Heleieth e as diferentes gerações de feministas do NEIM/UFBA (original) (raw)
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Heleieth e as diferentes geracoes do NEIM
Revista Estudos Feministas, 2021
Heleieth e as diferentes gerações de feministas do NEIM/UFBA Resumo: Heleieth Saffi oti, estrela maior do feminismo acadêmico no Brasil, foi uma das madrinhas do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desde a sua fundação em maio de 1983. Nesses nossos quase 37 anos de existência, já contamos com pelo menos três diferentes gerações de pesquisadoras feministas, todas admiradoras de Heleieth Saffi oti e para as quais A mulher na sociedade de classes: mito e realidade ainda tem muito a dizer e fazer pensar. Neste artigo, duas gerações de nossas pesquisadoras-uma das mais antigas (Cecilia) e a outra da mais nova (Maíra)-desenvolvem uma conversa a três com Heleieth, em uma releitura dessa que é sua 'obra-prima', e prima não apenas por ser a sua primeira grande publicação, como também por ser a grande contribuição do feminismo acadêmico brasileiro para o mundo. Palavras-chave: Heleieth Saffi oti; gerações de feministas; NEIM/UFBA.
PRÁXIS FEMINISTA: a presença de Heleieth Saffioti nos estudos e nas lutas no Brasil
Caderno CRH
Heleieth Saffioti foi uma intelectual que durante toda sua trajetória manteve uma postura apoiada sobre a práxis feminista: se, por um lado, suas contribuições teóricas serviram de inspiração e elucidação para a compreensão das desigualdades que impactam, em especial, as mulheres brasileiras; por outro, as pautas feministas e dos movimentos de mulheres foram seus objetos de estudo e alimentaram sua obra. Podemos dizer que Saffioti estabeleceu, em sua produção, uma relação simbiótica própria do campo teórico em que se referencia e procurou, por meio dela, buscar sínteses para transformar a realidade. Neste artigo, refletimos sobre suas contribuições para os estudos e as lutas feministas no Brasil, revisitando seu livro pioneiro A mulher na sociedade de classes no momento de seu lançamento e também buscando compreender de que forma seu instrumental teórico colaborou e colabora para analisarmos e enfrentarmos as hierarquias sociais. FEMINIST PRAXIS: Heleieth Saffioti’s presence in stud...
Lutas Sociais, 2021
Nesta entrevista, Verônica Ferreira discorre sobre sua trajetória intelectual e militante e os encontros com o legado de Heleieth Saffioti, sobretudo os debates do patriarcado, o Nó das relações sociais de classe, gênero e raça e a perspectiva materialista. Ressalta-se o diálogo entre Heleieth Saffioti e a luta feminista no Brasil e na América Latina por meio da relação entre Saffioti e o SOS Corpo-Instituto Feminista para a Democracia. Discute-se, também, a contribuição de Saffioti para pensar contextos e Nordeste. Palavras-chave: Patriarcado; Nó (relações sociais de classe, gênero e raça); Perspectiva Materialista; SOS Corpo; Nordeste.
PNAISH: uma análise de sua dimensão educativa na perspectiva de gênero
Saúde e Sociedade, 2019
Resumo O artigo desdobra-se de pesquisa documental inscrita nos campos dos estudos de gênero e culturais e discute alguns dos modos pelos quais o gênero atravessa as proposições da Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH). Para isso, toma como referência um contexto discursivo em que termos como integralidade e equidade são reiteradamente apresentados e acionados, na direção de instituir propostas educativas e de cuidado voltadas à saúde e à educação de homens adultos. Argumentamos que, ao mesmo tempo em que essa amplitude coloca sob suspeita determinadas formas de viver a masculinidade, ela não desloca a centralidade dos processos curativos e parece contribuir para impregnar a política com uma visão utilitária, individualizando e culpabilizando os homens por seu distanciamento dos serviços de saúde.
Revista Feminismos v. 8 n. 3 (2020), 2020
Este trabalho analisa a institucionalização do feminismo acadêmico no Brasil, a partir do registro da história e memória do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher-NEIM, da UFBA. Trata-se do núcleo dessa ordem mais antigo do país, pioneiro na criação de um departamento e de programas de graduação e pós-graduação em estudos feministas no Brasil. Defendo aqui que o fazer feminista nas ciências e na academia se faz necessário, tanto como crítica ao androcentrismo que grassa na produção de conhecimento, quanto no tocante à desconstrução das práticas e estruturas patriarcais acadêmicas. Retomo, assim, uma discussão sobre a institucionalização do feminismo nas universidades brasileiras iniciada há mais de duas décadas, refletindo, desta feita, não apenas sobre os caminhos percorridos e os avanços registrados desde então, como também sobre as conexões e tensões que têm marcado esse trajeto e os novos desafios postos para nós, 'feministas acadêmicas'. Registrar a história e memória do NEIM/UFBA nos permitirá vislumbrar de forma mais substantiva essas importantes facetas dos feminismos acadêmicos no Brasil, em especial, sua intersecção com outros campos discursivos de ação feminista, com especial atenção ao que tange à formulação e implementação de políticas locais, nacionais e globais, que avançam as lutas das mulheres. Para tanto, faço uso do instrumental teórico-metodológico proposto por Sonia Alvarez (2014) quanto à relevância de pensarmos o fazer feminista em diferentes espaços como campos discursivos de ação feminista. A trajetória do NEIM e as diferentes atividades desenvolvidas pelo núcleo dão mostras da conectividade entre esses diferentes campos, como também o quanto nossa história reflete os próprios caminhos e (descaminhos) da história do país nessas nossas quase quatro décadas de funcionamento.
Entrevista com Amelinha Teles: o nosso projeto é pela vida, Heleieth Saffioti na luta feminista
Revista Katálysis, 2021
Resumo: Nesta entrevista, Amelinha Teles discorre sobre sua trajetória intelectual e militante iniciada durante a ditadura civil e militar no Brasil e a recepção do livro de Heleieth Saffioti (2013 [1969]), A mulher na sociedade de classes: mito e realidade, considerado por Amelinha como o primeiro livro feminista sobre mulheres escrito no Brasil. Ressalta-se a contemporaneidade do legado de Saffioti por meio das teorias do Nó das relações sociais de classe, gênero e raça/etnia e atualidade do Patriarcado. Discute-se, também, o diálogo íntimo entre Heleieth Saffioti e a luta feminista no Brasil, especialmente a atuação de Heleieth Saffioti junto às Promotoras Legais Populares (PLPs).
Mulheres ilhadas: representações do feminismo entre jovens mulheres universitárias em Belo Horizonte
Primeiros Estudos, 2012
Resumo: Este artigo procura identificar quais as representações sociais que as alunas universitárias da PUC-MG têm sobre o feminismo, em suas mais variadas vertentes e, em que medida essas representações colocam aproximações e distanciamentos em relação aos movimentos feministas e suas pautas reivindicatórias. Com base nas teorias críticas feministas, discuto como as representações com relação ao feminismo podem constituir abismos ou pontes para aproximação com movimentos sociais que tiveram grande influência na academia, mas que cada vez mais vêm carregando rótulos que lhes afastam das próprias mulheres.
O feminismo bem-comportado de Heleieth Saffioti (presença do marxismo)
Revista Estudos Feministas, 2014
Neste texto, gostaria de eleger um momento da vida de Heleieth Saffioti, aquele que reputo seu ato de maior coragem: sendo uma socióloga marxista, tendo Florestan Fernandes como orientador, ter decidido escrever um trabalho de livre-docência sobre a mulher no Brasil, na década de 1960. É a partir desses encontros que será analisado o casamento entre o marxismo e o feminismo que Heleieth realizou em seu livro inaugural. Este artigo está dividido em duas partes: na primeira, apontarei as principais questões discutidas por Heleieth Saffioti em seu livro; na segunda, tratarei de um inimigo comum que aproxima Saffioti de duas mulheres centrais do feminismo da época, Simone de Beauvoir e Betty Friedan: Dr. Freud.
Educação das mulheres na história do Brasil: a contribuição de Heleieth Saffioti
2020
O presente artigo tem como objetivo discutir aspectos que envolvem o desenvolvimento da educacao institucional formal oferecida as meninas e as mulheres que viviam no Brasil colonia (1500 a 1822). Busca tambem compreender o desenvolvimento da educacao feminina, desde o periodo colonial ate a educacao formal oferecida no Brasil imperio. Tais discussoes terao como base um estudo desenvolvido pela sociologa Heleieth Saffioti, A mulher na sociedade de classes . Neste estudo Saffioti dedica a segunda parte as mulheres na sociedade brasileira, debrucando-se, entre outros temas, sobre aspectos relacionados a instrucao feminina nos periodos colonial e imperial do Brasil.