O acervo de prontuários do Manicômio Judiciário do Estado de São Paulo (1903- 1930) (original) (raw)

O instrumento de pesquisa aqui apresentado resulta de projeto desenvolvido no âmbito do Programa de Educação Tutorial do curso de História da Universidade Federal de São Paulo (PET-História), em parceria com o Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP), entre 2012 e 2015, junto ao acervo do Manicômio Judiciário. Entre outras, o PET-História realiza atividades voltadas à reflexão, pesquisa e disponibilização de fontes documentais em suas diferentes dimensões e tipologias 1. A trajetória do acervo em questão é singular. A história da "assistência aos psicopatas"-expressão pela qual a Psiquiatria institucionalizou-se junto aos poderes públicos-em São Paulo, iniciase em 1852. Naquele ano, foi criado um hospício na então Rua de São João, mantido por religiosos e administrado pelo padre Vicente Pires da Mota. Em 1864, o hospício foi transferido para a Várzea do Carmo, no final da Ladeira Tabatinguera (em edificação ainda hoje existente), agora sob a gestão do doutor Thomé de Alvarenga. Apenas no início do século XX, mais precisamente em 1904, foi inaugurado o Hospício Central do Juquery, no atual município de Franco da Rocha, sendo para lá transferidos os internos da capital, sob a orientação intelectual do psiquiatra Francisco Franco da Rocha 2. Parte do complexo do Juquery passou a abrigar, também, um manicômio destinado à internação dos condenados pela Justiça diagnosticados como doentes mentais. A separação institucional e a criação do Manicômio Judiciário do Estado