Avaliação comportamental do processamento auditivo em indivíduos gagos (original) (raw)

Análise perceptivo-auditiva e acústica da voz de indivíduos gagos

Revista CEFAC, 2010

Objetivo: análise de desvios vocais em sujeitos com gagueira do desenvolvimento. Métodos: participaram 23 sujeitos adultos, de ambos os sexos, com graus variados de gagueira, de acordo com a Escala de severidade de Yowa. Foi realizada análise perceptivo-auditiva da voz pela escala GIRBAS, com a inclusão de aspectos adicionais, além de análise acústica de parâmetros vocais e leitura espectrográfica. Resultados: qualidade vocal alterada para 13% dos indivíduos, na vogal sustentada, com instabilidade (69,57% em grau leve e 20% em grau moderado) e rugosidade (48,70% em grau leve e 11,30% em grau moderado); alterações na normalidade na fala encadeada, com rugosidade (59,13% em grau leve e 1,74% em grau moderado) e tensão ocasional (46,08% em grau leve e 3,49% moderado). Foi encontrada grande inconsistência nos valores de tempo máximo de fonação intra-sujeito e elevada variabilidade inter-sujeitos. O padrão espectrográfico revelou instabilidade, tanto pela presença de quebra de sonoridade (21,74%), como pela presença de sub-harmônicos (30,43%), variabilidade da freqüência fundamental e qualidade vocal (8,7% para ambas). A análise dos parâmetros acústicos selecionados indicou alteração de shimmer (91,30%) e de jitter (34,78%). Conclusões: desvios vocais em gagos são discretos, mas evidenciados na tarefa de vogal sustentada, sem relação com o grau de gagueira. As alterações são sugestivas de instabilidade neuromotora no sistema fonoarticulatório.

Processamento auditivo em gagos: análise do desempenho das orelhas direita e esquerda

Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2008

OBJETIVO: Comparar a diferença entre as orelhas nos testes comportamentais do processamento auditivo e os resultados de sujeitos com diferentes graus de gravidade de gagueira em cada teste do processamento auditivo. MÉTODOS: Cinqüenta e seis indivíduos, com idades entre quatro e 34 anos, foram encaminhados pelo Ambulatório de Avaliação Fonoaudiológica da UNIFESP para avaliação comportamental do processamento auditivo. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação de audição, fala e linguagem. A disfluência foi classificada segundo o protocolo de Riley (1994), o qual prevê os seguintes graus de gravidade da gagueira: muito leve, leve, moderado, severo e muito severo. Os testes para avaliação do processamento auditivo foram selecionados e analisados de acordo com a idade do paciente e a proposta de Pereira & Schochat (1997). RESULTADOS: Observamos prevalência da gagueira de grau leve nas faixas etárias de quatro a sete anos e de 12 a 34 anos de idade, e de grau moderado nos indivídu...

Avaliação do processamento auditivo em idosos que relatam ouvir bem

Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 2008

Em idosos, os resultados da avaliação comportamental das vias auditivas centrais são considerados de difícil interpretação devido à possível interferência do comprometimento das vias auditivas periféricas. OBJETIVO: Avaliar a eficiência das funções auditivas centrais de idosos que relatam ouvir bem. MATERIAL E MÉTODO: Estudo de casos que incluiu 40 indivíduos na faixa etária de 60 a 75 anos. Os pacientes foram submetidos à avaliação do processamento auditivo que constou de anamnese, exame otorrinolaringológico, audiometria tonal liminar, limiar de reconhecimento de fala, índice de reconhecimento de fala, imitanciometria, pesquisa de reflexos estapedianos, teste de identificação de sentenças sintéticas com mensagem competitiva ipsilateral, teste de padrões de freqüência e teste de dissílabos alternados por meio de tarefa dicótica. RESULTADOS: Gênero, faixa etária e perda auditiva não influenciaram os resultados dos testes de padrões de freqüência e dissílabos alternados por meio de t...

Disfluências e velocidade de fala em produção espontânea e em leitura oral em indivíduos gagos e não gagos

Audiology - Communication Research, 2013

Objetivo: Investigar e caracterizar a velocidade de fala e as rupturas da fala em situação espontânea e em leitura oral, em indivíduos gagos e não gagos e investigar a relação entre essas variáveis. Métodos: Trinta participantes com idades entre 17 e 59 anos e, no mínimo, oito anos de escolaridade, constituíram o Grupo Estudo, com 15 indivíduos gagos, e o Grupo Controle, com 15 indivíduos não gagos. Os indivíduos do Grupo Controle e do Grupo Estudo foram pareados por idade, gênero e nível de escolaridade. Após anamnese, foram realizadas as seguintes avaliações: neuropsicológica breve, específica da gagueira e específicas da leitura. As disfluências foram analisadas e calculou-se a velocidade da fala espontânea e na leitura oral. Resultados: Ocorreram mais disfluências na fala espontânea que na leitura oral de texto, em ambos os grupos. Em relação à velocidade, no Grupo Controle, a leitura de pseudopalavras e de texto correlacionaram-se positivamente e no Grupo Estudo, todas as variáveis correlacionaram-se positivamente. Conclusão: A análise da velocidade e das rupturas de fala caracterizou ambos os grupos, tanto em situação de fala espontânea, quanto na leitura que evidencia perfis de desempenho diferenciados pela velocidade de fala, frequência e tipologia das rupturas. A investigação demonstra que indivíduos gagos apresentaram valores mais baixos de velocidade, assim como maior ocorrência de disfluências, tanto na fala espontânea quanto na leitura oral, em comparação com indivíduos não gagos.

Análise de parâmetros perceptivo-auditivos e acústicos em indivíduos gagos Analysis of acoustic and auditory-perceptual parameters in stutterers

Rev Soc Bras …, 2009

Objetivo: Analisar parâmetros perceptivo-auditivos e acústicos da voz em indivíduos adultos gagos. Métodos: Foram analisados 15 indivíduos gagos do gênero masculino na faixa etária de 21 a 41 anos (média 26,6 anos), atendidos no Centro Clínico de Fonoaudiologia da instituição no período de fevereiro de 2005 a julho de 2007. Os parâmetros perceptivo-auditivos analisados envolveram a qualidade vocal, tipo de voz, ressonância, tensão vocal, velocidade de fala, coordenação pneumofônica, ataque vocal e gama tonal; quanto aos parâmetros acústicos, foram analisadas a frequência fundamental e sua variabilidade durante a fala espontânea. Resultados: A análise perceptivo-auditiva mostrou que as características mais frequentes nos indivíduos gagos foram: qualidade vocal normal (60%), ressonância alterada (66%), tensão vocal (86%), ataque vocal alterado (73%), velocidade de fala normal (54%), gama tonal alterada (80%) e coordenação pneumofônica alterada (100%). No entanto, a análise estatística revelou que apenas a presença de tensão vocal, coordenação pneumofônica e a gama tonal alteradas apresentaram-se estatisticamente significativas nos indivíduos gagos estudados. Na análise acústica, a frequência fundamental variou de 125,54 a 149,59 Hz e a variabilidade da frequência fundamental foi de 16 a 21 semitons ou 112,50 a 172,40 Hz. Conclusão: Os parâmetros perceptivo-auditivos analisados que tiveram frequência significativa nos indivíduos gagos estudados foram: presença de tensão vocal, alteração da gama tonal e na coordenação pneumofônica. Desta forma, é importante avaliar os aspectos vocais nesses pacientes, pois a desordem da fluência pode comprometer alguns parâmetros vocais podendo ocasionar disfonia.

Análise dos registros de entrevista inicial fonoaudiológica em sujeitos com diagnóstico de gagueira

Cadernos do IL

Este estudo visa a investigar a gagueira na clínica fonoaudiológica e os registros da anamnese, em pacientes diagnosticados como gagos. A análise foi realizada a partir do estudo das pastas de 40 pacientes. Procurou-se identificar o perfil desses sujeitos e discuti-lo a partir das categorias: etiologia da gagueira; auto-imagem; ativação emocional; contato visual e o uso de estratégias. Os resultados obtidos revelaram que 17,5% dos participantes relacionam a causa da gagueira ao uso dos discursos autoritários dos adultos; 15% à hipótese genética; 7,5% a algum trauma sofrido na infância; 45% apresentam imagem estigmatizada de falante; 40% apresentam piora da gagueira em situações de estresse; 35% apresentam alteração no contato visual e 32,5% revelaram fazer uso de estratégias para adiar sua gagueira. PALAVRAS-CHAVE: Gagueira; Discurso; Anamnese

Escuta Dicótica, Processamento Temporal e Inadequação: Cognição Em Idosos Usuários De Prótese Auditiva

2018

O objetivo foi verificar o processamento temporal e a escuta dicotica, correlacionando-os com aspectos cognitivos em idosos usuarios de protese auditiva. Foram selecionados dados da audiometria tonal, tipo de protese auditiva selecionada e dos testes Dicotico de Digitos e de Padrao de Frequencia obtidos por 31 idosos na faixa etaria entre 60 e 90 anos, atendidos em um servico de media complexidade. Encontrou-se que, quanto maior o comprometimento cognitivo, pior a habilidade de ordenacao temporal e de escuta dicotica.