicado a discutir as narrativas sobre a alteridade em face aos dilemas da nação. A partir de obras de Nina Rodrigues, Roger Bastide, Gilberto Freyre e Florestan Fernandes, a proposta é acompanhar os desdobramentos do debate sobre relações étnico-raciais e nação, colocando-o em paralelo com o próprio processo de institucionalização da antropologia enquanto disciplina no Brasil. O segundo bloco está centrado em temas que auxiliam a caracterização dos debates que ocuparam o pensamento antropológico brasileiro, sobretudo, entre os anos de 1960 e 1990. A produção antropológica desse período, marcado institucionalmente pela multiplicação dos programas de pós-graduação em antropologia e pela diversificação temática das pesquisas realizadas no país, também serve para explicitar as possíveis conexões entre a " antropologia no Brasil " e perspectivas analíticas tributárias das matrizes disciplinares francesa, inglesa e estadunidense. Ao explicitar essas conexões, busca-se demarcar o momento de pluralização da antropologia no Brasil sem incorrer num paroquialismo. A última aula desse bloco será dedicada a leitura comparativa de balanços históricos da antropologia praticada no Brasil. A proposta é colocar esses textos em perspectiva e identificar modos de narrar e caracterizar a disciplina no Brasil. Por fim, no terceiro bloco, três temas serão privilegiados para indicar a progressiva diversificação temática e teórica da antropologia no país, ressaltando, ao mesmo tempo, como essa produção recente dialoga com diferentes tendências da antropologia mundial. O conjunto dos textos debatidos no bloco apontará alguns delineamentos da antropologia contemporânea no Brasil e embasará o trabalho final do curso. Para realizá-lo, cada estudante deverá elaborar uma resenha crítica sobre algum livro da antropologia feita no Brasil a partir da década de 1990, relacionando-o com debates realizados ao longo do semestre. Metodologia: Os conteúdos programados serão abordados por meio de aulas expositivas e seminários, com base nos textos indicados abaixo (leitura prévia obrigatória), com estímulo ao debate coletivo; em algumas sessões, haverá atividades com base em material textual e audiovisual.
This work sought to produce reflections capable of offering subsidies for greater Brazilian legal openness to the Difference involving indigenous societies. The dichotomy of violence against ethnic minorities in terms of genocide and ethnocide still produces perverse effects, and perhaps the most important of these is to take ethnocide as a "less violent" crime that affects the visible and invisible manifestations of culture while "spirit of a people" (Volkgeist). Historical contexts related to the early framings of this crime demonstrate that ethnic violence is not relative. The reflexive apparatuses produced by the Americanist ethnology of the late 1970s and early 20th century marked a greater intimacy with the Amerindian "native categories". By using these tools, the phenomenological framework of our Western vision employing metaphysical and objectifying conceptions and that do ’ enough for the indigenous worlds populated by agencies with status of subject. The advance in juridical acceptance of these realities as facts and not mere collective representations seems essential to us not for the salvation of a fragile Other but for all of us to have some future.
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO
EMENTA Diálogos entre antropologia e educação, Educação intercultural e interculturalidade, Modernidade, disciplina e transdisciplinaridade, Cultura enquanto matriz dos saberes; Políticas de democratização do ensino; Práticas pedagógicas, Escola e Universidade Carga Horária: 60 h Créditos: 04 Apresentação: Esta disciplina pretende oferecer uma visão ampla e atual de alguns temas e problemas referentes aos modos de produção e difusão do conhecimento na contemporaneidade, especialmente aos relacionados à escola e à universidade. Ela propõe também a formulação de novos desafios para as referidas instituições em um ambiente de crise estrutural. Pretende, ainda, trazer à tona o debate sobre a possibilidade real de democratização da educação institucional, a partir da reflexão acerca da trajetória de novos coletivos culturalmente diferenciados, como indígenas e quilombolas, nas academias e da consolidação de escolas bilíngues, interculturais e diferenciadas.
A criação e implementação de reservas de proteção ambiental têm gerado conflitos sociais em diversos locais do Brasil e do mundo. Esta dissertação discute a emergência destes conflitos na comunidade rural de Batuva, litoral norte do estado do Paraná, Brasil, em decorrência da criação e implementação da Área de Preservação Ambiental de Guaraqueçaba (APA de Guaraqueçaba) e da legislação subsequente, que proibiu acesso a recursos florestais que tradicionalmente a comunidade explorava para sua sobrevivência. Para tanto, foram realizados estudos na comunidade de Batuva sobre suas formas de uso dos recursos, manejo da terra e modos de vida, demonstrando como seus moradores habitam Batuva, como vivenciaram e reagiram aos conflitos que se instauram a partir da APA. Nesse sentido, o estudo argumenta que a criação da APA de Guaraqueçaba, congregada a uma rígida proibitiva legislação ambiental, configurou-se em um cercamento ambiental, conceito que desenvolvo a partir de Thompson (1987, 1998), e sua discussão sobre os conflitos gerados pela instalação dos cercamentos (enclousure) na Inglaterra do século XVIII. Em Guaraqueçaba, os “cercamentos ambientais” se estabeleceram a partir da década de 1980, quando tem início o processo de criação e implementação de reservas de proteção ambiental na região e a rigorosa legislação ambiental. As áreas convertidas em reservas passam a ficar sobre a tutela e controle do estado, que passa a reger, proibir, criminalizar e fiscalizar o uso e acesso a essas áreas, desencadeando conflitos sociais com as populações locais, que sempre acessaram e fizeram uso dos recursos florestais para a manutenção de suas subsistências e práticas culturais.