Tradução de poesia entre português e chinês: pesquisa e catalogação historiográfica na Universidade de Macau (original) (raw)
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Scientia Traductionis, 2013
Aplicada às obras, a cesura platônica sanciona um certo tipo de "traslação", a do "sentido" considerado como um ser em si, como uma pura idealidade, como um certo "invariante" que a tradução faz passar de uma língua a outra deixando de lado sua casca sensível, seu "corpo": de sorte que o insignificante, aqui, é antes o significante. (Berman, 2007:32) Palavras-chave: poesia chinesa; tradução platônica; aspectos sonoros na tradução de poesia.
Poéticas do Traduzir a, na e para a China: uma proposta
Cadernos de Tradução, 2019
Neste artigo apresentaremos e discutiremos alguns pensares do traduzir na e a China que nos conduzam à proposição de uma “poética do traduzir na China” e de uma “poética de traduzir a China”. Para cumprir este objetivo, traçaremos um breve panorama das perspectivas históricas e filosóficas das línguas chinesas e da literatura na China, bem como a visão de autores, tradutores e acadêmicos chineses e brasileiros sobre traduzir literatura da ou para a China. Iniciaremos nossa discussão com uma contextualização sobre a necessidade de (re)considerar as noções de língua, literatura e tradução nos tempo-espaços e espaços-geográficos da civilização chinesa para, em seguida, discorrer sobre a aplicação das noções de chinesidade (Yang Lian), traduto(meio)logia e traição criativa (Xie Tianzhen), paralaxe tradutória (Jatobá) e, ainda, da metáfora do Taotie (Ricardo Portugal), como alternativas para propor uma “poética do traduzir a, na e para a China”.
No que à história da tipografia portuguesa no Extremo Oriente diz respeito poder -se -iam escolher várias edições que simbolizem as inter -relações China -Portugal -China. Abordaremos, porém, apenas duas, relacionadas com Fernando Pessoa, por se tratar de um autor que ganhou notoriedade mundial, sendo uma delas praticamente ignorada quer da bibliografia chinesa quer dos reportórios da obra pessoana. Não, não nos referimos à edição Mar portuguez: doze poemas, publicada em Macau, numa «edição gratuita oferecida aos alunos das escolas de Macau», em 28 de maio de 1936, evocando a passagem do «ano X da Revolução Nacional» 1 , mas sim a duas publicações relacionadas com a Sessão de Homenagem a Fernando Pessoa, realizada no Liceu Nacional Infante D. Henrique, em Macau, aos 30 -XI -59.
Apontamentos sobre poesia de Macau: as várias faces de uma mesma moeda
Rotas a Oriente, 2021
Considerando as circunstâncias da enunciação como processo de invenção de uma identidade, a analisar na perspetiva do pensamento decolonial (no contexto de propostas de Walter Mignolo), revisitaremos algumas das linhas de sentido de alguns poemas (contemporâneos) que, a partir de Macau, abordam a sua específica coexistência de culturas, evocando mitos e figuras estruturantes para o imaginário nacional, problematizando as implicações identitárias dessa coexistência, trabalhando a voz poética no sentido de uma apro-priação e adentramento num universo cultural particular. De acordo com a sua origem, ocupar- nos-emos de alguns poetas que falam pela comunidade macaense, e a sua problemática identidade intrínseca; de alguns forasteiros-reinóis, distinguindo, entre eles, os estranhos de passa- gem dos que lançaram raízes em Macau; terminaremos com alguns exemplos de uma estética de apropriação de vozes. PALAVRAS-CHAVE Macau, poética, identidade, lirismo, poscolonial.
POESIA E (IN)TRADUZIBILIDADE NA LÍNGUA CHINESA
Este artigo objetiva instigar uma breve discussão e reflexão sobre a questão da (in)traduzibilidade da poe-sia chinesa ao português. Para isso, primeiramente serão feitas algumas considerações sobre as línguas chine-sas e a necessidade de situá-las em seus tempo-espaço adequados. Em se-guida, haverá uma pequena revisão do que tem sido discutido por alguns teó-ricos ocidentais e chineses acerca da tradução poética e da tradução da poe-sia chinesa para línguas ocidentais. This article aims to initiate a discussion and reflection on the issue of (un)translatability of Chinese poetry into Portuguese. First, some considera-tion will be given to the Chinese lan-guages and the need to locate them in their appropriate context. That will be followed by a short review of some points of view presented by some Western and Chinese theoreticians on poetry translation and on the transla-tion of Chinese poetry into Western languages.
A interpretação analítica e a escrita poética chinesa
2013
Com este trabalho pretende-se investigar as relacoes entre a interpretacao psicanalitica lacaniana e a escrita poetica chinesa, tendo como recorte principal o ultimo periodo do ensino de Jacques Lacan, no final da decada de 1970. Lacan afirma que o analista deve buscar o que ha de essencial na escrita poetica chinesa para operar com a interpretacao analitica. Isso coloca em destaque a nocao de escrita e de letra. Uma analise implica nao so uma escuta, mas tambem uma leitura por parte do analista e depois do proprio analisante. E nesse sentido que uma interpretacao se orienta pela escrita do sintoma e do gozo e nao apenas pela fala. Com a finalidade de compreender melhor a funcao da escrita na poesia chinesa foi preciso pesquisar a lingua, a escrita dos caracteres chineses, a caligrafia e nocoes do pensamento chines. A pesquisa faz um desvio pela China como um metodo para compreender melhor uma indicacao clinica de Lacan.
Seleção de poemas em português por estudantes asiáticos
VIII Conferência Internacional Investigação, Práticas e Contextos em Educação, 2019
Quais os poemas selecionados pelos estudantes chineses da UC de Leitura Extensiva em Português II, do curso de licenciatura em Tradução e
Apresentação e panorama da tradução entre as línguas chinesa e portuguesa
Cadernos de Literatura em Tradução, 2013
O número temático "Especial China" desta Cadernos comemora os 500 anos da chegada do navegador português Jorge Álvares a Tamão (屯门 tunmen), região do Delta do Rio das Pérolas (珠江 zhujiang) em Cantão (广东 Guangdong). Esse contato foi intermediado por intérpretes chamados então de jurubaças, palavra de origem malaia jurubhasa, em que juru significa "mestre, perito" e baça [bhasa] "língua". Inicialmente, eles eram mestiços portugueses e malaios; mais tarde, portugueses e chineses convertidos ao cristianismo 1 . Em 1582, chega a Macau a missão jesuítica protegida pela coroa Portuguesa que funda seminários 2 e representa o marco da primeira fase da tradução sino-portuguesa (1582-1773). Desse período existe o registro de sete tradutores 3 . Foi no século XVII que surgiu o primeiro Dicionário português-chinês 4 de Matteo Ricci e Michele Ruggieri 5 . Àquela altura, a baixa instrução dos jurubaças somada à pouca habilidade para o manejo interlinguístico, fez com que em 1627 fosse estabelecido o "Regimento da Língua da Cidade e dos
A Tradução e a Introdução da Obra de Fernando Pessoa na China
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ZHOU, Cristina Miao, "A Tradução e a Introdução da Obra de Fernando Pessoa na China" (2016). Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, No. 9, Spring, pp. 270-281. Brown Digital Repository. Brown University. https://doi.org/10.7301/Z0D798NF Is Part of: Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, Issue 9 A Tradução e a Introdução da Obra de Fernando Pessoa na China [Translation and the Introduction of the Works of Fernando Pessoa to China] https://doi.org/10.7301/Z0D798NF ABSTRACT This review traces the translation and introduction of Fernando Pessoa's work for Chinese readers over the last several decades. RESUMO Esta resenha traça a tradução e introdução da obra de Fernando Pessoa para os leitores chineses ao longo das últimas décadas. BIBLIOGRAFIA HOLLANDER, John (1987). “Quadrophenia”, in The New Republic, 7 de Setembro, pp. 33-36. HONIG, Edwin (1988). “Some words in the entryway”, in Fernando Pessoa, Always Astonished: Selected Prose. Tradução de Edwin Honig. San Francisco: City Lights Publishers. PESSOA, Fernando. (2015). Poemas de Alberto Caeiro. Edição de Ivo Castro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda. ____ (2014). Livro do Desassossego. Edição de Jerónimo Pizarro. 3ª ed. Lisboa: Tinta-da-china. ____ (2013). 阿尔伯特卡埃罗 [‘Alberto Caeiro (Poesia e Prosa)’]. Tradução de Min Xuefei. Pequim: Shangwu. ____ (2009). Alberto Caeiro: Poesia. Edição de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith. 3ª ed. Lisboa: Assírio & Alvim. ____ (2004). 惶然录 [‘Livro do Desassossego’]. Selecção e tradução de Han Shaogong. 2ª ed. Xangai: Literatura e Artes de Xangai. ____ (2001). Fernando Pessoa: The Selected Prose of Fernando Pessoa. Tradução de Richard Zenith. New York: Grove Press. ____ (1999). A Educação do Estóico. Edição de Richard Zenith. Lisboa: Assírio & Alvim. ____ (1990). Pessoa por Conhecer. Edição de Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990. ____ (1988). 佩索亚选集 – Antologia de Fernando Pessoa. Selecção, tradução e anotações de Zhang Weimin. Pequim: Instituto da Literatura da Academia das Ciências Sociais da China, Fundação Calouste Gulbenkian [versão em chinês simplificado] / Macau: Instituto Cultural de Macau [versão em chinês tradicional]. [Edição bilíngue]. ____ (1986b). 使命/启示 – Mensagem. Tradução de Jin Guoping. Macau: Instituto Cultural de Macau. ____ (1986a). Antologia Poética de Fernando Pessoa. Tradução e coordenação de Jin Guoping e Gonçalo Xavier. Macau: Instituto Cultural de Macau. [Edição bilíngue]. ____ (1985). Fernando Pessoa. Introdução e selecção dos textos de Maria Aliete Galhoz. Lisboa: Presença. ____ (1982). Livro do Desassossego. Edição de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Lisboa: Ática. ____ (1946). Páginas de Doutrina Estética. Selecção de Jorge de Sena. Lisboa: Inquérito. ____ (1936). Mar Portuguez. Macau: Imprensa Nacional de Macau. PIZARRO, Jerónimo; FERRARI, Patricio; CARDIELLO, Antonio (2013). Os objectos de Fernando Pessoa / Fernando Pessoa’s objects. Acervo Casa Fernando Pessoa / Fernando Pessoa House Collection. Vol. II. Lisboa: Dom Quixote. SARAIVA, António José. (1985). História da Literatura Portuguesa. 13ª ed. Porto: Porto Editora. ZHOU MIAO, Cristina (2013a). “Repensar a Qualidade Zen de Alberto Caeiro”, in Cadernos de Literatura Portuguesa, n.º 28 79-89. ____ (2013b). “A máquina triunfal: a importância da máquina de escrever na proliferação heteronímica de Fernando Pessoa”, in Materialidades da Literatura Portuguesa, n.º1, pp. 125-133.