CIÊNCIA E CULTURA (original) (raw)

CULTURA E PRAZER: O LUGAR DA CIÊNCIA

Resumo: As atividades culturais — ciência, arte, esporte e religião — são discursos sociais de caráter não utilitário, fundados no princípio do prazer. Enfatizando que a ciência é também uma prática cultural, discute-se o papel da mesma no âmbito da cultura, enquanto atividade hedônica, por oposição à concepção utilitarista, pragmática, de ciência, atualmente em vigor. Analisam-se, finalmente, os caminhos através dos quais a ciência pode seguir sua vocação pública e atender mais diretamente à própria sociedade que a instituiu e a quem deve, em última instância, servir.

CIÊNCIA E CONTROVÉRSIA

A ciência nunca foi tão popular e influente como actualmente. As últimas décadas têm sido palco de excitantes e relevantes desenvolvimentos científicos e tecnológicos com forte impacto na melhoria das condições de vida da população. Tem-se assistido a um investimento crescente na educação e divulgação científicas. De acordo com vários estudos (EUROPEAN COMMISSION, 2001; NSB, 2006; VCU CENTER FOR PUBLIC POLICY, 2003), a grande maioria da população tem uma opinião favorável acerca da ciência. Contudo, a ciência também é alvo de fortes ataques. Utilizações incorrectas e efeitos secundários indesejados da tecnologia têm desencadeado fortes reacções da sociedade. Discutem-se e impõem-se restrições ao financiamento e à investigação científica e tecnológica. Uma parte significativa da população tem perdido confiança nas potencialidades da ciência e, simultaneamente, as crenças pseudo-científicas ganham terreno.

NATUREZA E CULTURA

De todos os princípios propostos pelos precursores da sociologia nenhum sem dúvida foi repudiado com tanta firmeza quanto o que diz respeito à distinção entre estado de natureza e estado de sociedade. Não se pode, com efeito, fazer referência em contradição a uma fase da evolução da humanidade durante a qual esta, na ausência de toda de organização social, nem por isso tivesse deixado de desenvolver formas de atividade que são parte integrante da cultura. Mas a distinção proposta pode admitir interpretações mais válidas.

TEORIA E CULTURA

Tramas da vida e maquinaria punitiva: vidas enredadas nas malhas da justiça criminal, 2024

Este artigo trata dos percursos de homens e mulheres que passaram pela prisão e que têm suas vidas afetadas por dispositivos de controle nos meandros da expansiva informalidade urbana. Vidas enredadas nas malhas da justiça criminal, esses percursos permitem entender os modos operatórios da gestão dos ilegalismos populares. E também iluminam aspectos pouco ou nada trabalhados nas pesquisas sobre os efeitos societários do encarceramento em massa. Trata-se de uma maquinaria punitiva que, entre multas, cautelares, mandados, intimações, processos em andamento, se enreda e se compõe com as tramas da vida em percursos afetados por desconcertos, temores, incertezas, também alimentados pela ilegibilidade das decisões, das leis, das normativas que circulam entre os indecifráveis labirintos judiciais, os tribunais, as delegacias e "os corpos dispersos da polícia", tudo isso se constelando no que Veena Das define como "textura do cotidiano". Os casos aqui apresentados nos permitem deslindar (i) as tramas da vida tecidas nas "malhas do poder punitivo"; (ii) os sentidos do que definimos como "maquinaria punitiva"; (ii) as "liberdades precárias" inscritas na gestão dos ilegalismos próprios do universo da informalidade urbana; (iii) a importância das redes sociotécnicas de apoio que se constituem em torno de alguns desses (e outros) casos.

LIMIARES DA CULTURA E MISCELÂNEA CÉLTICA

Limiares da cultura e miscelânea céltica, 2001

Cultural ordering of space. The unconscious of languages. Laughter. Crying. The kiss. Religious symbols and question of gender. Numbers to think. Celtic music: words, instruments, genres. Dagda harp. Galice. Give oats, give barley. Divination in the Celtic world.

CONCEPÇÕES DE CULTURA E ETNIA UCRANIANA

Revista História em Reflexão: Vol. 5 n.10 – UFGD - Dourados, 2011

RESUMO: Conforme os estudiosos sobre a história da imigração no Brasil, entre 1895 e 1897 fixaram moradia no Estado do Paraná mais de 20.000 imigrantes oriundos da região hoje denominada Ucrânia. A presença desses sujeitos falando a mesma língua, tendo a mesma região como lugar de origem e reconhecendo-se como grupo devido a várias práticas comuns, gerou um saber que chamaremos de discurso da etnicidade ucraniana. Tal conhecimento se expressa por meio de variados suportes, tais como os textos produzidos por pesquisadores e estudiosos do assunto e os termos utilizados para expressar o fenômeno da imigração. O conceito de cultura, foco da investigação deste artigo, é utilizado de forma ampla no âmbito da produção historiográfica sobre o fenômeno da imigração ucraniana para o Estado do Paraná. PALAVRAS CHAVE: Cultura – etnicidade – imigração ucraniana. ABSTRACT: According to experts on the history of immigration in Brazil, have taken up residence in the State of Paraná, between 1895 and 1897, more than 20,000 immigrants from the region now called as Ukraine. The presence of these subjects, speaking the same language, having the same region as place of origin and recognizing themselves as a group due to various practices common, generated a discourse that led to call the discourse of ukrainian ethnicity. Such knowledge is expressed through various media, including: the texts produced by researchers and academics and the terms used to express the phenomenon of immigration. The concept of culture, focus of the investigation expressed in this article, is used widely within the historiography on the phenomenon of ukrainian immigration to the state of Paraná. KEYWORDS: Culture – Ethnicity – Ukrainian immigration.

CULTURA E NATUREZA

FRAGMENTOS DE CULTURA, 2014

A decisão de não partir "daquilo que os homens dizem, imaginam, concebem, nem dos homens como narrados, pensados, imaginados, concebidos" será, portanto, no máximo, um lembrete corretivo de que há outras evidências, e por vezes mais convincentes, daquilo que eles fizeram. Mas será também, em seus piores aspectos, uma fantasia objetivista: a de que todo o "processo de vida real" pode ser conhecido independentemente da linguagem ("o que os homens dizem") e de seus registros ("o homem como narrado"). (Raymond Williams) P rocurando tomar distância da "fantasia objetivista", em estreita sintonia com Raymond Williams (1979), refletimos sobre a dinâmica do fazer e do narrar em específicas experiências de vida de sujeitos sociais-no sentido histórico e políti-Resumo: a proposta deste artigo é fazer uma discussão sobre as relações cultura-natureza a partir da obra do seringueiro, ator e dramaturgo da Amazônia acreana, José Marques de Souza (Matias), dialogando com a experiência social e as formas estético-políticas a partir das quais esse intelectual afroamazônico pensava a luta pela floresta e pela cidade no contexto das transformações ocorridas entre os anos 1970-90.

CIÊNCIA E CIVILIZAÇÃO

Revista Vértices (Campos dos Goytacazes), 1997

A longa trajetória humana nessa minúscula forma arredondada, protegida por uma tênue massa gasosa é uma saga fenomênica a perder-se nos primevos do próprio fenômeno. Todos os povos, em todas as épocas, das mais remotas aos indígenas de hoje, manifestam em suas visões de mundo,conceitos míticos de uma criação preexistente a si próprios.