Crise hegemônica, ascensão da extrema direita e paralelismo político (original) (raw)
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Crises econômicas, ascensão da extrema direita e a relativização dos direitos humanos
2020
This article aims an existing relation between financial crises, the rise of the far right and the relativization of human rights especially minority groups. The Long Depression, the Great Depression and the Financial Crisis of 2008, all systemic crises of capitalism, served as a base to foster the return of the extreme right and, the most worrying, a relativization of human rights, especially those aimed at protecting minority groups. The State is then used as a way to oppress, even more, the ones defined as a common enemies, whether they are the poor, blacks, refugees or homosexuals. In this scenario, emerge a strange and ferocious clases that defines as “good citizens” that uses the State to relativize and deny fundamental rights.
Extremismos políticos e direitas: Bolsonaro, Trump e a crise das “democracias”
Jefferson Rodrigues Barbosa; Oscar A. Piñera Hernández, 2022
Diferentes em suas particularidades históricas e singularidades políticas e ideológicas, estes objetos aqui em análise são entendidos como manifestação histórica concreta da conjuntura de crise à direita, no contexto brasileiro com Bolsonaro e internacional com diferentes especificidades nacionais. A partir do critério da valoração das particularidades históricas e singularidades dos fenômenos sociais, as expressões das direitas compõem diferenças em seus axiomas. Entretanto, além das particularidades e singularidades históricas e nacionais, essas manifestações do extremismo político de direita apresentam um elemento em comum que são formas de expressão política as quais legitimam a autocracia burguesa como universalidade, refletindo a lógica da conflitualidade de classes.
Renamo: uma oposição hegemônica?
A short reflection on howe Renamo, the major opposition party in Mozambique, is imposing its political hegemony to the country, meanwhile the ruling party, Frelimo, seems not to be able to delineate a stategic agenda and vision for Mozambique
Discurso anti-imigrante e emergência de “nova direita” na crise do contemporâneo político
Revista Heterotópica, 2019
RESUMO Ao lado da questão imigratória, quase sempre emerge um problema de ordem de violência contra as identidades e as origens do estrangeiro (aquele que se desloca) em oposição à identidade daquele que se define como "natural de" ou "pertencente a" um dado lugar: a xenofobia. Tal problema envolve uma questão de violência atravessada por um sentido de territorialidade, de bens simbólicos e de atividades definidos nas linguagens, nas línguas e nos discursos. O objetivo da pesquisa foi analisar os sentidos da "xenofobia" enquanto objeto teórico e manifestação empírica nas redes sociais, no âmbito acadêmico e não acadêmico em Foz do Iguaçu-PR. O corpus foi constituído por textos escritos e imagens, de redes sociais, que tratam da noção de xenofobia ou sua manifestação, em que analisando os enunciados que corroboram com a definição de estrangeiro como "ameaça" quando, na verdade, é vítima de inúmeras violências. O marco teórico é interdisciplinar e se centra nos estudos do discurso de filiação francesa com base em noções como sujeito imigrante, discurso de ódio e xenofobia. Como resultados parciais, apresentamos os distintos modos como as manifestações de xenofobia estão diretamente relacionadas aos discursos contra imigrantes e estrangeiros e que tem crescido no contexto das eleições nacionais de 2018 no Brasil.
Crises de Hegemonia e Aceleração da História Social
Reoriente: estudos sobre marxismo, dependência e sistemas-mundo
Este artigo examina a relação entre hegemonias mundiais e protesto social. O aumento do protesto social global e a incapacidade dos poderes governantes de abordar suas raízes estão entre os sinais de que entramos em uma crise de hegemonia dos Estados Unidos e em um período de profundo caos sistêmico. Esse caos sistêmico é análogo ao que caracterizou as transições da hegemonia holandesa para a britânica e da hegemonia britânica para a norte-americana. Historicamente, o surgimento de novas hegemonias pressupõe uma potência ascendente com capacidade e visão para fornecer soluções reformistas aos desafios revolucionários. Esses desafios em nível de sistema tornaram-se mais amplos e profundos de uma transição para a seguinte, levando a uma “aceleração da história social”. Devido aos limites ecológicos do capi- talismo e à mudança no equilíbrio de poder entre o Norte e o Sul globais, as soluções reformistas que (temporariamente) funcionaram no passado não são mais suficientes.
Resistência ao discurso político e midiático hegemônico
Tríade: Revista de Comunicação, Cultura e Mídia
O artigo demonstra a necessidade de luta por coletivos para tornar cidadãos tanto os membros de populações vulneráveis em territórios sem apoio social do Estado, quanto os imigrantes de outros países em condição pior que o nosso. Nesse particular a compreensão do conceito de “culturas híbridas” é necessária. Essa busca por cidadania passa pela posse do território através da narrativa de sua condição e seus acontecimentos. Dessa forma, evidencia a constituição de uma mídia “contra-hegemônica” para combater o discurso oficial da mídia hegemônica, quando ela prioriza versões oficiais e não ouve as vítimas de abusos de autoridades contra pobres, pretos, párias sociais que vivem em locais de vulnerabilidade e com acesso precário a serviços sociais. O artigo demonstra os trabalhos de inclusão no conjunto da “Favela da Maré”, na “Casa do Povo”, do coletivo “Si, Yo Puedo!” e do portal de reportagens em defesa dos Direitos Humanos “Ponte Jornalismo”.
Presidencialismo de coalizão em transe e crise democrática no Brasil
Revista Euro latinoamericana de Análisis Social y Político (RELASP), 2021
Sumário O padrão político-partidário brasileiro já mudou muito e continua em mudança. As eleições de 2018 foram disruptivas. Romperam o eixo partidário-eleitoral que organizou governo e oposição nos últimos 25 anos e por seis eleições gerais. O novo governo começou embalado em altas expectativas e muita controvérsia. Bolsonaro formou, tardiamente, uma coalizão minoritária, mais por pressão do que por convicção. A pandemia adicionou um agravante inédito e muito sério ao quadro. A pandemia produziu centenas de milhares de mortes e levou à convocação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar erros e omissões do Executivo Federal. Ela vem cobrando ao governo alto preço em legitimidade política. A atitude político-institucional do presidente tem provocado impasses decisórios e crise política, diante da pior crise que o país já enfrentou. Há sinais de risco à democracia e institucional. No terceiro ano de governo, Bolsonaro tem perdido popularidade e gerado mais crises políticas do que soluções. O objetivo deste artigo é analisar estas mudanças e suas graves consequências político-institucionais.
Hegemonia, estratégia socialista e democracia radical
Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2016
Há razoável consenso dentro da literatura especializada quanto à importância da promoção da democracia enquanto fundamento da política externa dos Estados Unidos, especialmente após o final da Guerra Fria. Em um momento histórico em que não havia inimigos a serem contidos e dissuadidos, a ideia de promover democracia emerge já no governo George H. Bush (1989-1993) como um tema caro nas relações internacionais do país, permanece durante a presidência do democrata Bill Clinton (1993-2001) com a doutrina de engajamento e ampliação, ganha novos contornos na administração republicana de George W. Bush (2001-2008), sobretudo à luz dos impactos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, e alcança, enfim, o período do democrata Barack Obama (2008-2016). 1 Trata-se, inegavelmente, de discussão complexa que suscita controvérsias. Em meio a um debate riquíssimo, análises variaram, por exemplo, desde aquelas cuja meta era avaliar em perspectiva histórica a importância da promoção da democracia para os Estados Unidos (Cox, Lynch e Bouchet, 2013) até outras interessadas em compreender seus fundamentos estratégicos e ideológicos (Cox, Ikenberry e Inoguchi, 2000; Castro Santos, 2010; Castro Santos e Tavares, 2013). Há também autores que associaram a promoção da democracia no plano internacional à tradição liberal norte-americana (Monten, 2005; Ikenberry, 2000) e outros que avançaram o argumento de que tal estratégia estaria subordinada a interesses geopolíticos e econômicos (Robinson, 1996).
Entre os modelos hegemônicos e os necessários rompimentos para a retomada da democracia
Revista Pós Ciências Sociais, 2019
SANTOS, Boaventura de Souza. A dificil democracia : reinventar as esquerdas. Sao Paulo: Boitempo, 2016. 224 p. A dificil democracia, de Boaventura de Sousa Santos, joga luz em diversas contradicoes, disputas, normas, direitos e caminhos a partir de experiencias de paises que construiram o entendimento acerca da democracia. Mais do que isso, o autor nos convida a refletir sobre as relacoes dubias de poder, presentes em nossos dias, que deslegitimam a soberania popular, principio central e regente da democracia.